Enquadrado por Cappelli, diretor da Quaest diz que pesquisa “não reproduz cenário nacional”

 Enquadrado por Cappelli, diretor da Quaest diz que pesquisa “não reproduz cenário nacional”

 Atualizado em 26 de fevereiro de 2025 às 14:10 

Felipe Nunes, diretor da Quaest, respondeu as perguntas de Ricardo Cappelli, que questionou a metodologia do levantamento divulgado nesta quarta (26), e afirmou que é “defensor da transparência absoluta no trato da informação”. Por meio do X (ex-Twitter), ele diz querer “desmistificar algumas coisas”.

Cappelli havia questionado se a pesquisa, que só entrevistou eleitores de oito estados, representa o cenário nacional, e Nunes apontou que a divisão por estados permite “aprofundar a análise” da intenção de votos em algumas regiões. 

“Pesquisa em alguns estados não reproduz cenário nacional. Para isso, a gente tem a pesquisa bimestral nacional. A última feita em janeiro, a próxima será feita em março. Mas pesquisa em estados nos dá a possibilidade de aprofundar a análise territorial da disputa governo x oposição”, afirmou.

Sobre a escolha dos estados (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), o diretor da Quaest alegou que optou pelas “casas” dos principais rivais do presidente Lula, além de dois estados do Nordeste para “entender a cristalização do voto” no petista. 

Ele argumenta que São Paulo ajuda a “compreender a arrancada da oposição e a resiliência de Lula em um lugar numericamente importante”, Minas Gerais é “o estado pêndulo mais importante do país” e Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados dos governadores Ronaldo Caiado (União), Ratinho Júnior (PSD) e Eduardo Leite (PSDB), respectivamente.

Ricardo Cappelli, presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Quanto à escolha de Bahia e Pernambuco, ele afirmou: “É o teste de fogo nos estados que podemos chamar de ‘casa’ do Lula. Ou seja, a pesquisa nos ajuda a compreender a sociologia eleitoral na política regional de forma muito mais interessante”. Nunes não explicou a inclusão do Rio de Janeiro no levantamento.

Cappelli ainda perguntou “quem pagou a pesquisa” e Nunes respondeu que a Quaest recebe recursos da Genial Investimentos desde 2021. Ele ainda negou que a empresa tenha “qualquer interferência de agenda ou pauta”.

O diretor do instituto diz que outras empresas deixaram de divulgar pesquisas no segundo turno de 2022 “por opção de seus contratantes” e que a Genial manteve os investimentos nos levantamentos na ocasião. completou.