chico.alencar e Nando Motta Chico Alencar MUJICA AMADO! Há pessoas - no plano familiar, ou no plano social e político, público - que marcam sua passagem na vida com dignidade, fraternidade e grandeza. Assim se eternizam. José ‘Pepe’ Mujica, nascido em maio de 1935, que nos deixou hoje, é um desses grandes. Exemplo do que há de mais nobre na política: utopia igualitária, ideal de transformação social, coerência de vida, simplicidade, tenacidade. Em janeiro, de sua chácara nos arredores de Montevidéu - era floricultor -, Mujica pediu que não o entrevistassem mais: “estou morrendo, o câncer se espalhou e não há mais como detê-lo. O guerreiro tem o direito de descansar”. Lucia, sua mulher, zelou por ele até o fim. Antes de ter seu último desejo atendido, Mujica lutou incansávelmente contra a ditadura no Uruguai (foi guerrilheiro Tupamaro), sofreu longa prisão (18 anos, 12 na solitária) e torturas abomináveis. Depois, com a democratização, articulou-se na Frente Ampla de Esquer...