Cunha cobra análise de recurso que pode anular processo de cassação Presidente da Câmara recorreu à CCJ contra decisão do Conselho de Ética. Ele também minimizou o fato de aliado assumir o comando da comissão

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante entrevista na Câmara (Foto: Nathalia Passarinho / G1)
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante entrevista na Câmara (Foto: Nathalia Passarinho / G1)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta quinta-feira (28) "celeridade" da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na análise de um recurso que pode anular a decisão do Conselho de Ética de dar continuidade ao processo de cassação que ele é alvo por suposta quebra de decoro parlamentar.

Dono da maior bancada da Câmara, o PMDB vai indicar o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) – um dos aliados de Cunha – para a presidência da CCJ, considerada a comissão mais importante da Casa, já que todos os projetos de lei e propostas de alteração da Constituição passam por lá. Serraglio defendeu, desde o início, o rompimento com o governo Dilma Rousseff.

Cunha disse nesta quinta que a análise de seu recurso na CCJ precisa ter celeridade e, segundo ele, isso independe do fato de o PMDB ter a presidência da comissão ou não.

“Recurso dessa natureza tem que ter celeridade em qualquer circunstância.

 Não é o fato de caber ao PMDB a comissão que terá celeridade”, enfatizou.

Cunha também defendeu a indicação de Osmar Serraglio para a presidência da CCJ e lembrou que o parlamentar paranaense relatoou a CPI dos Bingos, que investigou o mensalão do PT – esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.

“O deputado Osmar Serraglio é um dos melhores quadros dessa Casa.

 Foi relator da CPI do mensalão. Graças a ele, muitas das condenações do mensalão puderam ocorrer. Ele tem um grande mérito no combate à corrupção do PT.

 Agora, tanto Osmar Serraglio quanto outros são capazes de conduzir. Não muda nada o fato de ser um ou outro”, destacou o presidente da Câmara.

Desde que o Conselho de Ética instaurou processo para investigar Eduardo Cunha que o presidente da Câmara tenta postergar uma decisão final do colegiado.


 Em 7 de março, o presidente da apresentou à CCJ recurso à contra a decisão que avalizou a continuidade do processo disciplinar que pode culminar na cassação de seu mandato.

Ele requer ainda a destituição do relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), deputado atualmente responsável pela elaboração do parecer do processo contra o presidente da Câmara.

Cunha é acusado de ter ocultado contas bancárias secretas na Suíça e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras em março do ano passado.

 Ele nega ser o dono das contas, mas admite ser o beneficiário de ativos geridos por trustes no exterior.

Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília

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