Articulada por Bolsonaro, troca de líder do PSL na Câmara é novo capítulo da crise na sigla

A crise no PSL teve mais um capítulo nesta quarta-feira (16). Um grupo de deputados do partido decidiu destituir o líder da bancada na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir, para dar lugar a Eduardo Bolsonaro. 
O pedido de troca foi feito pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.
Áudios divulgados mostram o presidente pedindo apoio a deputados do PSL para retirar o líder da sigla na Câmara. “Olha só, nós estamos com 26, falta uma assinatura para a gente tirar o líder, tá certo, e botar o outro”, disse.
No início da noite, os deputados do PSL entregaram um requerimento com 27 assinaturas, pedindo a troca do líder da bancada na Câmara. No entanto, logo em seguida, o deputado Delegado Waldir apresentou uma lista com 32 assinaturas para retomar a liderança. Somadas, as duas listas contêm 59 assinaturas, seis a mais do que o número de deputados do partido.
O mal estar entre os parlamentares teve início no dia anterior, quando Delegado Waldir orientou o PSL a obstruir uma votação de interesse do governo. A tentativa não deu certo, e os deputados aprovaram a medida provisória que tratava da reestruturação administrativa da da Casa Civil e da Secretaria de Governo.
O Delegado Waldir faz parte da ala do PSL ligada ao presidente Luciano Bivar, e a manobra de terça-feira (15) foi interpretada como um ato contra o governo.
Após entregar o requerimento solicitando a destituição de Waldir do cargo, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, nomeou Eduardo Bolsonaro como o sucessor. O filho do presidente afirmou que deve ficar no cargo até dezembro.
“Inicialmente eu não queria ser líder, mas é o nome em que tem a maior convergência dentro dos deputados e, dessa maneira, o meu compromisso é ficar até dezembro, oportunidade em que teremos eleições no partido para escolher o líder do ano que vem. A minha intenção é apenas manter o status quo”, garantiu.
Pelas regras internas da Câmara, a escolha do líder partidário é oficializada por documento endereçado ao presidente da Casa. Agora, caberá à área técnica fazer a contagem das assinaturas das listas, já que, somando os dois documentos, apareceram seis assinaturas a mais do que número de deputados do partido. O caso será enviado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
*Com informações da repórter Natacha Mazzaro 

‘Se alguém grampeou, é uma desonestidade’, diz Bolsonaro sobre áudio vazado

Após vazamento de áudio sobre suposta articulação para troca do líder do PSL na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (17) que, se alguém o “grampeou”, foi um ato de desonestidade.
“Eu não trato publicamente deste assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade”, afirmou o presidente.
Na noite de quarta-feira (16) um grupo de 27 deputados do PSL decidiu destituir o líder da bancada na Câmara, Delegado Waldir (GO), substituindo-o por Eduardo Bolsonaro (SP).
Deputados do PSL ligados ao presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), apresentaram nova lista para manter Delegado Waldir no cargo e abriram uma “guerra de listas”.
O pedido para a troca de líder do PSL na Câmara foi feito pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que conversou com parlamentares do PSL e cobrou apoio para seu filho número 03.
Na terça-feira (15) o Delegado Waldir havia orientado a bancada do PSL a votar contra uma Medida Provisória que tratava da reestruturação administrativa da Casa Civil e da Secretaria de Governo.
A conversa gravada, atribuída ao presidente, na qual solicitava apoio para derrubada do Delegado Waldir, foi divulgada na noite de quarta pela imprensa. “Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram? Deram uma de jornalista? Eu converso com os deputados”, disse Bolsonaro.
Crise
Bolsonaro externou a crise no partido na última semana ao pedir a um militante que “esquecesse o PSL” e dizer que Bivar estava “queimado para caramba”. Desde então, a sigla está rachada entre os pró-Bivar e os pró-Bolsonaro.
Na última terça-feira (15) uma operação de busca e apreensão deflagrada pela Polícia Federal em endereços ligados a Bivar, no Recife, agravou a crise no partido e ameaça prejudicar o andamento de projetos de interesse do Palácio do Planalto no Congresso.
*Com informações do Estadão Conteúdo

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