O que se passa na cabecinha dos eleitores paulistanos - Os candidatos a prefeito e onde aparecem bem ou mal na foto

 

O que se passa na cabecinha dos eleitores paulistanos

Os candidatos a prefeito e onde aparecem bem ou mal na foto

 atualizado 

No país do “se a eleição fosse hoje”, e ela é só na data marcada, a mídia, refletindo o interesse do distinto público, e o seu de produzir manchetes atraentes, valoriza o recorte das pesquisas que trata a eleição como se ela fosse uma corrida de cavalos. 

Fulano lidera com tantos corpos de vantagem… O páreo está embolado com fulano e sicrano à frente… Ultrapassagem impensável do candidato X, que vinha na última posição… Sem chances de vencer, o candidato Y abandona a pista e chora…

Em certo período da ditadura de 1964, a publicação dos resultados de pesquisas chegou a ser proibida às vésperas de eleições. Era para não influenciar a definição do voto, diziam os sábios do governo. Muita gente só escolhe em quem votar em cima da hora. 

O que fazíamos na tentativa de driblar a censura? Em meio ao noticiário sobre a eleição, dizíamos: o cavalinho de tal cor avançou mais tantos pontos; o cavalinho de tal cor perdeu dois. Os leitores mais atentos acabavam entendendo. Ditadura é isso, irmão!

Curioso. Hoje são os órfãos da ditadura que mais defendem a liberdade de expressão, e que dizem que ela está sendo garroteada no Brasil. Dão como exemplo a suspensão do X. A suspensão se deu porque o dono do X desrespeitou as leis brasileiras. Simples. 

Pesquisas de intenção de voto valem mais pelas informações que trazem sobre a percepção dos eleitores acerca dos candidatos do que sobre como eles votariam hoje. Já vi pesquisas de boca de urna errarem feio, e institutos prometerem nunca mais aplicá-las.

Segundo o Datafolha, os paulistanos consideram o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, como o mais experiente, Guilherme Boulos (PSol) como o que mais defende os pobres, e Pablo Marçal (PRTB) como o mais desrespeitoso. 

No quesito experiência, Nunes vence Boulos por 43% a 23%; Marçal fica com 8%. No quesito quem mais defende os pobres, Boulos vence Nunes por 33% a 14%; Marçal aparece com 12%, Luiz Datena (PSDB) com 9% e Tabata Amaral (PSB) com 5%.

Está aí a brecha para que Boulos, num eventual segundo turno, possa diminuir o favoritismo de Nunes. Na amostra do Datafolha, 34% do eleitorado ganha até dois salários mínimos. Até aqui, 27% desse contingente prefere Nunes a Boulos (21%).  

Marçal garante que botará para quebrar, amanhã, durante o debate entre os candidatos a ser promovido pela TV Cultura. 51% dos ouvidos pelo Datafolha o apontam como o mais desrespeitoso de todos. Apenas 10% acham isso de Boulos e 4% de Nunes.

Sem tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, Marçal apanha sem poder se defender, e só ataca ou se defende nas redes sociais. Não está dando para o gasto e ele parou de crescer. Bolsonaro juntou-se aos que querem fulminar Marçal desde já. 

No quesito temas administrativos, Boulos supera Nunes quando se trata de lidar com a Educação (23% a 21%). A posição se inverte, com 23% para Nunes e 22% para Boulos, quando o assunto é Saúde. Qual é o mais preparado para combater a corrupção?

Condenado por corrupção no passado, Marçal empata com Boulos (17% a 17%), e Nunes com Datena (14% a 14%). O mais rico dos candidatos, Marçal é visto como o que mais defende os ricos (27%). Depois, vem Nunes, com 21%; os demais, abaixo de 10%. 

https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/ricardo-noblat/o-que-se-passa-na-cabecinha-dos-eleitores-paulistanos

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