“A elite brasileira nunca teve a intenção de educar o povo”, diz Lula
Augusto de Sousa
Atualizado em 18 de janeiro de 2024 às 17:39
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas à elite brasileira durante um evento na Bahia e anunciou planos para melhorar a educação no país, destacando o modelo de desenvolvimento adotado pela China. O evento marcou a implantação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, um projeto que receberá investimentos de R$ 650 milhões, com previsão de inauguração no primeiro semestre de 2025.
Lula lamentou a histórica falta de investimentos na educação no Brasil, apontando para a negligência da elite em priorizar o desenvolvimento educacional do país, afirmando que a elite brasileira “nunca teve a intenção de educar nosso povo”.
Em seu discurso, o presidente relembrou a demora na criação da primeira universidade brasileira, criticando o histórico de desinvestimento ao longo dos anos. “Eu queria que vocês me apontassem um único país do mundo que se desenvolveu sem que antes fizesse investimento em educação”, comentou.
Ao citar a China como exemplo, Lula enfatizou que o país asiático investiu muito em educação para impulsionar seu desenvolvimento.
“A China, até outro dia, tinha um PIB menor que o do Brasil, era um país muito pobre. Qual foi a revolução que aconteceu na China? Primeiro, investimento em educação. A quantidade de chineses estudantes de engenharia no mundo inteiro é muito maior do que o que temos dentro do Brasil. Nunca se pensou no ensino como uma coisa essencial”, argumentou.
O governo brasileiro anunciou a intenção de investir R$ 45 bilhões em educação, ciência e tecnologia até 2026, conforme declarado pelo Ministério da Educação. Os recursos inicialmente estão sendo direcionados para a conclusão de creches e escolas inacabadas, com planos futuros de incluir a construção de institutos federais, universidades, centros de pesquisa e modernização de estruturas.
Lula também expressou otimismo quanto ao “ano de colheita” para o Brasil, indicando um plano extenso de inaugurações e lançamentos do Novo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) em todo o país.
O presidente destacou o desafio de lidar com um país em estado crítico quando assumiu a presidência, com diversas obras paralisadas em setores como creches, universidades, UBS e hospitais.
Ele também comparou o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), com uma “praga de gafanhotos”, e disse que a privatização da Eletrobras, uma empresa estratégica de energia, foi um “escárnio” cometido pela extrema-direita.
Além disso, inaugurou a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Paulo Afonso (BA) e visitará a refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). Sua agenda também inclui a participação na cerimônia de troca do Comando Militar do Nordeste, no Recife, e o lançamento da pedra fundamental do campus do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em Fortaleza.
Veja a íntegra do evento na Bahia:
