Itaquaquecetuba - Pronto-socorro reabre, mas local funciona como pronto-Atendimento Unidade ficou fechada por cinco dias por falta de médicos.

Pedro Carlos LeitePronto-socorro de Itaquaquecetuba volta a funcionar depois de cinco dias. (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano




O Pronto-Socorro Municipal de Itaquaquecetuba, Região Metropolitana de São Paulo, reiniciou o atendimento ao público às 7h40 desta quinta-feira (14). Quatro plantonistas, entre pediatras, cirurgiões e clínicos gerais recomeçaram o trabalho. Contudo, o local não ainda não funciona plenamente como pronto-socorro, mas sim como pronto atendimento, segundo a diretoria. Pacientes com problemas mais graves são encaminhados ao Hospital Santa Marcelina.

A diretora do pronto-socorro, Eleonora Vasconcelos de Albuquerque, explica que faltam profissionais e estrutura para a unidade funcionar plenamente como pronto-socorro. “Precisamos de anestesista, cirurgião e ortopedista trabalhando 24 horas. Também precisamos de uma UTI”, afirma.
Falta estrutura para local funcionar como pronto-socorro, diz diretoria. (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)Falta estrutura para local funcionar como
pronto-socorro, diz diretoria. (Foto: Pedro C. Leite/G1)
Sem esta estrutura, pacientes que sofrem traumas como um atropelamento, ou acidente de trânsito, por exemplo, recebem apenas os primeiros cuidados ali e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) os transporta ao Hospital Santa Marcelina.

Desta forma, boa parte dos atendimentos do Pronto-Socorro é de serviços assistenciais, como foi o caso do pedreiro Gilson Rodrigues nesta quinta-feira. “Eu estou com uma dor no olho há alguns dias e vim pra cá hoje. Fiz a ficha e estou esperando ser atendido por um clínico”, contou enquanto aguardava na sala de espera.

A costureira Maria Helena Bandeira tinha uma radiografia marcada para esta quinta no pronto-socorro. “Tinha uma chapa da coluna marcada para hoje, mas não dá para fazer porque está sem ortopedista, vou ter que remarcar.”
A diretora do pronto-socorro admite que esta não é a situação ideal. “Antes marcavam consultas aqui, mas não pode ser assim. Consultas marcadas têm que ser feitas só nos Postos de Saúde”, afirma.

Representando os usuários do pronto-socorro, Florisvaldo da Silva é presidente do Conselho Municipal de Saúde e conta que entrou em contato com a prefeitura. “Aqui só tem sala de emergência e não uma UTI. Sem isso não dá para funcionar como um pronto-socorro de verdade. Levamos essa questão à atual administração e eles disseram que irão resolver isso”, afirma.

Mais médicos
Após o reajuste de 137%  no pagamento dos plantões aprovado na Câmara nesta quarta-feira, a secretária municipal de Saúde, Maria José Pereira Zago, espera atrair o interesse dos médicos em trabalhar na unidade. “Nossa expectativa é contar com um total de 94 médicos à disposição para compor a escala mensal de plantões. Está nos nossos planos mudar o atendimento atual para um atendimento de pronto-socorro e estamos trabalhando para isso”,explica a secretária.
Fechamento
A Prefeitura de Itaquaquecetuba anunciou o fechamento da unidade no fim da tarde de sexta-feira por causa da falta de médicos. O G1 chegou a fazer uma matéria sobre o assunto no dia 26 de janeiro, quando as pessoas saíam do pronto-socorro sem passar por consulta por causa da falta de médicos.
Durante os cinco dias em que as portas ficaram fechadas, o atendimento era feito em uma ambulância, do lado de fora, onde ocorria uma triagem e os pacientes eram encaminhados para outros locais.

Aumento da demanda em outras unidades
A Secretaria Estadual da Saúde informou nesta quarta-feira que houve aumento de 50% na procura por atendimento no pronto-socorro do Hospital Santa Marcelina por causa do fechamento do pronto-socorro do Hospital Municipal de Itaquaquecetuba. “Assim como acontece em qualquer unidade de saúde, seja ela pública ou privada, os casos urgentes, em que há risco de morte, são priorizados. Porém, nenhum paciente deixa de receber atendimento no local”, afirmou a secretaria em  nota.
A espera de casos sem urgência, segundo a secretaria, é de, em média, uma hora.

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