Policiais que integravam “staff” da Abin são afastados; veja nomes

 Na Mira

Policiais que integravam “staff” da Abin são afastados; veja nomes

Policiais federais investigados teriam atuado para produzir provas a favor de Renan Bolsonaro, filho do então presidente, Jair Bolsonaro



 atualizado 

O núcleo paralelo seria liderado pelo delegado da PF e deputado federal Alexandre Ramagem, principal alvo da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na manhã desta quinta-feira (25/1).

De acordo com as investigações da PF, os policiais integravam dois “núcleos”. O primeiro é o de “Alta-Gestão”, composto por delegados federais que, ao tempo dos fatos, estavam cedidos para a Abin exercendo funções de direção e utilizaram o software FirstMille para monitoramento de alvos e autoridades públicas, bem como para serviço de contrainteligência e criação de relatórios anônimos. 

Os integrantes de tal grupo seriam Ramagem e Carlos Afonso Gonçalves, delegado federal e secretário de Planejamento e Gestão, também ex-diretor do Departamento de Inteligência Estratégica. 

  • Marcelo Araújo Bormevet, servidor e secretário de Planejamento e Gestão – trabalhava com credenciamento de segurança e pesquisa para nomeações.
  • Felipe Arlotta Freitas, policial federal – ocupou coordenação importante do Centro de Inteligência Nacional (CIN).
  • Carlos Magno de Deus Rodrigues, policial federal – exerceu cargo de coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Integridade Corporativa.
  • Henrique César Prado Zordan, policial federal – ficou lotado no gabinete do diretor-geral.
  • Alexandre Ramalho, policial federal – ficou lotado no gabinete do diretor-geral.
  • Luiz Felipe Barros Felix, policial federal – ficou lotado no gabinete do diretor-geral.

As apurações da PF apontam, ainda, que os policiais federais investigados exerciam atividades não conhecidas. A corporação ressaltou que, inclusive, há Processo Administrativo Disciplinar cujo objeto é justamente a apuração de quais seriam as atividades realizadas pelos policiais federais no período em que estiveram cedidos à Abin.

A investigação também aponta para o fato de que a alta direção da agência, exercida por policiais federais cedidos ao órgão durante a gestão do então diretor-geral, Alexandre Ramagem, teria “instrumentalizado a mais alta agência de inteligência brasileira para fins ilícitos de monitoramento de alvos de interesse político”, bem como de autoridades públicas, sem a necessária autorização judicial.

Os policiais federais destacados se utilizaram das ferramentas e dos serviços da Abin para trabalhos de contrainteligência ilícitos com o intuito de interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como tentar produzir provas a favor de Renan Bolsonaro, filho do então presidente, Jair Bolsonaro. 

Operação da PF

Equipes da PF fizeram buscas no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e no apartamento funcional, na manhã desta quinta-feira (25/1). Além de Ramagem, policiais federais são alvo da Operação Vigilância Aproximada.

Eles são suspeitos de integrar uma organização criminosa que se infiltrou e usou o aparelho estatal da Abin para monitorar ilegalmente a geolocalização de dispositivos móveis de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e juízes.

Ao todo, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão. Do total, 18 são em Brasília (DF), um em Juiz de Fora (MG), um em São João del Rei (MG) e um no Rio de Janeiro.

Mudança no comando

Em nota, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) defendeu que a nova operação da PF mostra a importância de ter servidores do próprio órgão em posições de comando.

“Se confirmados os ilícitos apurados, a problemática gestão da ABIN por Alexandre Ramagem e seus assessores reforça a importância de a Agência ser gerida por seu próprio corpo funcional, e não por atores exógenos politicamente condicionados, como no governo anterior”, escreveu a direção executiva da Intelis.

Ainda na nota, a entidade defende que os profissionais de carreira da Abin são os maiores interessados na apuração de desvios no uso de ferramentas de inteligência. Ao fim da nota, a Intelis pontua que essas ferramentas (no caso, o FirstMille) “são semelhantes às utilizadas nos sistemas de inteligência de democracias consolidadas”. 

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