Educação - Pixar lança plataforma que usa animação para ensinar conteúdos escolares
Os estudantes podem, pela internet, aprender com famosas animações como Toy Story, Wall-E e Valente |
Um projeto da Pixar, empresa de animação digital norte-americana da The Walt Disney Company, disponibilizou aulas online que unem a animação a conteúdos escolares.
Os estudantes podem, pela
internet, aprender com famosas animações como Toy Story, Wall-E e
Valente.
Os conteúdos foram desenvolvidos especialmente para estudantes
do ensino fundamental e médio.
O conteúdo foi traduzido para o
português e é oferecido gratuitamente, com o apoio da Disney e do
parceiro local da Khan Academy, a Fundação Lemann.
“Como é grande o
número de alunos e professores que conhecem e adoram os filmes da Pixar,
cremos que terão mais motivos para estudar depois que perceberem a
importância da matemática e da ciência no processo”, diz a diretora da
Pixar University and Archive, Elyse Klaidman, em entrevista à Agência Brasil.
Elyse foi responsável pela criação, o gerenciamento e ensino do
currículo de arte da Pixar University e desenvolveu o programa de
educação cinematográfica e de curta-metragem live-action da empresa.
O
projeto, chamado Pixar in a Box, oferece videoaulas, exercícios
interativos e atividades práticas.
A intenção é que os alunos descubram
como os conceitos acadêmicos que aprenderam na escola permitem que os
cineastas da Pixar criem novos mundos, animem personagens únicos e
contem histórias por meio da animação.
Os estudantes aprendem, por
exemplo, como as médias ponderadas são usadas para criar personagens
como o Buzz Lightyear e o Woody, de Toy Story, ou como a análise
combinatória é usada para criar multidões, como um aglomerado de robôs
em Wall-E.
O Pixar in a Box pode ser acessado pela internet.
“Muitas
vezes, os professores e os pais têm dificuldade de responder a
questionamentos como “eu tenho que aprender isso para quê?” O Pixar in a
Box dá uma série de respostas a essa pergunta, mostrando exatamente
onde os problemas do cinema e as matérias da escola se relacionam”,
explica o cientista sênior e líder do Grupo de Pesquisa da Pixar, Tony
De Rose.
“O retorno que recebemos é extremamente positivo.
É uma
enxurrada constante de histórias que mostram como o Pixar in a Box
marcou os alunos.
Por exemplo, um professor de matemática contou para a
gente que tinha uma aluna que não iria passar em álgebra.
Ele recomendou
que ela usasse o Pixar in a Box e em pouco tempo a nota dela chegou a
B.
Outro professor, do quinto ano, contou a história de dois alunos que
não iam bem em matemática.
Eles começaram a trabalhar com o tópico de
animação e acabaram numa reflexão sobre a matemática da curva de Bézier –
um assunto que só se vê no ensino médio”, diz o cientista.
O
Pixar in a Box pretende também inspirar os estudantes para que eles se
tornem animadores no futuro. Quando se considera a carreira em animação,
a primeira coisa que as pessoas pensam é em virar animador.
No entanto,
explica Elyse, a carreira é bem mais ampla do que se imagina:
“Ao
criarmos o Pixar in a Box, um dos nossos objetivos foi inspirar a
próxima geração de cineastas e ajudá-los a enxergar o leque de opções
nessa carreira.
Fazer animação requer a combinação de habilidades como
atuação, belas artes, artes gráficas, engenharia, matemática, ciência,
redação, programação, técnicas cinematográficas tradicionais,
administração, e muitas outras”.
Desde o seu lançamento em 2015
nos Estados Unidos, o Pixar in a Box contabilizou mais de 7 milhões de
minutos de aprendizado no mundo todo.
Atualmente, a Khan Academy tem 865
mil alunos ativos/mês e mais de 3,2 milhões de usuários cadastrados em
toda a América Latina.
* Colaboraram Fabrício Ferreira e Amarílis Anchieta, do Serviço de Língua Estrangeira da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto