Indústria do Alto Tietê fechou 7 mil postos de trabalho em 2015, diz Ciesp

Retração foi de 10,06%, segundo pesquisa divulgada nesta quinta (21).
Ciesp espera queda de 6% do emprego na indústria em 2016.

 Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano

A indústria de transformação do Alto Tietê encerrou 2015 com uma retração de 10,06% no nível de emprego, o que corresponde ao fechamento de aproximadamente 7 mil postos de trabalho no período entre janeiro e dezembro, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

De acordo com o Ciesp, 2015 foi o pior ano para a indústria da região.

 As demissões aumentaram 250% em relação ao que foi registrado em 2014 (2 mil demissões), que já havia sido considerado um ano ruim.

 A entidade prevê queda de 6% no emprego na indústria em 2016.

Ainda de acordo com o levantamento do Ciesp, o desempenho regional é pior do que o registrado na Grande São Paulo (-9,99%) e no Estado (-9,26%).

No acumulado do ano, os setores que registraram os piores desempenhos no nível de emprego foram os de Artefatos de Couro, Calçados e Artigos para Viagem (-37,50%); Impressão e Reprodução de Gravações (-29,03%); Metalurgia (-24,60%); e Móveis (-22,52%).

Dos 22 setores avaliados na pesquisa do Ciesp, apenas três tiveram variação positiva em 2015:

Produtos Alimentícios (1,39%); Bebidas (7,24%); e Produtos de Madeira (13,12%).

Indústria têxtil demitiu 2.162 profissionais no Paraná, de acordo com o Caged (Foto: Reprodução/ RPC)Dezembro
Apenas em dezembro, foram fechados 1,1 mil postos de trabalho nas oito cidades da diretoria do Ciesp no Alto Tietê (Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecutuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano. 


A retração foi de 1,75%.

O Alto Tietê ficou na 20ª colocação no ranking das 35 regiões industriais paulistas.

 Em dezembro, as principais variações negativas foram registradas nos setores de Máquinas e Equipamentos (-3,30%); Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-2,39%); Veículos Automotores e Autopeças (-1,88%); e Celulose, Papel e Produtos de Papel (-1,47%).

“Os dados registrados ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, já indicavam que o resultado do ano seria esse mesmo: totalmente desfavorável para a indústria de transformação e muito ruim para o trabalhador do Alto Tietê.

 Entre as mais de 2 mil indústrias que temos instaladas na Região, a maioria tem enfrentado sérias dificuldades para sobreviver.

 Escapa apenas uma ou outra que, em função do que é produzido e do mercado atendido, tem mantido suas atividades dentro de um patamar próximo da normalidade”, avalia José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp Alto Tietê.

 “Não se trata de um cenário apenas do Alto Tietê.

2016
O prognóstico do Ciesp para o emprego industrial em 2016 indica a ausência de um processo de recuperação e mais perdas de postos de trabalho.


 A projeção é de uma queda de 6% do emprego na indústria neste ano. 

Segundo a entidade, mesmo que a desvalorização do real frente ao dólar possa amenizar o quadro para alguns setores, a queda na demanda doméstica não contribui para uma recuperação em 2016.

“Estamos vendo aí a Usiminas, em Cubatão, iniciar a dispensa de 4 mil funcionários.

 É fundamental que o Governo Federal enxergue isso, principalmente o impacto social provocado por todas essas demissões, e implante, para ontem, políticas que possibilitem ao setor ao menos começar a reagir. 

Dentro das empresas, é necessário que todo mundo reavalie mercados, estratégias e gestão de pessoas.

 Mais do que isso, os empresários precisam se manter unidos para que possamos atravessar esse período”, conclui Caseiro.

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