Povo vai as ruas contra PL do Estupro

- ICL Notícias 

Em SP e RJ, Lira foi alvo de manifestantes



A tramitação em regime de urgência do Projeto de Lei (PL) que equipara aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio motivou a convocação de atos de protestos que foram realizados na noite desta quinta-feira (13) em várias cidades brasileiras. Duas grandes manifestações foram verificadas na avenida Paulista, em São Paulo, e na Cinelândia, no Rio de Janeiro.


O texto está sendo tratado como “PL do Estupro”, já que prevê pena de até 20 anos de prisão para o caso de mulher que faça aborto após 22 semanas de gravidez, mesmo em caso de estupro, enquanto a punição máxima para um estuprador é de 10 anos.


Na manifestação do Rio, um dos cantos era direcionado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que organizou uma manobra relâmpago para que o PL fosse votado em regime de urgência. “Ô Lira/ Você vai ver/ Quem derrubou o Cunha/ Vai derrubar você!”.



Em São Paulo, Arthur Lira também foi o alvo preferencial dos manifestantes. Muitos dos presentes expressaram a esperança de que os atos de hoje sejam o início de uma mobilização popular contra o avanço da extrema direita no Congresso. O ato foi do MASP até o final da avenida Paulista.


O deputado Sostenes Cavalcante (PL-RJ) é o autor do projeto. Ele disse que a proposta  bancada evangélica representa um “teste” para o presidente Lula. “O presidente mandou uma carta aos evangélicos na campanha dizendo ser contra o aborto. Queremos ver se ele vai vetar. Vamos testar Lula”, disse Sóstenes ao blog da jornalista Andréia Sadi, publicado no site G1.


O deputado espera que projeto que equipara aborto a homicídio passe com ”mais de 300 votos” na Câmara.


Segundo os jornalistas Gustavo Zucchi e Igor Gadelha, do site Metrópoles, depois da péssima repercussão do PL, Lira estaria disposto a “segurar” a votação do mérito do projeto de lei.


Ele teria avisado a interlocutores e deputados que pretende esperar a “poeira baixar” para marcar a votação do mérito da proposta. A ideia é discutir o texto nas próximas semanas para rebater as críticas.


Ao jornal O Globo, o presidente da Câmara declarou: “O que é permitido hoje na lei não será proibido, não acredito em apoio na Casa para isto. Para casos de gravidez decorrente de estupro, bebês anencéfalos e gravidez de risco, não há pena”


Urgência para o PL

Na votação de quarta-feira (12), o Arthur Lira não especificou o número do requerimento em votação e, após anunciar sua aprovação, houve confusão entre os parlamentares sobre o assunto votado.


A urgência foi aprovada de forma simbólica, sem contagem de votos, com oposição do PSOL, PC do B e PT.


Essa urgência agiliza a tramitação do projeto, permitindo que ele vá diretamente para o plenário, sem passar pelas comissões temáticas. A análise do mérito do texto ficará para a próxima semana, de acordo com um parlamentar envolvido nas negociações.


O projeto propõe alterações no Código Penal, equiparando o aborto após 22 semanas de gestação às penas previstas para homicídio simples. Além disso, estipula que o aborto não será permitido em casos de viabilidade fetal, mesmo quando resultantes de estupro.


Ou seja: mulheres que forem vítimas de estupro e interrompam a gravidez nesse período poderão ser presas, recebendo pena de até 20 anos de detenção. Punição menor que a do estuprador, cuja pena máxima é de 10 anos.


Atualmente, no Brasil, o aborto é permitido em três situações: gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal.

https://iclnoticias.com.br/20669-2/

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