Renan já embarcou na canoa de Temer pelo impeachment de Dilma - Kennedy Alencar
Nos bastidores, acordo está selado. O presidente em exercício precisa dele para ter votos suficientes no PMDB e no Senado a fim de aprovar o afastamento de Dilma Rousseff em forma definitiva.
Michel Temer se reuniu ontem num jantar no Palácio do Jaburu com Renan Calheiros e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Economia e Eduardo Cunha foram os principais assuntos.O presidente interino tem conseguido aprovar no Congresso projetos que Dilma não conseguiu. É fato que ele tem uma melhor relação com o Congresso do que ela tinha.
Dilma passou dois anos brigando com Eduardo Cunha, que foi eleito presidente da Câmara em 2015, e teve uma relação de altos e baixos com Renan Calheiros.
Ora o presidente do Senado dificultava a vida do governo, ora se comportava como o principal aliado da petista.
A presidente Dilma Rousseff continua demorando muito a agir. Até hoje não divulgou uma carta que discutiu com o ex-presidente Lula em junho para dizer aos brasileiros o que faria se voltasse ao poder.
Ou seja, ela tem chance remota de evitar o impedimento.
Com Rodrigo Maia, Temer tem um grande abacaxi em comum para descascar: a cassação de Eduardo Cunha. Maia não pode deixar esse tema engavetado. Para viabilizar uma gestão curta, que, na prática, será apenas o segundo semestre deste ano, precisa resolver a questão Cunha.
Uma votação do impeachment de Dilma antes da cassação de Cunha deixaria no ar suspeita de acordo entre Temer e Rodrigo Maia para dar um alívio ao ex-presidente da Câmara.
A cassação de Cunha na segunda semana de agosto daria força a Maia como presidente da Câmara e facilitaria a tarefa de Temer de aprovar o impeachment de Dilma de forma definitiva.
Também contribuiria para votar medidas importantes a fim de estimular a volta do crescimento econômico.
Temer, Maia e Renan se preocupam em criar uma agenda legislativa num segundo semestre que terá Jogos Olímpicos e eleições municipais.