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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Num país normal, Lula chamaria seu ministro milionário para uma conversa

 


Josias de Souza - 

Colunista do UOL

26/06/2023 09h22

Alexandre Silveira, o ministro de Minas e Energia, é um sujeito modesto. Político há quase duas décadas, ele se apresenta aos eleitores como ex-policial, servidor público e parlamentar. O repórter Thiago Herdy descobriu que o ministro de Lula esconde atrás da porta de sua modéstia uma evolução patrimonial invejável. Em 2006, quando disputou seu primeiro mandato, ostentava patrimônio de R$ 2,6 milhões, em valores atualizados. Hoje, acumula uma riqueza de mais de R$ 79 milhões.

Ouvido, o ministro atribuiu sua fortuna à atuação como empresário. De duas, uma: ou Alexandre Silveira é um talento empresarial desperdiçado na Esplanada dos Ministérios ou é mais um caso de enriquecimento ilícito mal investigado na política nacional. Nas duas hipóteses, a pasta de Minas e Energia não é local mais adequado para Silveira.

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Num instante em que grandes empresas patinam e a economia brasileira tropeça, Silveira potencializaria ainda mais seu patrimônio cobrando por palestras sobre o caminho da prosperidade. Se o caso for de polícia, Silveira deveria ser acomodado no centro de um inquérito, não na poltrona de ministro do estratégico setor energético.

No Brasil, sempre que um político é pilhado com uma fortuna inusual, costuma alegar que ficou rico graças ao trabalho duro. Nessa hora, é preciso indagar: trabalho de quem?

Num país normal, Lula chamaria o seu ministro milionário para uma conversa. Mas a anormalidade já se incorporou aos hábitos nacionais. A política tornou-se uma seara de poucos espantos. O Brasil já suprimiu dos seus hábitos o ponto de exclamação.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL 

https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2023/06/26/num-pais-normal-lula-chamaria-seu-ministro-milionario-para-uma-conversa.htm

DINHEIRO JORRA DAS CONTAS DE ASSESSOR PARA “ARTHUR”, DESCOBRE PF - ICL NOTÍCIAS AO VIVO HOJE

 


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Guga Noblat

A madrugada de segunda-feira (26) segue com tempo estável em SP 26/06/2023 03:11 - Segunda-feira


As condições de tempo seguem sem alterações significativas na capital paulista, com pouca nebulosidade e sem registro de chuva. De acordo com dados da rede de estações meteorológicas do CGE da Prefeitura de São Paulo a temperatura média na cidade é de 13ºC. As menores temperaturas registradas na cidade estão localizadas nas subprefeituras de Capela do Socorro e em Engenheiro Marsilac ambas situadas na Zona Sul, com 8ºC. Esse panorama persiste até o início da manhã.

O banco de dados do CGE mostra que o índice pluviométrico médio de junho acumulado até o momento é de 21,4mm, o que equivale a aproximadamente 42,5% dos 50,4mm esperados para o mês. A capital paulista mantém o estado de atenção para baixas temperaturas, decretado pela Defesa Civil Municipal desde às 11h45 de sexta-feira (23).

TENDÊNCIA PARA OS PRÓXIMOS DIAS:

Uma grande massa de ar seco mantém os dias ensolarados, com poucas nuvens/céu claro, o que inibe a formação de nuvens que provocam chuva, além de impedir e desviar os sistemas frontais para dentro do oceano. As madrugadas ainda registram temperaturas mais baixas, porém no período diurno, e principalmente à tarde, as temperaturas ficam acima da média do mês, que é de 22,9°C. Nesta época do ano os índices de umidade do ar normalmente são mais baixos durante as tardes, o que favorece a formação de queimadas e incêndios em áreas florestadas, além de afetar a saúde de idosos e crianças.

A segunda-feira (26) deve reeditar as condições do tempo dos últimos dias, ou seja, sem previsão de chuva e sensação de frio e ocorrência localizada de neblina entre o fim da madrugada e o amanhecer. O predomínio de sol entre poucas nuvens e céu claro no período diurno está garantindo. As temperaturas variam entre mínima de 13°C e a máxima chega facilmente aos 26°C, com valores mínimos de umidade próximos aos 35%.

Na terça-feira (27) as condições meteorológicas se mantêm, com temperatura média de 12°C na madrugada, poucas nuvens, vento calmo e formação de neblina em pontos isolados da Capital e cidades vizinhas da RMSP. Previsão de grande amplitude térmica no decorrer do dia, com temperatura máxima na casa dos 26°C e percentuais mínimos de umidade do ar próximos aos 33%. 
https://www.cgesp.org/v3/noticias.jsp?id=45891

domingo, 25 de junho de 2023

Animação - Desenhos online. - O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo

 


O livro de Charlie Mackesy “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo” pode ser lido por todas as idades, apesar de ter sido escrito para o público infanto-juvenil. E isso ocorre porque a obra fala sobre ética e amor de um jeito simples. Selecionamos 22 frases do livro “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo” para te inspirar.

Frases do livro “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo

1. “Qual é a coisa mais corajosa que você já disse? perguntou o menino. “Socorro”, disse o cavalo. “Pedir ajuda não é desistir”, disse o cavalo. ‘É se recusar a desistir’.

2. “Qual você acha que é a maior perda de tempo?, “Comparar-se com os outros”, disse a toupeira.”

3. “O que você quer ser quando crescer?, “Gentil”, disse o menino.”

4. “Seu copo está meio vazio ou meio cheio?” perguntou a toupeira. “Acho que sou grato por ter um copo”, disse o menino.

5. “Você tem algum outro conselho?” perguntou o menino. “Não meça o quão valioso você é pela forma como é tratado”, disse o cavalo. 

6. “Uma de nossas maiores liberdades é como reagimos às coisas.”

7. “Muitas vezes esperamos por gentileza… mas ser gentil consigo mesmo pode começar agora.”

8. “A maior ilusão”, disse a toupeira, “é que a vida deve ser perfeita”.

9. “Lembre-se sempre de que você é importante, você é importante e amado, e você traz para este mundo coisas que ninguém mais pode.”

10. “Quando as coisas ficarem difíceis, lembre-se de quem você é”.

11. “Imagine como estaríamos se tivéssemos menos medo.”

12. “Não é estranho. Nós só podemos ver o nosso exterior, mas quase tudo acontece dentro”

13. “Lar nem sempre é um lugar, é?”

14. “Quando as grandes coisas parecerem fora de controle, concentre-se no que você ama bem debaixo do seu nariz”

15. “Não fazer nada com os amigos nunca é não fazer nada, não é?”

16. “O amor não exige que você seja extraordinário.”

17. “Às vezes, apenas levantar e seguir em frente é corajoso e magnífico.”

18. “Se no começo você não conseguir, coma um pouco de bolo”.

19. “O amor te traz para casa.”

20. “A verdade é que todo mundo está improvisando.”

21. “Uma das nossas maiores liberdades é como reagimos às coisas.”

22. “O que fazemos quando nosso coração dói?” perguntou o menino. “Nós os envolvemos com amizade, compartilhamos lágrimas e tempo, até que eles acordem esperançosos e felizes novamente.”

https://livroecafe.com/2023/02/22-frases-do-livro-o-menino-a-toupeira-a-raposa-e-o-cavalo-de-charlie-mackesy/ 

O vínculo improvável entre quatro amigos enquanto exploram o significado de bondade, coragem e esperança. 
Assista a animação 👇















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VERGONHA DO PIX NÃO ADIANTARÁ! CONDENAÇÕES SERÃO GIGANTESCAS!

 

LIRA- QUE GRANA É ESSA? https://piaui.folha.uol.com.br/pf-pag... https://www1.folha.uol.com.br/poder/2... https://www.cartacapital.com.br/carta... https://www.uol.com.br/splash/noticia... https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-



Manuscrito de ex-assessor investigado coloca presidente da Câmara na mira da PF


Arthur Lira: Manuscrito de ex-assessor investigado coloca presidente da Câmara na mira da PF
Arthur Lira e o ex-assessor Luciano Cavalcante. Créditos: Instagram

Por Plinio Teodoro
POLÍTICA25/6/2023 · 14:39 hs

Uma revelação bombástica publicada em reportagem de Breno Pires, no site da revista Piauí deste domingo (25), colocam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no centro das investigações sobre um suposto esquema de corrupção que seria comandado por seu ex-assessor Luciano Cavalcante e operado pelo motorista do auxiliar, Wanderson Ribeiro Josino de Jesus.

Em meio ao material apreendido na operação de busca e apreensão realizada no início do mês, a Polícia Federal (PF) encontrou um manuscrito dentro de um Corolla que estava na casa de Josino de Jesus que mostra uma espécie de contabilidade.

No papel estão anotados 11 pagamentos, referentes aos meses de abril e maio deste ano, com o nome "Arthur" que, segundo a PF, pode ser uma referência ao deputado, alçado por Jair Bolsonaro (PL) ao comando da Câmara, onde implantou o chamado Orçamento Secreto.

No total, segundo a reportagem os pagamentos somam R$ 265 mil. 

A situação complica ainda mais porque em alguns casos, os pagamento coincidem com gastos do deputado. 

A reportagem cita, por exemplo, um gasto de R$ 3.652 para “Hotel Emiliano = Arthur” no dia 17 de abril. 

Nesse dia, os registros da Aeronáutica mostram que Lira embarcou em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para São Paulo, onde o deputado costuma se hospedar no Hotel Emiliano, localizado nos Jardins, área nobre da capital paulista.

No endereço do motorista, além do manuscrito, os agentes da PF encontraram papéis relacionados ao caso dos kits de robótica, esquema que seria operado para desvio de dinheiro público a partir de emendas do Orçamento Secreto.

Leia a reportagem completa na revista Piauí  👈

https://revistaforum.com.br/politica/2023/6/25/arthur-lira-manuscrito-de-ex-assessor-investigado-coloca-presidente-da-cmara-na-mira-da-pf-138315.html

"Escola virou depósito de criança", diz psicóloga que atuou no massacre de Suzano

 

 atualizado 

Robson Foiadelli/Divulgação
Psicóloga Luciana Inocêncio

São Paulo – Especialista em atender emergência e situações de crise, a psicóloga Luciana Inocêncio estava na linha de frente do tratamento de vítimas do massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, que terminou com dez mortos e 11 feridos. 

Era março de 2019.

O ataque que chocou o país também marca uma onda de violência nas escolas brasileiras, com casos cada vez mais frequentes desde então. 

De lá para cá, foram mais quatro atentados em São Paulo e outros 14 nos demais estados. 

O mais recente aconteceu no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, na última segunda-feira (19/6).

Aluno diz à polícia que planejava ataque havia 2 anos, inspirado em Massacre de Suzano.

Em entrevista ao Metrópoles, Luciana fala da sua experiência em Suzano, reflete sobre o que está por trás da série de ataques e explica o que o Brasil deixou de aprender com esses episódios.

“Não é só a hora do ataque que importa. Você reforma a escola, acolhe em um primeiro momento, isso dura alguns meses, mas e depois? Para quem perdeu o filho, a dor não dura um mês, dois meses ou um ano.”

Confira abaixo os principais trechos da entrevista de Luciana Inocêncio ao Metrópoles.

Psicóloga Luciana Inocêncio

Psicóloga Luciana Inocêncio Robson Foiadelli/Divulgação

Psicóloga Luciana Inocêncio

Psicóloga Luciana Inocêncio atendeu vítimas do massacre em Suzano Robson Foiadelli/Divulgação

Psicóloga Luciana Inocêncio

Psicóloga Luciana Inocêncio estudou na Raul Brasil Robson Foiadelli/Divulgação

Psicóloga Luciana Inocêncio é especialista em situações de crise Robson Foiadelli/Divulgação

Psicóloga Luciana Inocêncio

Psicóloga Luciana Inocêncio Robson Foiadelli/Divulgação

Psicóloga Luciana Inocêncio

Psicóloga Luciana Inocêncio atendeu vítimas do massacre em Suzano Robson Foiadelli/Divulgação


Só em 2023, o Brasil já registrou sete ataques em escolas, um recorde absoluto, e a gente ainda nem chegou à metade do ano. O que está acontecendo?

Antigamente, a escola era sinônimo de segurança. O pai deixava o filho, o seu bem mais precioso, e podia ficar tranquilo. Agora, ele não sabe se vai buscá-lo em um caixão. Esses ataques são resultados de vários fatores. O problema já vem há mais de 20 anos no Brasil, sempre com a questão do bullying por trás, mas piorou. O quadro de hoje é o seguinte: há um adoecimento psíquico maior, principalmente das nossas crianças e adolescentes, e uma enorme dificuldade por causa da desestruturação familiar. Tuda isso acaba recaindo sobre a escola, que já era sobrecarregada e agora tem responsabilidades a mais.

Se a escola está sobrecarregada, quem deve socorrê-la?

Todo mundo, mas principalmente as famílias. A função da escola é desenvolver o aprendizado, a cidadania e a socialização das pessoas. A educação de regras, de limites e de tolerância deveriam vir de casa. Todo ataque é praticado por uma pessoa que, enquanto sujeito pensante, tem ética, moral e limites. Não adianta só levar o filho às 7h e ir pegá-lo às 19h. A escola, em si, virou depósito de criança. Precisando lidar com uma sala de 40 alunos, como o professor vai conseguir ensinar, alfabetizar, corrigir e, ainda por cima, ver se a criança tem algum problema de comportamento? Ele precisa ser mãe, médico, psicólogo, policial… Não dá conta.

Bullying é uma realidade das escolas desde sempre. Por que não havia tantos casos antes?

A adolescência é conflituosa por si só, mas a forma emocional e comportamental como os nossos jovens lidam com os conflitos mudou. O adoecimento psíquico está maior, os números são muito claros. O bullying ganhou mais peso em quem pratica e em quem é vítima. Como a vítima já está fragilizada, ela adoece psicologicamente, com transtornos de ansiedade, fobia social, depressão. Muitas vezes, acaba desenvolvendo um sentimento de vingança, de ira, de ódio. Aí que está o problema. O ataque é uma das maneiras que ela encontra para lidar com aquilo e pedir socorro.

Foram 25 atentados registrados em escolas do Brasil desde 2002. Em todas as vezes, o agressor era do sexo masculino. Por que sempre é um homem?

Talvez, isso esteja associado à cultura do homem de falar menos e ter mais dificuldade de expor o que sente. Alguns perfis de agressores são de pessoas muito introspectivas, fechadas no próprio mundo. Mas não vejo necessariamente que os ataques em escolas sejam próprios do masculino. Se a gente for analisar cada um, vai ver que a desestruturação familiar é um elemento presente. Essa criança não tem abertura em casa para dizer que está passando por problemas.

Toda vez que há um novo ataque, voltamos a discutir medidas de segurança nas escolas, como contratação de policiais, botão do pânico, câmeras. Isso resolve?

Por que ninguém conseguiu formar protocolos efetivos de segurança até hoje? Só isso não adianta. A escola deveria ser um lugar de liberdade e, daqui a pouco, nós vamos transformá-la em presídio, com grades, detector de metal… Falta as políticas de educação, de segurança pública e de saúde mental conversarem entre si. As três são importantes e precisam andar juntas. Se a família ou a escola não conseguem perceber que o estudante está diferente, anda com comportamento estranho, isso é um problema de saúde mental.

Para um ataque se concretizar, precisamos ter deixado de identificar um possível agressor. Depois, ele ainda tem que entrar na escola e conseguir machucar as pessoas. Quer dizer: quando um ataque acontece, significa que nós falhamos muitas vezes?

Entende que há consequências em cadeia? O sujeito não faz o ataque de uma hora para outra, ele fica meses ou até anos planejando. O caso mais recente, em Cambé (PR), foi assim. O rapaz tinha 21 anos e saiu da escola em 2014 – ele não matou pessoas que fizeram bullying com ele. Na Raul Brasil (em Suzano), a mesma coisa. A questão toda é o que a escola representa. O ataque é à instituição e não uma vingança contra um indivíduo. E por que na escola? Porque é lá onde tudo aconteceu na vida daquele sujeito, as coisas boas e as coisas ruins.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano / Metrópoles

Reprodução

Rafaela Felicciano / Metrópoles

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano / Metrópoles

Então qual é a solução?

Trabalhar com prevenção. A escola precisa ter abertura para dizer: “Olha, o seu filho não está bem”. Só que, para perceber isso, a escola tem que ter profissionais adequados. É necessário ter uma equipe de psicólogos que façam trabalhos preventivos, grupos terapêuticos, treinamento de professores. O problema é que a gente só olha para a questão com o viés da segurança. A solução para esses ataques envolve trazer as famílias para perto, fortalecer a comunidade escolar, cuidar da saúde mental. É um conjunto de coisas.

A sra. atendeu vítimas do massacre da Raul Brasil, em Suzano, um dos mais violentos. Desde então, o número de ataques só cresce e muitos agressores citam aquele episódio como “inspiração”. O que a gente não aprendeu em 2019 e continua sem aprender até agora?

A prevenir. Não aprendemos a prevenir. Assim que aconteceu o ataque na Raul Brasil, teve psicólogos na escola, ta-ta-tá, ta-ta-tá… E, depois, o que São Paulo fez para a prevenção em outras unidades? Cadê as equipes multidisciplinares trabalhando em conjunto nas escolas? O que as escolas oferecem de combate ao bullying? Quais são os programas? Como estão sendo implementados? O que estados, prefeituras e o governo oferecem de proteção? Porque o que tem, os números mostram, não está sendo eficaz.

O jornalismo falha na cobertura dos ataques? Como equilibrar o noticiário, dando a devida relevância a um fato como esse e minimizando os riscos de a divulgação ser um gatilho para novos casos?

Eu acho que falha porque mantém o foco na segurança pública, nunca na saúde mental. A discussão fica em cima da questão de como o ataque foi realizado, qual era o planejamento, quando, na verdade, ela deveria estar direcionada para tratar da prevenção. Não divulgar detalhes de quem cometeu o ataque já ajuda.

Como a sra. ficou sabendo do ataque em Suzano?

Ao vivo e a cores. Eu estudei naquela escola e moro a um quarteirão de lá.

Naquela manhã, fui para a academia, estava voltando para casa e estranhei porque encontrei a minha rua fechada. Tinha muito helicóptero, equipe de televisão na hora. Nisso, veio um policial civil, muito apavorado, e me falou do ataque: “Eu nunca vi um negócio desses”. Ele tremia. Aquele policial me marcou muito.

Em que momento a sra. começou a atuar no caso?

Eu tenho especialidade em situações de emergências e assim que entrei em casa recebi um telefonema, perguntando se poderia dar um auxílio na base de apoio que havia sido montada na rua de trás. Quando cheguei lá, estava tudo cru. Havia equipes de saúde mental do município, os psicólogos da rede, e era isso. A gente não sabia ainda quem eram as vítimas e foram colocando todos os familiares lá… Imagina a bagunça. Fomos ligando para as pessoas, chamando voluntários, formando as equipes.

Isso no dia do ataque?

Na hora do ataque, coisa de 40 minutos depois de acontecer. No primeiro momento, a gente foi levando os familiares para uma sala, com psicólogo e assistente social, para dar a notícia sobre as vítimas. O cenário era o pior possível, todo o quadro era terrível, mas nós conseguimos tornar aquilo mais humano.

O que se fala para as famílias numa hora dessas?

O desespero maior foi na hora do ataque. Muitos alunos correram, os vizinhos saíram abrindo as portas para protegê-los, ninguém sabia direito onde as pessoas estavam. Quando montaram a base de apoio, o pior momento já havia passado. Se o filho ainda não tinha chegado em casa ou o celular tocava e ninguém atendia, os pais já sabiam que podiam receber aquela notícia. No coração deles, eles já sabiam. De toda forma, o acolhimento faz toda diferença e a informação foi dada da maneira mais humana possível. Lembro da filha de uma das vítimas que me dizia: “Só queria poder ter abraçado minha mãe antes de sair de casa, nunca mais vou poder abraçar a minha mãe”. Eu me lembro de cada angústia, de cada olhar… É um cenário inesquecível. A todos eles, eu dizia que queria tirar a dor que estavam sentindo, mas que não tinha esse poder.

Quando a escola reabriu, a sra. também estava lá?

Sim, acompanhei a reabertura por algumas semanas, fiz rodas de conversa com alunos e funcionários. Quem não tinha condições de ir para a escola, por questões psíquicas, a gente ia atender em casa. É importante lembrar que não é só a hora do ataque que importa. Você reforma a escola, acolhe em um primeiro momento, isso dura alguns meses, mas e depois? Para quem perdeu o filho, a dor não dura um mês, dois meses ou um ano. É fundamental estar atento a isso. Existem familiares de vítimas da Raul Brasil que se suicidaram depois.

Trauma tem cura?

Tem cura e tem tratamento. Eu abri meu consultório voluntariamente para quem quisesse se tratar. Por muito tempo, a história da Raul Brasil não saiu da minha sala. E, se você quer saber, muitos ex-alunos que passaram pelo tratamento estão bem, fazem faculdade e conseguiram seguir a vida.

 Metrópoles SP 

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre São Paulo por meio do WhatsApp do Metrópoles SP: (11) 99467-7776

https://www.metropoles.com/sao-paulo/escola-virou-deposito-de-crianca-diz-psicologa-que-atuou-no-massacre-de-suzano

Auxílio-moradia e bônus extinto rendem salários de até R$ 1,5 mi a juízes

 

Plenário do Tribunal de Justiça de Rondônia - Divulgação/TJ-RO
Plenário do Tribunal de Justiça de Rondônia Imagem: Divulgação/TJ-RO

Do UOL, em Brasília

25/06/2023 04h00

Levantamento do UOL nas folhas de pagamento dos 92 tribunais do Judiciário mostra que os chamados "penduricalhos" —remunerações extras como pagamentos retroativos de adicionais por tempo de serviço e de auxílios-moradia— renderam salários mensais de até R$ 1,5 milhão a magistrados no ano passado.

Do que são feitos os 'supersalários'

O UOL identificou nove contracheques de salário mensal superiores a R$ 1 milhão, em valores brutos, pagos a juízes e desembargadores em dezembro e janeiro de 2022. São as maiores remunerações pagas a magistrados nos últimos três anos. Desde 2020, mais de 30 mil salários superaram R$ 100 mil —eles são 3% do total de holerites, mas equivalem a mais de 10% dos pagamentos feitos pelos tribunais (R$ 4,7 bilhões).

Os salários milionários foram pagos a juízes e desembargadores —atualmente aposentados— do TJ-RO (Tribunal de Justiça de Rondônia), da Justiça Federal do Ceará e de Pernambuco e do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre (RS).

TJ-RO no topo do ranking. Seis dos maiores salários chegaram à casa do milhão devido ao pagamento de auxílio-moradia retroativo aos anos de 1987 a 1993 na Justiça de Rondônia —isto é, há mais de 30 anos. Os valores foram pagos entre 2016 e 2022.

Benefício vetado. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) proibiu em 2018 que os tribunais pagassem auxílio-moradia retroativo. O TJ-RO alega, contudo, que os pagamentos foram definidos por acordos judiciais anteriores a essa decisão.

Bônus extinto. Os outros três contracheques milionários foram turbinados por adicionais por tempo de serviço, como o quinquênio. O bônus retroativo —extinto pela reforma previdenciária de 2003— foi pago, contudo, a esses magistrados antes de abril, quando o CNJ e o TCU (Tribunal de Contas da União) suspenderam os repasses na Justiça Federal.

UOL fez a análise a partir de salários brutos publicados no Painel de Remunerações de Magistrados, do CNJ, entre janeiro de 2020 e abril deste ano. Para isso, descontou indenizações, diárias e o chamado abate-teto (desconto feito no contracheque para não superar o teto constitucional do Judiciário, de R$ 41.650,92).

Por que esses salários extrapolam o teto. Os contracheques milionários são até 35 vezes maiores que o teto constitucional, que é baseado nas remunerações dos ministros do STF. O auxílio-moradia não é descontado no abate-teto —valores subtraídos do contracheque para manter o salário no limite estabelecido por lei—, e tribunais entendem que pagamentos retroativos também podem extrapolar o limite.

Procurados, os tribunais dizem que as verbas retroativas que inflaram os contracheques milionários são legais.

'Eu não jogo dinheiro fora, não'

O desembargador aposentado Gabriel Carvalho, dono do terceiro maior contracheque desde 2020 (R$1,18 milhão, em valores brutos), define como "justo" o pagamento do auxílio-moradia retroativo.

Ajuda bem, é claro. Não vinha dependendo disso porque a gente se acostuma a viver com o pouco. Já gastei [risos]. Foi bem-vindo. Eu quitei uma coisinha. Comprei um imovelzinho aqui, tá certo? Reformei um apartamentinho. Eu não jogo dinheiro fora, não.Gabriel Carvalho, desembargador aposentado do TJ-RO

Questionado pelo UOL sobre os salários dos magistrados tendo em vista a desigualdade social no país, o desembargador defendeu que as remunerações da categoria seguem critérios justos. "Ser magistrado é para fazer justiça no processo que ele atende para os demais, mas ele também quer justiça para os seus direitos."

Radicado em São Paulo, Carvalho entrou no TJ-RO em 1982, logo após a criação do estado de Rondônia, e se aposentou em 2010. Ele diz que, naquela época, o governo estadual não pagou várias verbas aos servidores, as quais foram se acumulando.

UOL tentou contato com os dois magistrados que receberam os maiores contracheques, mas não os localizou por meio de telefones e e-mail.

Auxílio-moradia de mais de 30 anos

O que é auxílio-moradia. É um benefício oferecido a magistrados para ajudar a custear despesas como aluguel, financiamento habitacional, moradia ou estadia quando o servidor está exercendo suas funções em locais diferentes da residência permanente. Em 2018, o CNJ determinou que o benefício seja de, no máximo, R$ 4.377,73.

O TJ-RO pagou o auxílio-moradia retroativo a 150 magistrados durante sete anos após acordo avalizado pelo STF. O tribunal não informou o gasto total com esses pagamentos. O custo foi de R$ 168,4 milhões entre 2016 e 2018 e em janeiro de 2022, segundo a Agência Lupa e o TJ-RO.

Os pagamentos estavam sendo feitos de forma parcelada, mas, em janeiro de 2022, o tribunal pagou dez prestações à vista —esse pagamento fez com que seis holerites do Judiciário de Rondônia superassem R$ 1 milhão. Segundo o tribunal, o pagamento à vista reduziu despesas com juros e correções monetárias, rendendo uma economia de R$ 5,8 milhões.

Contracheque - José - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Em 2014, uma decisão do ministro do STF Luiz Fux fez os gastos com auxílio-moradia explodirem: ele determinou que até mesmo magistrados que não gastavam com residências provisórias recebessem R$ 4.000 de auxílio-moradia todos os meses.

Foi neste contexto que o TJ-RO fechou o acordo com os 150 magistrados, cuja negociação foi avalizada pelo próprio Fux à época. Pelo acordo, os pagamentos seriam feitos em 60 meses (cinco anos), com 0,5% de juros por mês e mais a correção monetária. "Todos os pagamentos efetuados pelo TJ-RO estão devidamente baseados em decisões", afirmou o tribunal, por meio de sua assessoria de imprensa.

Os magistrados alegaram que, a partir de 1987, o TJ-RO interrompeu o pagamento do auxílio-moradia, pagou valores menores que o devido e ainda cortou parte dos salários para se adaptar ao teto constitucional. Por isso, eles exigiram as diferenças não pagas.

O auxílio-moradia estendido a toda magistratura por Fux durou até 2018, quando o CNJ o proibiu. A decisão custou R$ 3,5 bilhões aos cofres públicos.

Contracheque - Silvia - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Quinquênios foram autorizados, dizem TRFs

Os tribunais regionais federais da 4ª e 5ª regiões defenderam o pagamento de quinquênios retroativos aos quatro magistrados com remunerações entre R$ 973 mil e R$ 1,3 milhão, em valores brutos.

Sílvia Gorayeb, desembargadora aposentada do TRF-4. "O pagamento do passivo de ATS [adicional por tempo de serviço] aos magistrados foi em cumprimento à decisão do CJF [Conselho da Justiça Federal]", diz o tribunal. O TRF-4 também afirma que Gorayeb é pensionista e que, portanto, "tem direito aos valores devidos ao falecido marido". O tribunal rejeitou pedido do UOL para esclarecer valores no contracheque da desembargadora.

Abdias Oliveira e Francisco Chagas, juízes aposentados da Justiça Federal do Ceará. "Todos os pagamentos foram autorizados pelo CJF e pelo CNJ", destacou a assessoria do TRF-5. O CNJ suspendeu os pagamentos quatro meses depois. "Os pagamentos retroativos correspondem ao percentual de 50% do valor devido, relativos ao período de junho de 2006 a dezembro de 2022. São referentes aos ATSs incidentes sobre a remuneração ou subsídio, sobre o 13º [salário], o adicional de férias e a ajuda de custo do mesmo período."

Edwiges Caraciolo, juíza aposentada da Justiça Federal de Pernambuco. "Portadora de doença grave, recebeu 50% do total do passivo do adicional por tempo de serviço, conforme autorização do CNJ e do CJF, em que foi determinado o restabelecimento dos ATSs [adicionais por tempo de serviço] a alguns magistrados", disse o TRF-5, que abrange as varas federais de Pernambuco.  

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/06/25/auxilio-moradia-e-bonus-extinto-rendem-salarios-de-ate-r-15-mi-a-juizes.htm

A empresa anunciou investimento de R$ 2 bilhões na 99Food, delivery de comida, até junho de 2026.

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