Entenda como funciona aparelho usado em buscas que rastreia sinal do celular de desaparecidos no Litoral Norte de SP


Fiscal da Anatel utiliza equipamento para identificar aparelhos nos escombros em São Sebastião (SP) e ajudou no resgate de três crianças e a encontrar cinco corpos soterrados.

Por Arthur Stabile e Bruno Tavares, g1 SP

Analisador de espectro, aparelho usado para captar sinais de celular em meio aos escombros — Foto: Reprodução/TV Globo
Analisador de espectro, aparelho usado para captar sinais de celular em meio aos escombros — Foto: Reprodução/TV Globo

Analisador de espectro, aparelho usado para captar sinais de celular em meio aos escombros — Foto: Reprodução/TV Globo

A Anatel enviou para São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo, um equipamento capaz de identificar aparelhos de celular que estão na área soterrada na tragédia que atingiu a região. O aparelho capta ondas eletromagnéticas enviadas por celulares que tentam obter sinal das operadoras telefônicas.

Como funciona:

  1. Um fiscal da Anatel com o aparelho aponta para a área em que houve o desabamento;
  2. Caso um celular esteja soterrado, o equipamento capta a busca por sinal de operadoras telefônicas;
  3. O fiscal identifica a tentativa de comunicação e aciona as equipes de socorro para concentrarem as buscas no local de onde partiu o sinal.

Em São Sebastião, o uso do equipamento já surtiu efeito: três crianças foram resgatadas nos trabalhos com auxílio da tecnologia. O analisador também ajudou a encontrar o corpo de cinco vítimas dos desabamentos em área onde foram captadas ondas de celular.

"Constatamos alguns sinais forte nos locais e nos locais onde a gente constatou o canil da guarda civil municipal de São Paulo veio até o local, os cachorros sentiram faro de pessoas, e teve locais já em que estão identificadas algumas vítimas", afirmou o fiscal da Anatel Alfredo de Andrade Filho, à TV Globo.

Para facilitar a identificação dentro dos escombros, o grupo de resgate pede para que todos os integrantes e populares no entorno desliguem ou coloquem os seus celulares em modo avião para potencializar a captação do equipamento.

"Onde o sinal estiver mais forte é onde tem celular ligado buscando operadora, e aí a gente consegue indicar pro pessoal vir com o canil pra sentir faro em pessoas que possam estar soterradas", disse.


O analisador de espectro, como é chamado o recurso, é utilizado pela Anatel desde 2019, quando houve o desabamento de um prédio em Fortaleza, no Ceará

À época, não foi possível identificar sinais de celulares, pois o terreno não permitia aproximação suficiente dos fiscais, conforme detalhado pela agência.

Ao g1, a Anatel disse que possui cerca de dez unidades do analisador de espectro em cada unidade nos estados. A depender de cada especificação técnica, o equipamento possui valor médio de R$ 100 mil a unidade.

"Uns 5 sinais de celular a gente conseguiu captar [em São Sebastião]. Tem que entender também que se estiver muito soterrado a gente não consegue localizar, o que estiver um pouco mais próximo da superfície a gente consegue", afirmou Andrade Filho.

Segundo a agência, o uso cotidiano da ferramenta visa monitorar frequências que podem interferir e prejudicar serviços de telecomunicação e até para transmissões de rádio e TV.

"Na presente ocasião [tragédia de São Sebastião], a Agência vislumbrou a viabilidade de utilização desses equipamentos como um recurso tecnológico adicional aos trabalhos das equipes de resgate, cujos resultados se traduzem em maior agilidade na localização de vítimas e na preservação de vidas possivelmente ainda existentes", afirmou a Anatel, em nota.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/02/22/entenda-como-funciona-aparelho-usado-em-buscas-que-rastreia-sinal-do-celular-de-desaparecidos-no-litoral-norte-de-sp.ghtml

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