Mogi Das Cruzes - Hospital Luzia de Pinho Melo volta a ficar com corredores lotados (Cenário de caos de todos os dias)


Ao contrário do ambiente calmo constatado durante a visita de deputados, o cenário ontem era de superlotação
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Luzia de Pinho Melo: um dia depois da visita dos deputados, corredores estavam lotados
Mogi News

O cenário no Hospital Luzia de Pinho Melo voltou a mudar ontem, dia seguinte à visita dos deputados, membros da Comissão Permanente da Saúde da Assembleia Legislativa, para avaliar as condições de atendimento na unidade. 

Ao contrário do ambiente aparentemente calmo na manhã da última quarta-feira (com corredores vazios, sem pacientes e macas espalhados), presenciado pelos parlamentares Marcos Martins (PT) e Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS), quem chegava ontem pela manhã no Hospital Luzia de Pinho Melo constatava um cenário de caos: logo na entrada do Pronto Socorro, pacientes à espera de atendimento formavam uma grande fila, somente para preenchimento da ficha. 
A espera girava em torno de 20 a 30 minutos, dependendo do número de atendentes.

Para passar por um médico clínico ou pediatra e receber a medicação, o tempo médio de espera variava de uma a três horas, dependendo da gravidade apontada na ficha, segundo relataram alguns pacientes ao Mogi News. Houve casos como de um idoso de 93 anos com suspeita de AVC, em que a espera ultrapassava três horas.

 Ele ficou das 10 horas às 13h30 aguardando a autorização para a realização de um exame de ressonância magnética. "Entre chegar e receber o primeiro atendimento até que foi rápido, coisa de uma hora de espera. Mas agora (13h30), que já fui informada da necessidade de se fazer a ressonância magnética para avaliar o quadro, nenhum médico dá satisfação ou uma perspectiva de espera", queixou-se a filha do idoso, que se identificou apenas como Luzia. 

O idoso, de aparência muito frágil, que deveria estar no setor de emergência, estava, na verdade, sentado num dos bancos do atendimento geral do Pronto Socorro. Ao verificar o setor de observação do PS, na parte interna do hospital, o Mogi News constatou corredores cheios de pacientes. Alguns estavam tomando medicação em macas nos corredores, e outros eram medicados sentados, de maneira desconfortável. 

João Almeida, por sua vez, estava preocupado por notícias da mulher, Léia de Almeida. O casal, segundo ele, chegou ao Luzia de Pinho Melo às 9 horas e, às 13h30, João não tinha notícias do tratamento dispensado à mulher. "Ela entrou aqui com fortes dores nas costas, e depois de uma hora de espera levaram-na lá para dentro e até agora não disseram nada", queixou-se. 

Em conversa com os deputados, anteontem, os diretores do Luzia de Pinho Melo - João Luiz Miranda e Luiz Carlos Viana Barbosa - admitiram "picos de superlotação" no Pronto Socorro. 

De acordo com eles, a demanda mensal do hospital é de 40 mil pacientes, em diversos setores, sendo que o teto de atendimento é para 30 mil consultas e procedimentos/mês. "Sempre estouramos o limite", justificou o diretor clínico Luiz Carlos Viana Barbosa, ao grupo de deputados, anteontem.
O setor de Emergência do Pronto Socorro e internações na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), segundo ele, são os mais procurados. 

"São setores do hospital que hoje são críticos e que necessitam com urgência de maior número de leitos e espaço para atendimento", afirmou Viana, informando que atualmente são 24 leitos de UTI adulta (10 leitos pertencem à UTI - Semi Intensiva) e nove leitos para pediatria.

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