Grupo Prerrogativas defende Barroso e cita tentativas de golpe feitas por bolsonaristas

A entidade afirmou que "o 'bolsonarismo' passou a abrigar o desaguadouro de inúmeros delírios e desatinos de inspiração fascista, nazista, racista e misógina"

    Luís Roberto Barroso, ministro do STF, e Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas
Luís Roberto Barroso, ministro do STF, e Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas (Foto: Senado)

247 - O grupo Prerrogativas, formado por juristas, profissionais e docentes da área jurídica, emitiu uma nota em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso após o magistrado incluir o "bolsonarismo", a censura e da tortura entre os males derrotados pela sociedade brasileira, ao fazer um discurso no 59° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) na última quarta-feira (12). 

"O grupo tem como premissa que a repulsa ao extremismo não apenas está franqueada a todas as autoridades que exerçam responsabilidades nas instituições brasileiras, senão mesmo constitui uma obrigação de todos que mantenham compromisso com a preservação da democracia em nosso país. Sobretudo após os eventos do 8 de janeiro de 2023, de uma vez por todas, o 'bolsonarismo' passou a ser definitivamente associado a uma grave e perigosa deformação da política, devido às suas inegáveis práticas de violência, mentira e radicalização golpista", acrescentou.

O Prerrogativas afirmou que "o 'bolsonarismo', em suma, passou a abrigar o desaguadouro de inúmeros delírios e desatinos de inspiração fascista, nazista, racista e misógina, sempre dedicado ao estímulo irresponsável à intolerância, baseada na disseminação do ódio, do preconceito e da subversão da realidade dos fatos".

De acordo com o grupo, "a fala do ministro Barroso está longe de representar quebra de sua imparcialidade como julgador, tampouco juízo depreciativo a eleitores de um modo geral". "Trata-se, na verdade, da necessária estigmatização a uma espécie deletéria de radicalização, nociva à estabilidade das regras do jogo democrático. Ao cabo da obstinada corrosão das instituições de Estado, levada a efeito pelo governo bolsonarista, culminando com uma tentativa de golpe articulada a partir de atos de vandalização de prédios públicos, inclusive do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto (sede da Presidência da República) e do Supremo Tribunal Federal, não há mais como deixar de vincular o 'bolsonarismo' às formas mais deterioradas de ação política, dentre aquelas que merecem além da abominação pública também a sua interdição das disputas políticas regulares", continuou. 

O Prerrogativas afirmou que "o 'bolsonarismo', em suma, passou a abrigar o desaguadouro de inúmeros delírios e desatinos de inspiração fascista, nazista, racista e misógina, sempre dedicado ao estímulo irresponsável à intolerância, baseada na disseminação do ódio, do preconceito e da subversão da realidade dos fatos". "E como uma de suas principais ferramentas de mobilização, o 'bolsonarismo' promove ativamente, por meio de manipulações grosseiras, o descrédito do processo eleitoral, ameaçando minar a confiança da população no sistema democrático. Enfim, algo verdadeiramente patológico em termos políticos e sociais", disse. 

"A expressão utilizada pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, ao considerar haver sido derrotado o 'bolsonarismo' no âmbito da sociedade brasileira, faz referência ao êxito da resistência ao extremismo político anômalo e ao golpismo por ele patrocinados. Assim, entende o grupo Prerrogativas que não há motivos para que o Ministro Barroso seja recriminado por sua declaração, muito menos acusado de por meio dela violar o seu dever de isenção".

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