Crise reduz em 50% mão de obra na indústria metalúrgica no Alto Tietê Dados são do Centro da Indústria do Estado de São Paulo. Empresários do setor dizem que crise é dos piores das últimas décadas.


Gladys Peixoto 
Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano
 
À frente de uma empresa de metalurgia desde 1977, o empresário mogiano José Ramos De Carlo afirma que essa é a pior crise pela qual passou em tantas décadas. A saída encontrada por ele para sobreviver foi cortar vagas.

Ele estima que desde o final de 2013 até agora já extinguiu 70% dos postos de trabalho na empresa. Segundo o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) no Alto Tietê, a metalurgia está entre as áreas mais afetadas pela crise econômica e já houve redução de 50% dos postos de trabalho nesta área na região.

“Trabalho ligado ao setor automotivo que é um dos mais prejudicados pela estagnação da economia. Não se vende porque não tem geração de emprego e nem garantia para quem está empregado.”

O empresário Josmar Cassola está há 27 anos no ramo. 

Ele comanda uma metalúrgica em Mogi das Cruzes. 

Dos 52 funcionários, agora ele tem apenas 40. “Esse ano estamos com apenas 50% do faturamento do ano passado. Quando a gente fala em queda de 5% já é ruim. Mas 50% é pior ainda”, contou Cassola.

Ele avaliou que junho até começou bem para a empresa, recebendo pedidos e consultas, mas voltou a cair de novo. “Desde 1994 essa é a primeira grande crise que enfrentamos. 

Mesmo sem a inflação gigante da época do Collor, Bresser e Funaro, esse período está muito ruim.” Para driblar a crise, a saída de Cassola foi diversificar a produção. “Estamos fazendo estruturas metálicas que não fazíamos antes. A saída é ampliar o leque de produtos.”

Números
De acordo com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), no Alto Tietê, o setor metalúrgico foi um dos mais prejudicados pela crise e reduziu cerca de 50% da sua mão de obra.

Apenas nos primeiros cinco meses de 2016, as indústrias da região já demitiram um pouco mais de 50% dos empregados demitidos em todo o ano passado. Em 2014, foram fechadas 1.950 vagas, em 2015 foram 7 mil e até maio desse ano já foram contabilizados 3.550 postos de trabalho fechados.

O Ciesp avalia que  em maio as demissões perderam força, no entanto isso não representa um sinal de recuperação da economia. “A expectativa é que essa tendência de queda permaneça até porque, olhando o resultado dos últimos meses, não há muito mais onde cortar. 

A indústria da região já fechou mais de 10 mil postos de trabalho entre janeiro de 2015 e maio desse ano”, diz José Francisco Caseiro, diretor regional do Ciesp.  Caseiro avalia que novas contratações ainda estão distante da realidade das 2 mil indústrias de diversos segmentos que são filiadas a entidade e estão espalhadas em oito cidades do Alto Tietê.

“Já será muito bom alcançarmos a estabilidade porque sabemos que, mesmo com a melhora no índice de confiança do empresariado, vai levar um tempo para isso reverter em contratações. Primeiro, o mercado precisa reagir para que as empresas possam retomar os investimentos e a produção. Só depois é que o empresário vai pensar em admitir mais trabalhadores.”

Mercado de trabalho

Os números do Emprega Mogi ajudam a dar uma 

dimensão da lentidão das contratações.
 Ao comparar o número de contratação  de maio de 2014 com 2016, a queda foi de 34%.
 O programa, existe desde 2009 e oferece vagas que entram diariamente no sistema. 
São três postos em Mogi das Cruzes.
De acordo com o programa, em maio de 2014 foram 464 contratações, no mesmo mês do ano passado foram 374 e em maio deste ano foram 306. De acordo com o programa, o maior número de vagas ainda chega do setor de serviços.

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