Ministério da Justiça compra nova arma para combater PCC
Petrônio Viana
Paulo Cappelli
O Ministério da Justiça e Segurança Pública comprará equipamentos de última geração para combater o PCC nos presídios. São dispositivos de proteção contra drones em instalações de alta segurança no Brasil. A licitação prevê a compra de 7 sistemas fixos, 10 sistemas móveis e 11 fuzis Jammer anti-drone usados para neutralizar os objetos voadores. O custo será de R$ 62,8 milhões.
Os C-UAS, sigla em inglês para Counter Uncrewed Aerial Systems, usam receptores de sinais para rastrear o drone e identificar sua posição e a de seu operador no solo. Os fuzis Jammer são capazes de interceptar as ondas de rádio em um raio de 3 quilômetros e interromper a comunicação entre o dispositivo e seu operador.
Dessa forma, o policial que porta o fuzil poderá escolher entre desativar o drone no ar ou assumir seu comando, fazendo com que ele pouse em local específico para ser capturado e ter seu conteúdo apreendido. Com a aquisição, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal buscam interromper o fluxo de drogas, armas, celulares e dinheiro que facções enviam para criminosos que cumprem pena em unidades prisionais.
Sob reserva, agentes penitenciários de três estados relataram à coluna que os drones são, hoje, um dos principais meios usados pelo PCC para tentar fazer com que esses materiais cheguem às mãos dos detentos.
De acordo com o termo de referência da licitação, os sistemas anti-drones vão atuar “em benefício das atividades de segurança de dignitários, testemunhas e também da proteção à instalações sob a responsabilidade da Polícia Federal do Brasil, bem como das necessidades dos órgãos participantes”.
Atualmente, há faccionados do PCC tanto em presídios federais, como Marcola, líder máximo da facção, quanto em cadeias geridas por governos estaduais.
Como mostrou a coluna, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo impuseram um prejuízo financeiro recorde ao narcotráfico nos últimos dois anos. Subordinada ao Ministério da Justiça, a PF é comandada por Andrei Rodrigues; já a segurança paulista é chefiada pelo secretário Guilherme Derrite.
O preço de cada fuzil
A aquisição do Ministério da Justiça será dividida em três lotes. O primeiro e o segundo lotes se referem aos receptores fixos e móveis e foram reunidos no Grupo 1 da licitação, no sentido de promover a padronização dos sistemas, viabilizar a capacitação dos operadores e facilitar a gestão do contrato. O Grupo 2 é formado apenas pelo terceiro lote, com os fuzis Jammer, no sentido de ampliar a competitividade das empresas participantes.
“O levantamento de mercado constatou que existem empresas que fornecem os dois tipos de Soluções (fixo e móvel). Nesse sentido, não haverá prejuízo a competitividade, já que se trata de soluções similares, apenas com as adaptações necessárias para o funcionamento estacionário e móvel. Já o Item 3 (Fuzil Jammer Anti-Drone) não possui interdependência com as demais soluções. Além disso, há empresas que fornecem apenas esse tipo de equipamento”, diz o edital da licitação.
O custo de cada receptor incluído nos itens 1 e 2 foi calculado em R$ 3,6 milhões. Desse modo, o item 1 foi orçado em R$ 25,2 milhões e o item 2, em R$ 36 milhões. Os receptores devem ter 6 canais em wide, fm-wide band low vhf e alimentação por bateria recarregável
Os fuzis Jammer vão custar, cada um, R$ 149,4 mil, totalizando R$ 1,6 milhão. Eles devem ter potência de 2W, 6 canais UN, modulação de frequência em VHS-152 a 161mhz e UHF-458 a 470 metros, além de bateria recarregável, clip de fixação com cinto, acessórios e carregador de bateria rápido 110/220v.
A vigência do contrato com a empresa vencedora da licitação é de 5 anos e não pode ser prorrogada.
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