STF valida decreto de indulto natalino proposto por Michel Temer em 2017 - Advogado de Temer diz ‘ter confiança de que prisão não durará muito tempo’
O advogado do ex-presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós, afirmou, em primeira declaração sobre a prisão do réu na noite desta quinta-feira (9), que “tem muita confiança que essa situação não irá perdurar por muito tempo”.
Perguntado sobre quais seriam os próximos passos caso o habeas corpus fosse negado, ele afirmou que “não trabalha com hipóteses” e, por isso, “julga tão injusto o pedido de prisão, porque ele foi baseado em hipóteses”.
Ele falou ainda que não há confirmação do local exato onde Temer ficará detido. Isso porque a Superintendência de São Paulo, onde ele passará esta noite, não tem uma acomodação própria que atenda as exigências do ex-presidente, que gostaria de ficar em uma sala de Estado Maior.
Esses locais são diferentes de celas comuns, pois são separados dos demais presos, com o objetivo de evitar um convívio prejudicial, além de terem a disposição comodidades e instalações dignas, ou seja, com condições adequadas de higiene e segurança.
Segundo Carnelós, “como não houve a possibilidade de encontrar uma solução melhor, Temer passará a noite em uma sala isolada e amanhã serão decididos os próximos passos. Não se encontrando outro lugar em São Paulo com as exigências do Estado Maior, a Superintendência fará um esforço para adaptar alguma parte do prédio para acomodá-lo”.
O advogado falou também sobre o pedido de habeas corpus do ex-presidente, que será apreciado pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na próxima terça-feira (14), pelo ministro Antonio Saldanha Palheiro. Ele disse que considera a data “muito distante”. “Eu queria, como advogado que, em primeiro lugar, a liminar [que concedia liberdade a Temer] tivesse sido mantida. Embora eu respeite a posição dos desembargadores que votaram para cassar a liminar, eu não concordo. Essa prisão é ilegal, injusta e cruel”, declarou.
Sobre o estado do ex-presidente, Carnelós assegurou que ele “mostra uma indignação própria de quem é vítima de uma injustiça”, mas que está tranquilo pois “tem uma característica muito forte que é a serenidade”. “Temer entende que é vítima de uma injustiça, mas confia no poder do judiciário”, disse.