“Habemus golpe”? Golpistas não passarão!
“Habemus golpe”? Golpistas não passarão!
A extrema direita protofascista sempre dependeu do golpismo para acalentar suas pretensões tirânicas. Quando chefiava o Executivo, o autogolpe continuado fracassou. Tanques fumacentos não aprovaram o voto impresso. Perderam as eleições. E a “festa de Selma” foi um tiro no pé.
Com os generais da GLO e os “Kids Pretos” dos punhais sangrentos nos bancos dos réus, chegou a vez dos parceiros de colarinho branco. O epicentro do golpismo se deslocou para o Congresso Nacional, onde a titularidade da intentona passou às mãos dos anões gigantes do orçamento secreto.
A vergonhosa sessão da Câmara dos Deputados, que pretendeu sustar a Ação Penal que investiga o golpe em toda a sua ramagem, foi uma tentativa de legalizar o golpismo. Golpista no método e no mérito: rito sumário, sem debates, para “naturalizar” o 8 de janeiro e salvar os mandantes do desatino antidemocrático.
A resolução aprovada, acintosamente inconstitucional, não passou de uma provocação grosseira. Como não poderia deixar de ser, quebraram a cara. O Supremo Tribunal, guardião da Constituição Cidadã, aprovada com ódio e nojo da ditadura, já tornou sem efeito a malandragem inescrupulosa.
Primeiro passo de uma luta que continua. O caso em pauta revela a existência de um ordenamento secreto que, na calada da noite, produz novidades perigosas para a sorte da nossa democracia. O aumento do número de deputados, o assalto ao orçamento público pelas emendas secretas, a tentativa de cassação de mandatos combativos, como o de Glauber Braga.
Felizmente, os cartunistas, sempre na vanguarda, já nos alertaram sobre a fumaça tóxica que emana das cúpulas do Congresso. Contra o autoritarismo recorrente na nossa história, mais fortes são os poderes da resistência democrática. “Habemus Golpe”, mas os golpistas não passarão.