Alto Tietê - Volume de exportações tem queda de 28% no Alto Tietê - Crise na vizinha Argentina é considerada um dos principais fatores para o declínio no setor este ano na região
Lilian Pereira
No período de janeiro a setembro deste ano, o Alto Tietê exportou US$ 634,73 milhões, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
O número é 28% menor se comparado com o mesmo período do ano passado, quando a região exportou US$ 884,53 milhões.
Já na importação, os primeiros nove meses deste ano registraram o valor de US$ 945,64 milhões, 29% menor do que o registrado de janeiro a setembro de 2018, quando a importação fechou com US$ 1.332,62 milhões.
Na região, a cidade que mais exportou este ano foi Suzano.
Ao todo, foram US$ 433,25 milhões em exportação. Isso pode ser explicado pelo fato de a cidade ter uma das maiores empresas no ramo da exportação de todo o Alto Tietê, a Suzano.
Apesar do número, houve uma queda de 26% se comparado com o mesmo período do ano passado, quando o registro foi de US$ 588,24 milhões.
Na importação, houve uma queda de 34%, já que nos primeiros nove meses do ano passado foram
US$ 691,97 milhões, e este ano,
US$ 451,16 milhões.
Mogi das Cruzes também registrou números significativos em produtos exportados, apesar de também ter tido queda, não somente na exportação, como na importação.
Foram enviados para fora do país US$ 110,39 milhões, 32% menor do que o exportado no mesmo período de 2018, quando fechou com US$ 163,99 milhões.
Já a queda na importação foi de 18%, visto que este ano, foi registrado o valor de US$ 220,27 milhões, e ano passado de US$ 163,99 milhões.
Em terceiro lugar no ranking das dez cidades aparece Arujá.
O município fechou janeiro a setembro de 2018 com US$ 55,55 milhões em exportação e US$ 184 milhões em importação.
Assim como Suzano e Mogi, a cidade também teve queda nos dois quesitos.
As cidades com os menores valores são Biritiba Mirim, Guararema e Salesópolis.
Em Biritiba, não foi registrado nenhum valor exportado este ano nem no ano passado, já na importação de janeiro a setembro deste ano, foram US$ 0,56 mil e, no ano passado, US$ 0,8 mil.
Guararema, onde está localizada uma unidade da indústria do ramo alimentício Mars, fechou os primeiros nove meses deste ano com US$ 9,01 milhões, número 543% menor do registrado no ano passado, que foi de US$ 14 milhões.
Um dos principais fatores para a queda na exportação é a crise que a Argentina, vizinha do Brasil, está enfrentando, o que acaba impactando diretamente na produção industrial e os produtos nacionais acabam não sendo comercializados para fora.
De acordo com o professor de Ciências Contábeis e Administração da Faculdade Piaget, José Marcos Carvalho, o setor automotivo foi um dos afetados.
"A Argentina está passando por uma grave crise com inflação em 50% e isso impactou na exportação de peças automotivas, mas no consumo interno não afetou tanto",
explicou.