NA CADEIA - Braga Netto tentou obstruir trabalho da Justiça



 O general Walter Braga Netto foi preso neste sábado (14) por tentar obstruir o trabalho da Justiça na apuração da tentativa de golpe de Estado em que ele era um dos principais personagens. 

Foi para a prisão do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.

O protagonismo de Braga Netto no plano de golpe de Estado é apontado não só pelas investigações da Polícia Federal.

Em várias oportunidades, o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid colocou Braga Netto no centro da trama. Além disso, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro argumentou que o general seria um dos principais beneficiados se o golpe se consumasse.

Veja alguns indícios da participação de Braga Netto:

21 de novembro

Coluna de Juliana Dal Piva informou que o tenente-coronel Mauro Cid implicou o general Walter Braga Netto, ministro e candidato a vice de Jair Bolsonaro, no plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro confirmou o envolvimento de Braga Netto em audiência com Moraes. A Polícia Federal havia pedido a rescisão do acordo de colaboração premiada do tenente, após descobrir que ele havia omitido informações sobre a trama para os assassinatos.

A PF já havia descoberto que a reunião para dar início ao plano dos assassinatos havia sido realizada na casa de Braga Netto, em novembro de 2022. O tenente participou do encontro.

27 de novembro

A Polícia Federal (PF) afirma que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, participou de dois núcleos de atuação do grupo suspeito da trama golpista.

De acordo com as investigações, o militar da reserva do Exército teria participado do “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” e do “Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos”.

A descrição desses grupos, os integrantes, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e a forma de atuar de cada um estão descritos em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que levantou o sigilo da apuração.

29 de novembro

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) passou a trabalhar nos últimos dias com a tese do “golpe do golpe”, segundo a qual militares de alta patente usariam a trama golpista no fim de 2022 para derrubar o então presidente e assumir o poder -e não para mantê-lo no cargo.

A estratégia para livrar Bolsonaro do enredo golpista implica os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto como os principais beneficiados por uma eventual ruptura institucional.

Mauro Cid ofereceu R$ 100 mil para plano de assassinato de Lula e Moraes

Mauro Cid apontou Braga Netto como um dos protagonistas da tentativa de golpe. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

5 de dezembro

Coluna de Juliana Dal Piva revelou com exlcusividade que, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que presenciou quando o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente, entregou dinheiro vivo para financiar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” em uma embalagem para guardar vinhos.

A coluna apurou ainda que o dinheiro foi destinado por Braga Netto ao grupo conhecido como Kids Pretos, os militares com curso de operações especiais, durante um encontro em uma das residências oficiais da Presidência da República.Os dados foram confirmados para a coluna com duas fontes ligadas à investigação.

Procurada, a defesa de Mauro Cid não retornou. A coluna tenta contato com a defesa do general Braga Netto.

5 de dezembro

Mauro Cid, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), reforçou a participação do general Walter Braga Netto na trama golpista que pretendia impedir a posse do presidente Lula (PT).

Cid falou em depoimento à Polícia Federal (PF). Foi a primeira vez que o ex-ajudante de ordens foi questionado sobre o tema especificamente pelos policiais.

Segundo apuração da CNN, Cid também foi questionado sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo“, que, segundo a PF, consistia em um planejamento de execução de Lula, do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. 

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