Comunidade LGBTQIAP+ de Mogi das Cruzes frequenta cultos de igreja inclusiva

 

Bispa fundou local há dois anos e 90% dos frequentadores são da comunidade.

Por Janaína Rodrigues, Bom Dia Diário

Igreja de Mogi das Cruzes acolhe membros da comunidade LGBTQIAP+

Igreja de Mogi das Cruzes acolhe membros da comunidade LGBTQIAP+

Amor e fé sempre andam juntos. E uma igreja de Mogi das Cruzes está provando que o acolhimento de todos aqueles que têm fé é uma demonstração de amor.

Fundada há dois anos, aos poucos a igreja vai atraindo mais pessoas. Mais de 90% dos que frequentam são da comunidade LGBTQIAP+.

Os frequentadores da igreja se reúnem semanalmente no culto para louvar a Deus, agradecer e pedir por mais uma semana de bençãos.

Culto acontece aos domingos em igreja de Mogi das Cruzes — Foto: Reprodução/ TV Diário
 Culto acontece aos domingos em igreja de Mogi das Cruzes — Foto: Reprodução/ TV Diário

Outro ensinamento muito importante, nada de discriminação ou preconceito. 

Quem fundou a igreja inclusiva foi a bispa Vivian Cardozo. 

"A primeira necessidade veio de mim mesma. Eu sempre congreguei, evangélica desde pequena e aí depois que descobri minha sexualidade, como sendo lésbica eu percebi que não poderia fazer mais parte de um ministério tradicional porque exclui-se as pessoas para ser atuante no ministério. Até poderia frequentar igrejas, mas não poderia atuar nas igrejas como eu sempre atuei."

Ela conta que então foi pesquisar se existiam igrejas que aceitavam população LGBT e descobriu que existem. Principalmente em São Paulo, Rio e Estados Unidos.

 "E aí conheci uma igreja, gostei, me filiei a essa igreja e conheci outras pessoas e vi que aqui em Jundiapeba tinha a necessidade de alguns irmãos que são LGBT que foram excluídos de igrejas tradicionais. Por isso, a gente resolveu fundar aqui em Jundiapeba a igreja e começou na minha casa mesmo, em um quartinho."

Isso foi há dois anos e aos poucos a igreja vai atraindo mais pessoas. Mais de 90% dos que frequentam são da comunidade LGBTQIAP+. 

É o caso de Bruno Garcia que é homossexual. Ele afirma que encontrou na igreja um caminho para viver com mais alegria e menos vícios.

"Eu fumava, eu bebia, eu saia com outras pessoas e quando eu comecei realmente a entender que Deus, ele me ama pelo o que eu sou e não pelo que eu tenho. Então, eu comecei a entender isso e comecei a me autonalisar. 

E ver que eu estava errado fazendo as coisas que eu estava fazendo, bebendo, fumando, saindo com outras pessoas. E aí eu comecei a mudar e comecei a ver que realmente vale a pena. E a igreja ela tem me ajudado de uma forma assim inexplicável", afirma Garcia.

Everton Moraes é pastor e frequenta a igreja há dois meses.

 Ele sempre foi ligado à igreja cristã, mas quando assumiu que era homossexual afirma que foi vítima de preconceito. 

"Eu quando estudei teologia, estudei para ser pastor de uma igreja tradicional. Porém, eu vivia uma mentira e precisei me assumir. No momento que me assumi a igreja me convidou a me retirar do ministério. Foi aí que eu encontrei o evangelho inclusivo que é da qual hoje eu também faço parte. No início foi um pouco difícil porque é um choque, ainda mais anos atrás. Hoje em dia é mais comum uma igreja inclusiva."

O culto do último domingo (19), foi especial e em louvor à bispa Vivian. Ela passa por um tratamento de câncer. "Hoje é um culto alegre, pois existe a possibilidade de cura. E se não houvesse que seja feita a vontade de Deus sempre. Que a gente possa ter paz, quando há solução e se não houvesse que a gente possa encontrar essa paz que a gente busca em Cristo."

A Igreja Comunidade Evangélica funciona na Rua Cecília da Rocha, 1000, no distrito de Jundiapeba. Os cultos são aos domingos, às 18h30.

https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2022/06/20/comunidade-lgbtqiap-de-mogi-das-cruzes-frequenta-cultos-de-igreja-inclusiva.ghtml

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