É grave a confusão de papel feita por Wassef, diz ex-procurador-geral de Justiça

Ex-procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa avaliou, em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (22), que o advogado Frederick Wassef, que defendia o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), desempenhou uma "grave confusão de papel" ao abrigar Fabrício Queiroz, ex-assessor investigado e preso, no imóvel em Atibaia, no interior de São Paulo, na última quinta-feira (18).
Da CNN
22 de junho de 2020 
"Não é normal que o advogado abrigue cliente ou investigado na sua residência ou imóvel. A advocacia não é hospital para internar o paciente. Isso não faz sentido. Então me parece bastante grave essa confusão de papel e de personagem, sobretudo em um caso de grande repercussão. Não há quem não acompanhe, nos últimos anos, essa investigação. Há uma dose de gravidade muito grande", disse ele.
Elias Rosa ainda ressaltou que Wassef, que deixou o caso após a polêmica, pode vir a responder ou ser investigado por obstrução de justiça. "Nesse sentido, ele teria deixado a condição de advogado para assumir uma outra posição mais delicada no processo - a de investigado - na medida em que pode, em tese, concorrido para essa obstrução de justiça ou dificultado a investigação criminal", esclareceu.
Wassef deixa caso
No domingo (21), Wassef disse, em entrevista à CNN, que deixaria o caso de defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 
"Assumo total responsabilidade e estou saindo do caso, substabelecendo para outro colega. Ficarei fora do caso para que não me usem", declarou. Segundo Wassef, ele tem sido "atacado" com vistas a atingir o presidente .
Em um tuíte logo após a entrevista, o senador agradeceu ao advogado. "Lealdade e a competência do advogado Frederick Wassef são ímpares e insubstituíveis. Contudo, por decisão dele e contra a minha vontade, acreditando que está sendo usado para prejudicar a mim e ao presidente Bolsonaro, deixa a causa mesmo ciente de que nada fez de errado."
Nesta segunda-feira (22), os advogados Luciana Pires e Rodrigo Roca assumiram a defesa do senador no caso das rachadinhas.
(Edição: André Rigue)

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