Moraes manda PF fazer buscas contra mais de 80 bolsonaristas por atos antidemocráticos



Mirelle Pinheiro

 atualizado 15/12/2022 9:28

 | Metrópoles

A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta quinta-feira (15/12), 81 mandados de busca e apreensão contra bolsonaristas, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em apuração na Corte sobre os bloqueios de rodovias após a divulgação do resultado das Eleições de 2022.

A determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes

Os mandados são cumpridos no Distrito Federal (1) e nos seguintes estados: Acre (9), Amazonas (2), Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), Paraná (16), em Rondônia (1) e Santa Catarina (15). Os alvos são pessoas físicas e empresas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública.

O ministro do STF determinou, ainda, a quebra de sigilo bancário e o bloqueio das contas de dezenas de empresários. Esta é a maior operação contra financiadores de atos antidemocráticos feitas desde o fim das eleições.

Na segunda-feira (12/12), Moraes — também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — afirmou que responsabilizaria os grupos que atacam a democracia e pretendem “subverter a ordem política”.

A PF do Espírito Santo informou que cumpriu 23 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e outras determinações. Os alvos dos cumprimentos foram nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeira de Itapemirim.

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Na solenidade de diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), Alexandre de Moraes fez um discurso carregado de críticas a grupos antidemocráticos e disseminadores de desinformação, classificados pelo ministro como “criminosos”.

“Estabilidade democrática e respeito ao Estado de Direito não significam ausência de turbulências, ausência de embates ou mesmo, como se viu nas últimas eleições, ausência de ilícitos e criminosos ataques antidemocráticos ao sistema eleitoral e à própria democracia”, discursou Moraes.

O integrante da Suprema Corte deu continuidade dizendo que quem atenta contra o regime democrático será responsabilizado e que identificou os grupos envolvidos nos protestos.

“Estabilidade democrática e respeito ao Estado de Direito significam observância fiel à Constituição, pleno funcionamento das instituições e integral responsabilização de todos aqueles que pretendiam subverter a ordem política criando um regime de exceção”, continuou.

Moraes classificou os grupos que tentaram lançar dúvidas sobre as eleições deste ano como “extremistas”. O presidente do TSE acrescentou que eles e os “criminosos” querem prejudicar a democracia com a disseminação de fake news.

Os manifestantes depredaram uma unidade do McDonald’s e carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte (SHN) foram depredadosVinícius Schmidt/Metrópoles

Manifestantes sentam no chão, na via W3 Norte, e pedem presidente BolsonaroVinícius Schmidt/Metrópoles

Idosa se ajoelha no chãoMatheus Veloso/Metrópoles

Bolsonaristas promovem caos e destruição no centro de Brasília, na altura da W3 Norte. Na imagem, eles aparecem em pé, cantando o hino nacional no meio de uma pista na frente de agentes da PMDF - Metrópoles

Eles cantaram o Hino NacionalVinícius Schmidt/Metrópoles

O grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou invadir o prédio da PF, na Asa NorteMatheus Veloso/Metrópoles

Em resposta, os grupos de forças de segurança soltaram bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borrachaMatheus Veloso/Metrópoles

Os manifestantes incendiaram diversos carros e, ao menos, cinco ônibus pela área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles

O trânsito de veículos na área central foi bloqueadoMatheus Veloso/Metrópoles

Segundo nota da SSP-DF, a Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenárioMatheus Veloso/Metrópoles

O futuro Ministro da Justiça, Flávio Dino, convocou uma coletiva de imprensa no CCBBMatheus Veloso/Metrópoles

“Este é um momento delicado e que exige bom senso de todos os envolvidos no intuito de cumprir a lei, manter a ordem e garantir a segurança das pessoas”, afirmou Anderson Torres à coluna Grande AngularMatheus Veloso/Metrópoles

A revolta começou após a Polícia Federal (PF) ter prendido o indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante, o Tserere XavanteVinícius Schmidt/Metrópoles

Os manifestantes depredaram uma unidade do McDonald’s e carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte (SHN) foram depredadosVinícius Schmidt/Metrópoles

Manifestantes sentam no chão, na via W3 Norte, e pedem presidente BolsonaroVinícius Schmidt/Metrópoles

Ataques

Nessa segunda-feira (12/12), manifestantes bolsonaristas tentaram invadir o prédio da Polícia Federal, entraram em confronto com agentes da corporação e da Polícia Militar, atiraram paus, pedras e placas de trânsito, além de atearem fogo em carros e ônibus.

Os vândalos alegaram que as ações ocorreram em resposta à prisão de um indígena bolsonarista. Os atos transformaram o centro de Brasília em campo de guerra e deixaram um rastro de destruição por quilômetros.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que abriu inquérito para apurar a ação de um grupo criminoso que teria organizado, financiado e praticado os atos de vandalismo que ocorreram após a tentativa de invasão da sede da PF.

Manifestantes atearam fogos em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles

Manifestantes atearam fogo em carro em posto de gasolina próximo à sede da PFMatheus Veloso/Metrópoles

Botijões de gás espalhados em pistaMatheus Veloso/Metrópoles

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) ateam fogo em diversos carros pela capital federalMatheus Veloso/Metrópoles

Ao menos cinco ônibus foram queimadosMatheus Veloso/Metrópoles

Os manifestantes também tentaram bloquear a via W3 Norte, ateando fogo em conesMatheus Veloso/Metrópoles

A força de segurança foi reforçada no hotel Meliá 21, local onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está hospedadoMatheus Veloso/Metrópoles

Manifestantes atearam fogos em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles

Letreiro de ônibusMatheus Veloso/Metrópoles

Manifestantes atearam fogos em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles

Vidro quebrado em loja de shoppingMatheus Veloso/Metrópoles

Clientes dentro de shopping aguardam diminuição da movimentação próximo à sede da PFMatheus Veloso/Metrópoles

Manifestantes atearam fogos em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles

Manifestantes atearam fogo em carro em posto de gasolina próximo à sede da PFMatheus Veloso/Metrópoles

Pedidos de investigação

Devido aos ataques, Alexandre de Moraes assinou um ofício após o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) encaminhar pedido de investigação e de indiciamento contra a primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro. No documento, o parlamentar argumentou que ela teria “incentivado e patrocinado” manifestações com questionamentos aos resultados das eleições presidenciais.

Alexandre de Moraes decidiu arquivar a queixa contra a primeira-dama, mas determinou outras apurações. Agora, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o Governo do Distrito Federal têm até esta sexta-feira (16/12) para responder quais medidas as forças de segurança de Brasília tomaram para coibir atos de vandalismo provocados por manifestantes bolsonaristas.

Moraes assinou o documento que pede mais informações nessa quarta-feira (14/12), com prazo de 48 horas para Anderson Torres e a Secretaria de Segurança Pública do DF “informarem as medidas adotadas em relação aos fatos específicos ocorridos em 12/12/2022”.

carro com vidro quebrado

Veículo atingido na parte do vidro traseiroMarcus Rodrigues/ Esp Metrópoles

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Diversos carros foram quebrados por manifestantesMarcus Rodrigues/ Esp Metrópoles

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Paus e pedras foram arremessados nos vidrosMarcus Rodrigues/ Esp Metrópoles

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Trabalhadores que estacionaram em frente à Polícia Federal tiveram os carros quebradosMarcus Rodrigues/ Esp Metrópoles

Carro com vidro quebrado

Carro ficou com o vidro traseiro quebradoMatheus Veloso/Metrópoles

Veículo atingido na parte do vidro traseiroMarcus Rodrigues/ Esp Metrópoles

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Veículo atingido na parte do vidro traseiroMarcus Rodrigues/ Esp Metrópoles

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Diversos carros foram quebrados por manifestantesMarcus Rodrigues/ Esp Metrópoles


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