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Emprego e juros baixos: combinação preciosa

O desemprego está em queda, caiu para 12,4% em setembro, menor taxa do ano. Há apenas seis meses, ninguém era capaz de antecipar esta trajetória. A taxa de juros básica da economia vai chegar ao menor patamar da história, provavelmente abaixo de 7% ao ano. A combinação entre recuperação do emprego e queda dos juros é preciosa e pode ser estrutural, ou seja, mais permanente.

O Banco Central quer ter “liberdade” para decidir se os juros vão continuar caindo a partir de dezembro, mas a probabilidade disso acontecer se mantém alta. O recado está na ata da última reunião do Copom, quando decidiram reduzir a Selic para 7,5%. Os diretores do BC disseram claramente que preferem não se comprometer, ou sinalizar explicitamente, as próximas decisões. Eles querem acompanhar o que vai acontecer com a atividade econômica, ou seja, a que ritmo ela estará caminhando daqui dois, três meses.

O comportamento da inflação, em resposta à força da retomada, também será condição para o rumo dos juros. Não poderia ser diferente. O Brasil está chegando a uma composição inédita dos fundamentos econômicos e é hora de observar com mais cuidado e muita responsabilidade para acertar uma sintonia mais fina e, principalmente, eficiente.

Quanto mais acurada for a decisão no curto prazo, mais permanente ela pode ser - o BC parece ter escolhido esta estratégia há bastante tempo. Agora chegou a hora da prova do pudim. Até que ponto o país suporta um ‘dinheiro mais barato’ sem investimentos? Como nunca vivemos uma composição como a atual, a leitura do termômetro da economia pede muita responsabilidade e diagnósticos claros. O consenso dos analistas aponta 2020 como limite, ou seja, até lá, os investimentos em infraestrutura e na capacidade de produção terão que ter voltado com força.

O desemprego, ou melhor, a queda dele nos últimos meses, se mistura nesta receita e insere um dado potencialmente importante. A geração de renda, num processo de recuperação do PIB, é combustível aditivado para consumo. Esta fórmula pode ser saudável, e tudo indica que é assim que está acontecendo agora, se ninguém se empolgar com os sinais e errar a mão na política econômica. Por isso a cautela do BC é recomendável. A ousadia também.

A ambiguidade cabe num país com as distorções que temos aqui. Como já disse um ex-diretor do BC, Sérgio Werlang, política monetária é 30% ciência, 70% arte. E a arte exigida no quadro atual é ainda mais complexa. Lidar com a crise política, o adiamento de reformas importantes como a da Previdência, as incertezas do cenário eleitoral para 2018 e o andamento das investigações da Lava-Jato é coisa para artista cascudo e, ao mesmo tempo, com sensibilidade suficiente para fazer escolhas.

Os 13 milhões de brasileiros que continuam desempregados, sem usufruir deste novo ciclo que desponta mais positivo, merecem e contam com isso, mesmo que seja difícil entender como vão se desenrolar os desafios. Fato é que o mercado de trabalho está mais aquecido, a inflação está baixa, proporcionando ganho de renda real, os juros estão em queda, promovendo melhores condições financeiras para o crédito, e a confiança dos agentes econômicos está em alta. A ressalva cabe apenas quando se adiciona Brasília no roteiro. 

http://g1.globo.com/economia/blog/thais-heredia

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