A CPI fora dos planos de Pacheco
Pacheco quer se reeleger ao comando do Senado Foto: Fotoarena/Folhapress
Na quarta-feira, 22, Pacheco disse que “o fato de estarmos muito perto das eleições termina prejudicando o trabalho dessa e de qualquer outra CPI”.
A preocupação com a proximidade eleitoral –as campanhas vão para a rua oficialmente a partir do dia 16 de agosto, portanto, a menos de dois meses– é a justificativa para não instalar uma CPI que apure as denúncias de corrupção no Ministério da Educação.
O que Pacheco não vai admitir, segundo seus interlocutores, é que o movimento faz parte de sua estratégia para ser reeleito presidente do Senado em fevereiro do ano que vem.
Pacheco tem receio de ser tachado de oposicionista.
Acredita que isso pode atrapalhar os planos de permanecer à frente do Senado, qualquer que seja o governo.
Avalia que precisa ter a imagem de quem foi equilibrado, "agiu como um magistrado", disse a um aliado.
A CPI da Pandemia causou danos à imagem do presidente Jair Bolsonaro e demonstrou ao governo e à sua base que o risco de que uma investigação é alto demais –mais ainda em plena eleição. É uma briga que Pacheco não quer comprar.
Na próxima semana, o presidente do Senado vai conversar com as lideranças do Senado para tentar um acordo sobre a instalação (ou não) da CPI. Ele quer envolver oposição e governo.
É devido à resistência de Pacheco que o senador Randolfe Rodrigues decidiu esperar até a semana que vem para protocolar a CPI. Ele diz já tem 28 assinaturas - uma a mais que o mínimo exigido -, mas quer ampliar o apoio a seu requerimento e forçar a instalação.
Nonato Viegas
nonato.viegas@obastidor.com.br
Publicada em 24/06/2022 às 12:00