Gesto pode marcar reversão da privatização onerosa da Eletrobrás, como prometido na campanha eleitoral, mas sinaliza também à retomada do papel indutor do Estado no desenvolvimento
Editorial 247
Publicado em: 7 de maio de 2023, 14:42
"Um crime de lesa-pátria". Assim o presidente Lula qualificou neste sábado, em Londres, o processo de privatização da Eletrobrás, ocorrido em junho de 2022, último ano do governo Bolsonaro.
Na véspera, a Advocacia-Geral da União acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a lei que autorizou a venda do conglomerado elétrico.
O objetivo da ação é fazer valer o direito da União a um voto proporcional à sua participação nas ações da empresa, a maior corporação energética da América Latina, dona de 101 centrais elétricas, privatizada por R$ 60,7 bilhões, mas que vale ao menos R$ 400 bi e podendo chegar a R$ 1 trilhão, e que apresentou R$ 3 bilhões de lucro líquido no ano passado e quase R$ 6,5 bilhões no ano anterior. Apenas no caixa, ao tempo de sua privatização, a empresa, financeiramente saudável, dispunha de R$ 15 bilhões.
Atualmente, em função das regras da privatização agora questionadas, mesmo o governo federal tendo 42% das ações da empresa, o voto dele tem o mesmo peso de outro acionista que possua apenas 10% dessas ações.
A regra se restringe apenas ao direito de propriedade da União, única acionista a possuir ações em volume superior a dez por cento das ações ordinárias.
Além do mais, segundo um dispositivo denominado "poison pill" (pílula de veneno) incluído na lei, se o governo quiser recomprar ações terá que pagar o triplo do preço de mercado.
No rastro da privatização, os diretores da empresa se concederam aumentos, elevando seus salários para até R$ 300 mil mensais. Membros do Conselho de Administração serão remunerados em até R$ 200 mil para participar de uma reunião por mês. Nas palavras de Lula, "como é possível uma coisa dessas?".
É evidente que as regras de desestatização da empresa causam grave lesão ao patrimônio e ao interesse público e permitem a criação de uma verdadeira farra para a proliferação de privilégios incompatíveis com um país que ainda tem que conviver com a pobreza extrema e até com o retorno da fome.
Lula prometeu questionar a privatização como um todo da empresa.
Pelo valor estratégico da energia, pelo domínio sobre extensos recursos hídricos, faz todo o sentido que a privatização seja revertida. Seria a forma de garantir à Nação a capacidade de proteger e controlar um ativo tão sensível para os interesses do país, essencial para sua soberania, para o desenvolvimento industrial e de toda a economia. Vale lembrar que a energia é controlada pelo governo em outros países, como os Estados Unidos, onde a União detém 73% do setor.
Quedas de padrões de qualidade de serviço e aumentos de tarifas ao consumidor já obrigaram a reversão de 884 privatizações de empresas no mundo entre 2000 e 2017, segundo levantamento do Transnational Institute, sediado na Holanda.
No Brasil, o gesto de Lula pode marcar a reversão da privatização onerosa da Eletrobrás, como prometeu na campanha eleitoral, mas sinaliza também para a retomada do papel indutor do Estado para o desenvolvimento, além de chamar atenção para os prejuízos gerados pela queima de tantos outros ativos valiosos estatais, resultado do sacrifício de gerações, para benefício de uma elite. Uma "privataria", como se chamou, a serviço de uma plutocracia.
Organização Mundial da Saúde declarou que a pandemia de Covid-19 não é mais uma emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Ainda assim, os casos continuam acontecendo. É hora de intensificar a vacinação: as hospitalizações e óbitos pela Covid-19 acontecem principalmente naqueles que não tomaram as doses de vacina recomendadas.
Não deixem de se vacinar. A vacina salva Vidas.
Ministra da Saúde: Covid não acabou e vacinação continua fundamental
Sem citar o nome do ex-presidente, Nísia disse que “outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país”.
Na última sexta-feira (5/5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a Covid-19, depois mais de três anos, não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. A decisão da OMS foi motivada pela queda no número de casos e mortes pela doença junto ao avanço da vacinação da populalão mundial. Segundo a organização sanitária, a Covid matou mais de 7 milhões de pessoas em todo o mundo.
A Covid-19 foi declarada Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional em 30 de janeiro de 2020. Naquele momento, havia menos de 100 casos da doença relatados fora da China, e nenhuma morte. Passados três anos, foram registrados mais de 765 milhões de casos e 6.921.614 de mortes em todo o mundo. No Brasil, o número de óbitos passa de 700 mil.
“Depois de 3 anos, hoje finalmente podemos dizer que saímos da emergência sanitária pela Covid-19. Infelizmente, o Brasil passou da marca de 700 mil mortos pelo vírus. E acredito que ao menos metade das vidas poderiam ter sido salvas se não tivéssemos um governo negacionista”, escreveu o presidente no Twitter.
“Apesar do fim do estado de emergência, a pandemia ainda não acabou. Tomem as doses de reforço e não deixem de ter o esquema vacinal sempre completo. E o governo federal irá incentivar a saúde, ciência e pesquisa no nosso país. Irá atuar para preservar vidas”, completou.
Fim da emergência não é fim da pandemia
Apesar do fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, a medida não significa o fim da pandemia de Covid. Enquanto o título de Emergência de Saúde Pública é um termo técnico importante para a coordenação de esforços de saúde pública internacionais, a pandemia faz referência a disseminação em grande escala de uma doença, quando vários continentes têm um transmissão sustentada do surto.
O pesquisador Claudio Maierovitch, da Fundação Osvaldo Cruz, explica que a declaração da OMS tem caráter administrativo, com o intuito de sinalizar que os países podem flexibilizar as medidas de enfrentamento da doença. “Na prática, essa flexibilização já vem ocorrendo. No Brasil, ainda no ano passado, a Covid-19 deixou se ser uma emergência pública”, explica.
Maierovitch não acredita que a OMS fará uma declaração formal sobre o fim da pandemia. “Fim de pandemia não se decreta, ainda mais em uma situação em que a circulação do vírus é intensa”, aponta.
Leia a íntegra do pronunciamento:
“A Organização Mundial da Saúde declarou no dia 5 de maio que a pandemia de Covid-19 não é mais uma emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.. Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança.
Ainda vamos conviver com a Covid-19, que continua evoluindo e sofrendo muitas mutações, mas temos há mais de um ano a predominância em todo o mundo da variante ômicron e suas sub-linhagens, sem o agravamento do quadro sanitário.
Temos uma redução progressiva do número de hospitalizações e óbitos, resultado de proteção da população pelas vacinas.
Neste cenário, entende-se que o momento indica uma transição do modo de emergência para um enfrentamento continuado, como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas.
Infecções pelo vírus SARS-COV2 vão continuar e devemos manter cuidados. Portanto, sistemas de vigilância, diagnóstico, redes de assistência e vacinação precisam ser fortalecidos.
Um alerta: É hora de intensificar a vacinação: as hospitalizações e óbitos pela COVID-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas.
Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de estados e municípios, realiza desde fevereiro um movimento nacional pela vacinação de reforço para Covid- 19.
Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população. Precisamos estar unidos pela saúde, em defesa da vida.
Muitos foram os obstáculos ao longo desta pandemia.
O pior impacto foi a perda de tantas vidas e saber que muitas poderiam ter sido salvas.
Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas. 2,7% da população mundial vivem em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes!!!
Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país.
Não podemos esquecer! Precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno.
Neste momento, quero agradecer a todas e todos que lutaram em defesa da nossa sociedade. Arriscando a própria vida, principalmente antes do desenvolvimento de vacinas.
E se as vacinas foram responsáveis por salvar vidas, devemos agradecer aos cientistas e aos laboratórios que as desenvolveram e as produziram. Um agradecimento especial ao papel desempenhado no Brasil pelo Instituto Butantan, pela Fiocruz e pela Anvisa. Mesmo com todos os desmontes da ciência e tecnologia, nossas universidades e institutos de pesquisa não mediram esforços na busca de soluções. Devemos agradecer também aos governadores e prefeitos que não se deixaram levar pelo negacionismo e contribuíram decisivamente para o enfrentamento da pandemia. E também, a sociedade civil que se engajou nesse processo.
Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limite das trabalhadoras e trabalhadores da saúde. A eles, agradeço em meu nome e em nome do Presidente Lula, que tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS.
É hora também de aprendermos as lições dessa pandemia. De fortalecermos o Sistema Único de Saúde, o maior sistema universal de saúde do mundo. De nos prepararmos com programas consistentes para futuras epidemias e emergências sanitárias. De fortalecermos nossa capacidade científica e tecnológica e de superarmos as desigualdades sociais, que fazem com que a pandemia atinja de forma desigual aqueles em situação social de maior vulnerabilidade.
É hora, sobretudo, de valorizarmos a vida, a saúde e a cultura democrática.
Vamos atuar juntos, governo, trabalhadoras e trabalhadores da saúde, comunidade científica e toda a sociedade para preservar a vida e melhorar as condições de prevenção de doenças e promoção da saúde. Para nunca mais vivermos os dias terríveis do passado recente e construirmos um futuro melhor.”
A interlocutores, Mauro Cesar Cid teria dito que não admitirá que seu filho seja deixado para trás. Ele chegou a ir ao QG do Exército em Brasília para conversar sobre a situação
7 de maio de 2023, 10:39 h
Mauro Cid e Jair Bolsonaro (Foto: Adriano Machado/Reuters)
247 - O general Mauro Cesar Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa - o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) - está "muito irritado" com o abandono de seu filho pelo ex-presidente e seu entorno, informa o colunista Lauro Jardim no jornal O Globo.
Mauro Cesar Cid foi colega de turma de Bolsonaro na Escola de formação de oficiais do Exército.
A interlocutores, ele teria dito que não admitirá que seu filho seja deixado para trás e, inclusive, chegou a ir ao QG do Exército em Brasília, na semana passada, para conversar sobre a situação do filho.
Os colegas de Exército do general afirmam que seu estado de espírito é de "irritação, muita irritação."
Mauro Cid Barbosa foi preso preventivamente no âmbito da Operação Venire, deflagrada na quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF), que teve Jair Bolsonaro como um dos alvos centrais.
Nísia Trindade falará sobre fim da emergência em saúde por covid-19
Nísia Trindade, ministra da Saúde (Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil)
Agência Brasil - A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fará um pronunciamento, em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite deste domingo (7). A mensagem, que deve ir ao ar por volta das 20h, vai destacar a declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS), que decretou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional em relação à covid-19. Segundo a assessoria da ministra, a ideia é que ela ressalte que a covid-19 ainda não acabou e que a vacinação continua fundamental.
Após mais de três anos, a OMS declarou na última sexta-feira (5) que a covid-19 não configura mais emergência em saúde pública de importância internacional. De acordo com a entidade, o vírus se classifica agora como um “problema de saúde estabelecido e contínuo”.
"É uma grande vitória para a sociedade, possível graças à ciência e à vacinação, orientadas para o acesso à saúde. Ao mesmo tempo, o anúncio não significa o fim da circulação do vírus, mas uma mudança de abordagem. Ainda temos que ter cuidados, inclusive nos vacinando contra a covid-19, o que em muitos países passou a compor o calendário anual, a exemplo da vacinação contra a influenza", escreveu a ministra, nas redes sociais.
Em todo o mundo, a pandemia levou à morte mais de 7 milhões de pessoas, número que pode estar subestimado. Somente no Brasil, o número de vidas perdidas ultrapassou as 700 mil pessoas.
Ex-ministro do governo Bolsonaro e um dos mais próximos auxiliares do ex-presidente, Torres vê cerco aumentar.
7 de maio de 2023, 06:05 hEx-ministro Anderson Torres (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
247 - A situação de Anderson Torres está cada vez pior.
O jornalista Lauro Jardim informa no jornal O Globo que o cerco sobre o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro está prestes a ganhar novos ingredientes.
Preso há quase cinco meses, Anderson sofrerá, em sequência, mais duas derrotas de peso.
A Polícia Federal vai cortar o salário dele e, depois, expulsá-lo da corporação.
Torres teve sua prisão preventiva decretada no dia 10 de janeiro, dois dias depois dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Ele é investigado no inquérito que apura a responsabilidade de autoridades nos atos antidemocráticos..
Em um tweet, o chefe do Executivo brasileiro a descreveu como uma figura querida da televisão brasileira e enviou seu abraço fraterno aos familiares, amigos e fãs de Palmirinha.
Palmira Nery da Silva Onofre, conhecida carinhosamente como Palmirinha, foi uma das personalidades mais queridas da TV brasileira. Com sua simpatia e talento culinário, ela conquistou o público ao longo de décadas de carreira, tornando-se uma referência no mundo da gastronomia.
A notícia do falecimento de Palmirinha abalou o país, e diversas personalidades e fãs prestaram suas homenagens nas redes sociais. A manifestação do presidente Lula reflete a importância e o carinho que Palmirinha conquistou ao longo de sua trajetória na televisão brasileira.
Ana Maria Braga lamenta morte de Vovó Palmirinha: “Céu está mais doce” | Metrópoles
Juliana Barbosa
07/05/2023 12:55
Globo/João Cotta
Por meio de seu Instagram, Ana Maria escreveu: “Minha grande amiga Palmirinha. Mãe, amiga e irmã que a vida me deu. Hoje o céu tá mais doce com a tua chegada!”.
Vovó PalmirinhaDivulgação
Vovó PalmirinhaInstagram/Reprodução
Vovó PalmirinhaReprodução/Instagram
Vovó PalmirinhaDivulgação
Vovó PalmirinhaReprodução/ Twitter
Vovó PalmirinhaDivulgação
Vovó PalmirinhaDivulgação
Vovó PalmirinhaInstagram/Reprodução
“Sorte de quem teve o privilégio de tê-la por perto. Meus sinceros sentimentos para toda família”, completou a apresentadora.
Ana Maria Braga foi responsável por dar o nome artístico de Palmirinha. As duas trabalharam juntas no Note e Anote, da Record TV.
Nas redes sociais oficias de Palmirinha, os familiares deram a notícia e informaram que, em breve, informações sobre o velório e sepultamento serão divulgadas.
“A família, consternada e inconsolável, comunica o falecimento de Palmira Nery da Silva Onofre, a Vovó Palmirinha, aos 91 anos, ocorrido hoje, 7 de maio, às 11h20 em decorrência de agravamento de problemas renais crônicos. Ela estava internada na Unidade Paulista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, desde o dia 11 de abril”, escreveram.
Vendida pela mãe, violência doméstica: o drama de Palmirinha antes da TV
Colaboração para Splash, de São Paulo
08/05/2023 04h00
Palmirinha Onofre morreu ontem, aos 91 anos. Ela estava internada no hospital Alemão Oswaldo Cruz desde o dia 11 de abril.
Conhecida como a vovó do Brasil, a cozinheira e apresentadora passou por momentos difíceis antes de chegar à TV nos anos 90 e virou exemplo de superação.
Conflitos com a mãe
Palmirinha era filha de uma imigrante italiana com um baiano e tinha quatro irmãos. A cozinheira contou que o pai tinha um carinho especial por ela, mas a mãe era severa.
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"Ele tinha paixão comigo, mas não tinha isso pelos outros filhos. Minha mãe sempre foi muito severa, então aquele carinho que ele queria fazer na minha mãe e não conseguia, ele fazia em mim. Minha mãe ficava com raiva de mim e me maltratava muito."
Apanhou com vara de marmelo
Palmirinha revelou também que apanhou muito da mãe com vara de marmelo. "O meu pai me levava aonde ia para a minha mãe não me bater".
'Adotada' por uma francesa
Com 6 anos, ela foi "adotada" por uma francesa, que prometeu ao seu pai que a filha seria sua dama de companhia e depositaria um salário para ela. Aos 14, depois da morte do pai, Palmirinha acabou voltando para casa.
Vendida por cinco mil réis
Palmirinha foi vendida pela mãe para um fazendeiro da região de Bauru, interior de São Paulo, por cinco mil réis em 1947. Na época, ela tinha 16 anos.
"Eu entrei na casa e tirei a roupa para tomar banho e dormir para trabalhar no dia seguinte. O homem então estava na cama e eu comecei a gritar", contou a cozinheira em uma entrevista à Vix. Palmirinha foi salva por uma tia, que a ajudou a sair de lá.
Mesmo com tanto sofrimento, a cozinheira e apresentadora tomou conta da mãe até o fim da vida.
Relacionamento abusivo
Quando tinha 19 anos, Palmirinha aceitou se casar após um ano e meio de namoro. Ela queria sair da casa de sua mãe. A cozinheira apanhou do marido até os 45 anos, quando decidiu se separar.
"Ele bebia muito, tinha várias amantes e me maltratava muito, mas não maltratava os filhos. Eu achava que se eu me separasse dele, ia prejudicar o casamento das minhas filhas. Aguentei até o fim. Meu sonho era que minhas filhas casassem muito bem e não tivesse o mesmo destino que eu".
Ela disse que trabalhava com os olhos roxos, boca machucada e contava para as colegas que tinha caído e batido no canto da mesa: "Me sentia muito humilhada".
No livro "A Receita da Minha Vida", Palmirinha contou sobre sua infância e adolescência com a mãe, o relacionamento abusivo e os momentos de felicidade na TV.
Ao mesmo tempo, a correção sugerida ao pesquisar “Bolsonaro coroação” é “Bolsonaro coração”.
O partido identificou a possibilidade da plataforma estar tentando interferir, artificial e ilegalmente, na liberdade de opinião dos cidadãos, violando o direito constitucional de liberdade de consciência (art. 5º, inciso VI, CF/88).
A notificação, assinada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, inclusive menciona o posicionamento do Google em relação ao PL 2630, das Fake News: "há menos de uma semana a Notificada utilizou seu poder econômico e sua posição de importante plataforma de pesquisas, para, irregularmente, manipular a opinião pública contra um projeto de lei no Congresso Nacional – a notificada buscou interferir na soberania nacional para fazer prevalecer seus interesses privados".
Com tal medida, o partido requer a suspensão da associação de palavras, que considera "completamente ilógica", bem como exige esclarecimentos objetivos e transparentes quanto à lógica algorítmica utilizada para a correção automatizada pelo site.
A presidência de Joe Biden pediu a ajuda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para convencer a China a apoiar um projeto de recriar uma operação de paz da ONU para o Haiti.
Fontes do Palácio do Planalto confirmaram que os americanos estão profundamente preocupados com a crise no país caribenho e que querem restabelecer a missão internacional. Para isso, vão precisar de uma aprovação no Conselho de Segurança. Mas, com a guerra na Ucrânia destruindo a relação entre as principais potências, pode acabar nas mãos da diplomacia brasileira a busca por criar pontes entre Washington e Pequim.
O governo brasileiro, que liderou a operação de paz no Haiti por mais de uma década, descarta a possibilidade de voltar a enviar soldados do país para a missão desejada pelos americanos. A percepção é de que, hoje, não existe um clima sólido suficiente entre as forças e o Executivo para se pensar em um novo projeto de exterior.
Washington, ciente dessa recusa brasileira, tem buscado no Canadá uma alternativa para que o país assuma a liderança de uma nova missão.
Mas a esperança dos americanos é a de que o governo Lula, com uma relação privilegiada com os chineses, possa facilitar um diálogo para uma futura resolução na ONU.
Os chineses têm adotado uma postura crítica em relação à política externa americana e, pela primeira vez, optaram por tomar atitudes explícitas de questionamento sobre a diplomacia americana.
O tema foi tratado entre a embaixadora dos EUA para a ONU, Linda Thomas-Greenfield, e o assessor especial da presidência, Celso Amorim, na semana passada.
"Relativamente ao Haiti, ambos os nossos países estão frustrados com a situação no Haiti", disse a embaixadora americana após a visita ao Brasil, no dia 4 de maio. "Falamos sobre algumas opções para avançarmos na abordagem dessas questões, em especial no Conselho de Segurança. E comprometemo-nos a trabalhar em conjunto para encontrar soluções que permitam abordar a questão de forma mais direta", afirmou, sem dar detalhes.
Na semana passada, falando ao Conselho de Segurança da ONU, Linda Thomas-Greenfield ainda alertou que a situação de segurança e humanitária no Haiti eram "horríveis".
"Na capital, Porto Príncipe, as escolas e os centros comunitários tornaram-se locais de terror e recrutamento de jovens", afirmou. "A violência das gangues ameaça a vida cotidiana dos cidadãos e a prosperidade econômica do Haiti, e as mulheres são as mais vulneráveis ao aumento inaceitável da violência sexual e baseada no gênero, utilizada como instrumento de medo e intimidação", disse a embaixadora.
"Estamos profundamente preocupados com o aumento da atividade violenta das gangues. Segundo a ONU, os homicídios aumentaram 21% no primeiro trimestre deste ano e os raptos 63%", explicou, lembrando que o rapto de crianças e de pais tem ocorrido frequentemente nas imediações das escolas.
"Os Estados Unidos também condenam veementemente o assassinato de corajosos agentes da Polícia Nacional do Haiti que morreram no cumprimento do seu dever. As táticas brutais que as gangues têm utilizado para levar a cabo estes crimes são profundamente preocupantes", disse.
Para o governo Biden, a estabilidade política é um elemento fundamental para restaurar a paz e a segurança no país. Mas lembra que o "governo haitiano e o seu povo pediram apoio internacional para combater a violência e a insegurança".
"Os Estados Unidos continuam a trabalhar com um número crescente de parceiros internacionais para apoiar as necessidades urgentes de segurança no país", prometeu a diplomata. "O Conselho de Segurança precisará fazer a sua parte para ajudar o Haiti, inclusive avançando com sanções adicionais contra aqueles que financiam e fomentam a violência e a instabilidade no Haiti", defendeu.
A ONU defende a criação de força de apoio especializada. A entidade conta 530 pessoas mortas em atos de violência liderados por gangues em 2023.
"Os confrontos entre gangues estão a tornar-se mais violentos e mais frequentes", alertou o escritório de direitos humanos da ONU.
Esta é a versão online da newsletter do Jamil Chade enviada ontem (06).
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Prezados,
Há uns anos, numa visita que fiz a teólogos na cidade alemã de Wittenberg, fiquei com a impressão de que Martinho Lutero, em nossos dias, teria sido um fervoroso usuário dos novos instrumentos de comunicação.
O que eclodiu em 31 de outubro de 1517 foi, em grande parte, resultado de uma nova tecnologia para a disseminação de informação e ideias: a imprensa. Aquele ato resultou, há mais de 500 anos, num racha da Igreja e revoluções no comportamento da sociedade. O mundo jamais foi o mesmo.
Hoje, vocês são a nova revolução e alimentam alguns dos mais antigos sonhos da humanidade: se conectar, combater a repressão, ter acesso ilimitado ao conhecimento e reduzir até mesmo as distâncias.
Mas junto com essa explosão inovadora, veio uma profunda transformação na relação de poder na sociedade. Numa só entidade, vocês operam como imprensa, detém e vendem nossos dados, constroem ou matam tendências de consumo e, muitas vezes sem nosso conhecimento, nos levam a caminhos desconhecidos. Tudo isso sem qualquer regulação e com um caixa equivalente aos maiores bancos do mundo.
Se a Internet é inegavelmente um instrumento com o potencial para desafiar ditaduras e romper monopólios de poder, descobrimos que, sem lei, hoje vocês são atores políticos capazes de decidir uma eleição, iniciar uma revolta ou moldar o sentimento nacional. Ao contrário da promessa original, o que vemos é que essa nova tecnologia promoveu uma concentração de poder raramente vista na história da humanidade.
Uma parte importante de seus recursos tem sido destinada a investigar, internamente, como construir as plataformas, editar as notícias e selecionar vídeos no Youtube que mantenham por mais tempo possível o consumidor em suas redes. Quanto mais radical o conteúdo, maior o engajamento, mesmo que seja mentira ou ódio. Quanto maior o engajamento, maior a receita.
Mas não nos enganemos sobre o que está em debate aqui: como viciar o indivíduo do outro lado da tela, mesmo que o preço a ser pago seja o adoecimento de toda uma sociedade.
Sabe quem já fez isso no passado? A indústria do cigarro. Eles também sabiam quais seriam as consequências para a saúde.
É uma questão de lucro, vocês diriam. De fato, se fosse um país, a capitalização de mercado da Alphabet - a empresa mãe do conglomerado e cujo nome é revelador do papel que vocês se atribuem - colocaria a empresa no G20. Seu "PIB" é maior hoje que as economias da Coreia do Sul, Austrália e Espanha. E muito próximo ao que seria o PIB do Brasil ou Rússia.
O lobby político feito por vocês também atingiu um patamar novo, como vimos recentemente no Brasil. Nos EUA, a atuação no Congresso e no Executivo é permanente. Em 2022, vocês ainda doaram US$ 8 milhões para campanhas eleitorais, o que coloca a empresa como a 41a maior doadora de recursos. No ciclo eleitoral de 2020, doações de US$ 21 milhões foram feitas durante a campanha presidencial.
Enfim, vocês se transformaram num ator político fundamental no século 21 e, portanto, escrevo esta carta para fazer um pedido: assumam suas responsabilidades na defesa da democracia.
Abram seus dados e aceitem uma regulação para que o mundo saiba como as sociedades são impactadas pelo fluxo de informação e desinformação, como são aprofundadas as divisões na sociedade, como eleições são definidas em máquinas distantes da urna.
Abram seus dados e permitam que a democracia possa ser protegida, antes que seja tarde demais.
Vocês precisam optar: se querem editar as notícias que publicam para que mantenham o consumidor por mais tempo em suas páginas, precisam ser responsabilizados por isso.
Em nome da tal liberdade, plataformas foram fundamentais na limpeza étnica em Mianmar. E se um dia vocês deliberadamente apoiarem um lado em uma guerra, sem que saibamos? Ou será que já fazem isso?
A democracia morre no escuro e em plena luz do dia. Ela morre e pode ser assassinada. Num beco de uma rua, na rachadura de uma barragem, num barulho de uma serra numa floresta, na falta de um leito, num envelope com dinheiro ou no medo de andar de mãos dadas. E é nosso papel permitir sua sobrevivência. Todos os dias.
Mas ela também morre quando a concentração de poder é de tal dimensão que um só ator tem, em suas mãos, o mapa do destino daquela sociedade.
Assumam sua responsabilidade, antes que seja tarde demais.
A notícia ganhou as redes neste sábado (6), sobretudo em canais bolsonaristas e de extrema direita.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria hospedado em Londres, para acompanhar a coroação do Rei Charles III, em um hotel cuja diária seria de R$ 95 mil.
O valor é mais do que o dobro da informação correta.
No início da noite do próprio sábado, a emissora teve que fazer uma retratação ao vivo:
“Retratação: O Grupo Band divulgou que o preço da diária do quarto do hotel, em Londres, onde o presidente Lula se hospedou, poderia chegar a R$ 95 mil. Mas uma fonte do governo informou que não passou de R$ 40 mil a diária paga. Lamentamos a distorção da notícia publicada antes.”.
Fake News
O assuto foi fartamente divulgada nas redes também por veículos de extrema direita e ex-auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como Sérgio Camargo, ex-presidente da Fundação Palmares que se auto-denomina “negro de direita”.
O episódio ressalta ainda mais a discussão sobre a propagação de notícias falsas e torna cada vez mais urgente a aprovação do PL 2630/2020, conhecido como PL das Fake News.
Anúncio do general Amaro sobre retorno do GSI na realização da segurança de Lula causou mal-estar na corporação
6 de maio de 2023, 22:13 h
General Marcos Antonio Amaro (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
247 - Uma crise foi instalada entre o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e a Polícia Federal (PF) após o novo chefe da pasta, general Marcos Amaro, anunciar que a segurança do presidente Lula voltará para a supervisão dos militares.
Desde a posse do presidente Lula, em janeiro, a PF mantém mais de 300 agentes atuando na segurança do chefe de Estado.
Caso a proteção presidencial volte para os militares, os oficiais não seriam cedidos para trabalhar sob o comando do GSI, segundo o G1.
O general Amaro afirmou à Folha de S. Paulo que o retorno da segurança imediata do presidente aos militares "praticamente está decidido".
"Em relação à segurança imediata, [o presidente] já sinalizou, praticamente está decidido que retomará para o GSI. Esses subsistemas aqui, segurança afastada, aproximada, formam um sistema e tem de haver entendimento muito rápido e fácil. Doutrina de emprego, linguagem, sistema rádio tem que ser comum", disse o novo chefe do GSI.
O anúncio de Amaro causou mal-estar na PF, que pretende manter a atribuição de fazer a segurança de Lula, prevista inicialmente para terminar no dia 30 de junho.
O âncora do “O É da Coisa” na BandNews FM, Reinaldo Azevedo, discorre sobre as investigações que citam o ajudante de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, que foi um dos alvos de operação da Polícia Federal.