Na mais grave intromissão de um governante estrangeiro nos assuntos internos do Brasil em muitos anos, o presidente norte-americano,Donald Trump, usou sua rede social nesta segunda-feira (7) para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro e ameaçar o Judiciário brasileiro.
Em sua publicação, o republicano afirmou que acompanha de perto a situação de Bolsonaro e disse que ele é vítima de uma “caça às bruxas” conduzida por autoridades nacionais.
Classificando como “terrível” o tratamento que Bolsonaro tem recebido da Justiça, Trump vem em sua defesa, afirmando que ele “não é culpado de nada”, e ataca o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que o “povo brasileiro” não aceitrá sua decisão.
“O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Vou acompanhar muito de perto essa CAÇA ÀS BRUXAS contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores”, declara o norte-americano na publicação.
Processos contra Bolsonaro
Jair Messias Bolsonaro é réu no STF por tentativa de golpe de Estado, quando houve uma articulação para manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.
A ação penal está em fase de alegações finais desde junho. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, concluiu a fase de instrução, o que indica que o julgamento pode ocorrer ainda neste ano.
Além dessa acusação, Bolsonaro se tornou inelegivel até 2030, após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o condenar por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha de 2022.
Publicação de Trump
“O Brasil está fazendo uma coisa terrível em seu tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho observado, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de vir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo POVO. Eu conheci Jair Bolsonaro, e ele era um líder forte, que realmente amava seu país — Também, um um negociador muito duro no COMÉRCIO. Sua eleição foi muito próxima e agora, ele está liderando nas pesquisas. Isso não é nada mais, ou menos, do que um ataque a um oponente político — Algo sobre o qual eu sei muito! Aconteceu comigo, vezes 10, e agora nosso país é o “MAIS QUENTE” do mundo! O Grande Povo do Brasil não suportará o que está fazendo ao seu ex-presidente. Estarei assistindo a CAÇA ÀS BRUXAS de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único Julgamento que deveria estar acontecendo é um Julgamento dos Eleitores do Brasil — É chamado de Eleição. DEIXE BOLSONARO EM PAZ!”
SOMOS 99%: ICL lança manifesto contra privilégios e abusos de mais ricos e políticos fisiológicos
O movimento pede a assinatura de um abaixo-assinado no site 99porcento.com.br
07/07/2025 | 09h06
O fundador do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), Eduardo Moreira, lançou, no ICL Notícias – 1ª edição desta segunda-feira (7), um manifesto contra privilégios de 1% da população que concentra 63% da riqueza do Brasil e de abusos de políticos fisiológicos servidores que recebem supersalários. O movimento foi intitulado de “Somos 99 por cento”, e quem quiser aderir ao abaixo-assinado deve acessar o site 99porcento.com.br.
A campanha luta pelo fim dos supersalários; o fim da farra das emendas secretas; a diminuição dos impostos dos trabalhadores e o pagamento de uma parcela justa por parte do 1%; o fim da impunidade dos deputados e senadores; uma campanha nacional de divulgação do Portal da Transparência; punições severas para políticos, juízes, banqueiros, militares e empresários que agirem fora da lei; o pagamento das dívidas dos grandes donos de terras e das grandes empresas; o fim dos subsídios fiscais bilionários para as grandes empresas; e a proibição de eventos ‘vergonhosos’ e ‘sem transparência’.
“O Brasil precisa de coragem para romper com os privilégios, enfrentar os abusos e devolver o Estado ao povo. Não aceitaremos mais um país em que poucos concentram riquezas e benefícios, enquanto a maioria paga a conta”, diz o manifesto da campanha.
“Chegou a hora de moralizar o Judiciário, o Legislativo e o Executivo. De construir um Estado ético, justo e transparente… Este manifesto é um chamado: para quem não aceita mais a desigualdade, para quem não aguenta mais privilégios e corrupção, para quem acredita que o Estado deve servir ao povo — e não o contrário”, completa.
No site, é possível baixar vídeos da campanha para serem compartilhados. Além disso, a campanha pede que o manifesto seja divulgado nas redes sociais com o uso da hashtag #somos99.
Manifesto ‘Somos 99%’
No lançamento da campanha, Edu Moreira citou dados do relatório da Oxfam que discute a relação das desigualdades e o poder corporativo global, mostrando que 63% da riqueza do Brasil está nas mãos de 1% da população. Além disso, informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o grupo de 1% dos mais ricos do Brasil tem uma renda média mensal 36,2 vezes maior que os 40% com menores rendimentos. Em relação aos 10% mais ricos, a diferença foi 13,4 vezes maior.
“Não é de se estranhar que com tanta moleza, 1% mais rico do Brasil tenha quase o dobro da riqueza que os outros 99% somados. Dá golpes de bilhões de reais e não vai preso. Deve bilhões de reais e não paga. São donos dos bancos, são donos dos juízes, são donos do congresso, dos jornais e das terras”, disse Edu, no vídeo de lançamento da campanha nas rede sociais.
“A gente nunca teve uma força tão grande para enfrentar essa galera”, resaltou Edu Moreira, que citou, durante o programa, a realização do 3º Fórum de Lisboa, evento que ficou conhecido como “Gilmarpalooza”, com mais de 150 autoridades em Portugal. “Com cuidado e pragmatismo, com a sinceridade de falar exatamento o que a gente está fazendo, a gente resolveu lançar o movimento”, completou Edu.
Edu Moreira lançou a campanha durante o ICL Notícias – 1ªedição. (Foto: Reprodução/ ICL Notícias)
Leia o manifesto da campanha
“Por um Estado Ético, Justo e Transparente
O Brasil precisa de coragem para romper com os privilégios, enfrentar os abusos e devolver o Estado ao povo.
Não aceitaremos mais um país em que poucos concentram riquezas e benefícios, enquanto a maioria paga a conta.
Chegou a hora de moralizar o Judiciário, o Legislativo e o Executivo. De construir um Estado ético, justo e transparente.
Por isso, propomos as seguintes medidas imediatas e inegociáveis:
Fim dos Supersalários
Exigimos o cumprimento integral do teto constitucional para todos os servidores públicos, sem exceções ou manobras. Chega de “penduricalhos” que transformam cargos públicos em castas de privilégios.
Justiça Fiscal para Quem Mais Precisa
Isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais.
E que o 1% mais rico finalmente pague sua parte justa, com taxação de dividendos milionários e combate às estratégias que driblam impostos.
Combate à Corrupção e à Impunidade
Deputados e senadores que roubam, descumprem a lei ou traem a confiança pública devem ser julgados e punidos como qualquer cidadão. A revisão do foro privilegiado para proteger criminosos é urgente.
Transparência Radical
Fim imediato das emendas secretas, com auditoria completa de tudo o que foi gasto nos últimos anos. O povo tem direito de saber para onde vai cada centavo do seu dinheiro.
Cobrança dos Grandes Devedores
Os grandes donos de terras, bancos e empresas que acumulam dívidas bilionárias com a União devem pagar já o que devem à sociedade. Não aceitaremos mais calotes travestidos de “acordos” ou ações judiciais intermináveis.
Chega de Subsídios aos Já Ricos
Os subsídios fiscais bilionários para grandes empresas precisam acabar. É hora de investir esses recursos na população, não em privilégios.
Independência e Imparcialidade no Judiciário
Definição clara de regras para que magistrados não participem de eventos financiados por entidades privadas que possam comprometer sua imparcialidade. Justiça não se vende, não se aluga, não se corrompe.
Fiscalização Popular
Uma campanha nacional de divulgação do Portal da Transparência, para que qualquer cidadão possa fiscalizar os gastos, salários e benefícios de deputados, senadores e membros do Executivo. O povo fiscaliza. O povo cobra. O povo decide.
O Brasil que Queremos
Queremos um Brasil onde os impostos sejam justos, onde os poderosos também paguem a conta, onde ninguém esteja acima da lei, e onde cada centavo público sirva para melhorar a vida da maioria.
Este manifesto é um chamado: para quem não aceita mais a desigualdade, para quem não aguenta mais privilégios e corrupção, para quem acredita que o Estado deve servir ao povo — e não o contrário”
https://iclnoticias.com.br/icl-lanca-manifesto/
DESIGUALDADE: No Brasil, 63% da riqueza do país está nas mãos de apenas 1% da população
Grupo de 1% dos mais ricos do Brasil tem renda média mensal 36,2 vezes maior que os 40% mais pobres
Dados do relatório da Oxfam que discute a relação das desigualdades e o poder corporativo global, mostram que 63% da riqueza do Brasil está nas mãos de 1% da população.
A Oxfam é uma confederação internacional que luta contra a pobreza e a desigualdade em mais de 90 países. O relatório foi produzido no ano passado.
Além disso, informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados em maio pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o grupo de 1% dos mais ricos do Brasil tem uma renda média mensal 36,2 vezes maior que os 40% com menores rendimentos. Em relação aos 10% mais ricos, a diferença foi 13,4 vezes maior.
O rendimento mensal real domiciliar per capita é a média da renda mensal — em valores corrigidos pela inflação — de todos os moradores de um determinado domicílio, dividida pelo número total de pessoas que vivem no local.
Segundo a PNAD, em 2024, o rendimento médio mensal real do 1% mais rico foi de R$ 21.767, o que revela um aumento de 0,9% em relação ao valor calculado em 2023 (R$ 21.579).
A renda média do grupo chegou a R$ 601, contra os R$ 550 registrados no exercício anterior, o equivalente a uma alta de 9,3%.
Favela de Paraisópolis fica ao lado de prédios luxuosos
Concentração de ativos financeiros no Brasil
O levantamento também aponta que os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio do país.
O estudo traz ainda detalhes sobre o grupo que mais acumula riqueza. Segundo o documento, 0,01% da população brasileira possui 27% dos ativos financeiros.
“Fica nítido que a propriedade de ações e participações, em termos econômicos, reflete uma plutocracia e não uma democracia”, afirma o documento.
Os especialistas destacam também a desigualdade racial. O estudo afirma que, em média, a renda dos brancos está mais de 70% acima da renda da população negra.
“No Brasil, a desigualdade de renda e riqueza anda em paralelo com a desigualdade racial e de gênero. Nossos super-ricos são praticamente todos homens e brancos”, disse Kátia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Em estudo realizado alguns anos antes, a Oxfam concluiu, a partir da análise do Censo Agropecuário, que apenas 1% das fazendas ou estabelecimentos rurais do Brasil concentra quase metade, 45%, de toda a superfície agrícola da região.
“Temos de um lado poucos grupos que concentram a maior parte das terras, enquanto no outro estão muitas famílias com propriedades muito pequenas. Precisamos enfrentar essa desigualdade que, ano após ano, prejudica o desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina”, afirmou na ocasião Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil
Dados do relatório da Oxfam que discute a relação das desigualdades e o poder corporativo global, mostram que 63% da riqueza do Brasil está nas mãos de 1% da população.
A Oxfam é uma confederação internacional que luta contra a pobreza e a desigualdade em mais de 90 países. O relatório foi produzido no ano passado.
Além disso, informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados em maio pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o grupo de 1% dos mais ricos do Brasil tem uma renda média mensal 36,2 vezes maior que os 40% com menores rendimentos. Em relação aos 10% mais ricos, a diferença foi 13,4 vezes maior.
O rendimento mensal real domiciliar per capita é a média da renda mensal — em valores corrigidos pela inflação — de todos os moradores de um determinado domicílio, dividida pelo número total de pessoas que vivem no local.
Segundo a PNAD, em 2024, o rendimento médio mensal real do 1% mais rico foi de R$ 21.767, o que revela um aumento de 0,9% em relação ao valor calculado em 2023 (R$ 21.579).
A renda média do grupo chegou a R$ 601, contra os R$ 550 registrados no exercício anterior, o equivalente a uma alta de 9,3%.
Favela de Paraisópolis fica ao lado de prédios luxuosos
Concentração de ativos financeiros no Brasil
O levantamento também aponta que os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio do país.
O estudo traz ainda detalhes sobre o grupo que mais acumula riqueza. Segundo o documento, 0,01% da população brasileira possui 27% dos ativos financeiros.
“Fica nítido que a propriedade de ações e participações, em termos econômicos, reflete uma plutocracia e não uma democracia”, afirma o documento.
Os especialistas destacam também a desigualdade racial. O estudo afirma que, em média, a renda dos brancos está mais de 70% acima da renda da população negra.
“No Brasil, a desigualdade de renda e riqueza anda em paralelo com a desigualdade racial e de gênero. Nossos super-ricos são praticamente todos homens e brancos”, disse Kátia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Em estudo realizado alguns anos antes, a Oxfam concluiu, a partir da análise do Censo Agropecuário, que apenas 1% das fazendas ou estabelecimentos rurais do Brasil concentra quase metade, 45%, de toda a superfície agrícola da região.
“Temos de um lado poucos grupos que concentram a maior parte das terras, enquanto no outro estão muitas famílias com propriedades muito pequenas. Precisamos enfrentar essa desigualdade que, ano após ano, prejudica o desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina”, afirmou na ocasião Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil
Dados do relatório da Oxfam que discute a relação das desigualdades e o poder corporativo global, mostram que 63% da riqueza do Brasil está nas mãos de 1% da população.
A Oxfam é uma confederação internacional que luta contra a pobreza e a desigualdade em mais de 90 países. O relatório foi produzido no ano passado.
Além disso, informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados em maio pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o grupo de 1% dos mais ricos do Brasil tem uma renda média mensal 36,2 vezes maior que os 40% com menores rendimentos. Em relação aos 10% mais ricos, a diferença foi 13,4 vezes maior.
O rendimento mensal real domiciliar per capita é a média da renda mensal — em valores corrigidos pela inflação — de todos os moradores de um determinado domicílio, dividida pelo número total de pessoas que vivem no local.
Segundo a PNAD, em 2024, o rendimento médio mensal real do 1% mais rico foi de R$ 21.767, o que revela um aumento de 0,9% em relação ao valor calculado em 2023 (R$ 21.579).
A renda média do grupo chegou a R$ 601, contra os R$ 550 registrados no exercício anterior, o equivalente a uma alta de 9,3%.
Favela de Paraisópolis fica ao lado de prédios luxuosos
Concentração de ativos financeiros no Brasil
O levantamento também aponta que os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio do país.
O estudo traz ainda detalhes sobre o grupo que mais acumula riqueza. Segundo o documento, 0,01% da população brasileira possui 27% dos ativos financeiros.
“Fica nítido que a propriedade de ações e participações, em termos econômicos, reflete uma plutocracia e não uma democracia”, afirma o documento.
Os especialistas destacam também a desigualdade racial. O estudo afirma que, em média, a renda dos brancos está mais de 70% acima da renda da população negra.
“No Brasil, a desigualdade de renda e riqueza anda em paralelo com a desigualdade racial e de gênero. Nossos super-ricos são praticamente todos homens e brancos”, disse Kátia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Em estudo realizado alguns anos antes, a Oxfam concluiu, a partir da análise do Censo Agropecuário, que apenas 1% das fazendas ou estabelecimentos rurais do Brasil concentra quase metade, 45%, de toda a superfície agrícola da região.
“Temos de um lado poucos grupos que concentram a maior parte das terras, enquanto no outro estão muitas famílias com propriedades muito pequenas. Precisamos enfrentar essa desigualdade que, ano após ano, prejudica o desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina”, afirmou na ocasião Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil
Empresas tiveram R$ 414 bilhões em isenções de impostos federais em pouco mais de um ano
Isenção favorece até mesmo pintos de um dia: R$ 904 milhões de incentivos fiscais no período
07/07/2025 | 07h20
Um balanço do Ministério da Fazenda mostra que, entre janeiro de 2024 e abril 2025, empresas de diferentes setores não pagaram R$ 414 bilhões em impostos federais — R$ 25,8 bilhões por mês. A alegação dos empresários é que as medidas reduzem preços, mas o custo é bancado até por quem não consome tais produtos. Levantamento feito pelo jornalista Fernando Molica, do site Correio da Manhã, revela que a isenção favorece até mesmo pintos de um dia — sim, filhotes de galinha (R$ 904 milhões de incentivos fiscais no período).
Além dos pintinhos (usados para melhoria de material genético), a lista cita passagens áreas, aviões e suas peças, produtos importados via Zona Franca de Manaus, setor de eventos e atividades e suprimentos ligados ao agronegócio.
Nesses 16 meses, mesmo quem não viajou de avião ajudou a bancar os voos alheios, um valor de R$ 1,98 bilhão em renúncia fiscal.
No subsídio ao agro, verifica-se ajuda ao cultivo e venda de produtos que, em grande parte, servirão para alimentar animais no exterior pesa no bolso de todos os brasileiros.
A comercialização da soja custou, no período, R$ 5,9 bilhões — cada brasileiro contribuiu em média com R$ 28,00.
Até pintinhos de um dia são beneficiados por isenção de imposto
Somados, os subsídios à compra de adubos, fertilizantes, agrotóxicos, sementes, mudas e produtos agropecuários gerais alcançaram R$ 77,370 bi. A lista de isenções inclui produtos que consumimos no dia a dia, como carnes, queijos, peixes e até papel higiênico (neste caso, R$ 2,2 bilhões).
No relatório da Fazenda, relata a matéria de Fernando Molica, chama atenção a menção às empresas beneficiadas com as isenções. A campeã, com R$ 16 bi, é Dairy Partners Americas, DPA, que atua em alimentos e foi comprada pela francesa Lactalis. A Honda e a Samsung deixaram de pagar, cada uma, quase R$ 10,5 bi.
A brasileira JBS é a quarta da lista, com benefícios que chegaram a R$ 4,9 bi. Depois vêm outras multinacionais, Yamaha Motors, LG e a Syngenta, fabricante de produtos químicos de origem suíça. Entre as aéreas, a TAM deixou de pagar R$ 2,5 bi; a Azul, R$ 2,4 bi.
Prorrogada pelo Congresso, a chamada desoneração da folha de pagamentos fez com que empresas de 17 setores deixassem de pagar R$ 22,2 bi para a previdência. Graças ao Perse, programa que beneficia eventos e turismo, o setor foi beneficiado com R$ 20,5 bi.
Hugo Motta e Arthur Lira gastaram quase R$ 14 mil cada em diárias para ‘Gilmarpalooza’
Deputados receberam recursos públicos para participar como palestrantes do XIII Fórum de Lisboa, sem comprovar ainda resultados das missões
07/07/2025 | 11h29
Por Cleber Lourenço
O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados, utilizou recursos públicos para custear sua participação no XIII Fórum de Lisboa, realizado entre os dias 2 e 4 de julho deste ano. De acordo com o portal oficial de Transparência da Câmara, Motta recebeu 4,5 diárias, ao valor unitário de R$ 3.107,50, totalizando R$ 13.983,75. A mesma página informa que o tipo de passagem não foi cadastrado ou informado até o momento e que o relatório final da missão oficial segue pendente. Os registros indicam que os valores pagos correspondem apenas às diárias, sem esclarecer se outros custos foram cobertos por patrocínios privados ou arcados com dinheiro do próprio deputado.
(Foto: Reprodução)
Também presente no evento, o deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara e padrinho político de Motta, recebeu recursos semelhantes para a viagem. Lira foi contemplado com 4,5 diárias, totalizando R$ 13.934,25, igualmente sem ter apresentado o relatório da missão até agora. Com isso o custo para os cofres públicos foi de R$ 27.918,00 para que os parlamentares participassem de um evento privado.
‘Gilmarpalooza’
O XIII Fórum de Lisboa é promovido por instituições privadas, como o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), fundado pelo ministro do STF Gilmar Mendes, e a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Ao longo dos anos, o evento se notabilizou por reunir autoridades dos Três Poderes, advogados renomados e empresários em debates acadêmicos e em encontros fora da agenda formal. Esta edição foi marcada também por comemorações que ficaram conhecidas como Gilmarpalooza, em alusão aos 25 anos de magistratura de Gilmar Mendes, cuja atuação política e jurídica é constantemente alvo de debates públicos.
Fórum de Lisboa é promovido por Gilmar Mendes, do STF.
A destinação de verbas públicas para custear a participação de parlamentares em um evento privado levanta questionamentos recorrentes sobre a relevância pública dessas missões. As críticas se concentram na falta de transparência sobre os benefícios efetivos para a sociedade e na ausência de prestação de contas detalhada, mesmo semanas após o retorno.
Em 2025 já foram abertos 26,4 mil pequenos negócios de produção e de revenda de pães, número 17% superior ao mesmo período no ano passado
Por André Luiz Gomes
As padarias – desde as pequenas panificadoras de bairro até as mais requintadas – têm se mostrado cada vez mais um bom mercado para se empreender. Somente neste ano, mais de 26,4 mil novos pequenos negócios do setor foram abertos nesse segmento no país. A quantidade representa um média de 240 novos CNPJs gerados por dia – ou 10 estabelecimentos a cada hora e um a cada seis minutos.
Os dados são de um levantamento realizado pelo Sebrae com dados da Receita Federal reunindo informações da Classificação Nacional de Atividades Económicas (CNAE) de fabricação de produtos de panificação e de comércio varejista de produtos de padaria.
É uma combinação de fatores que tem apoiado a abertura de empresas do setor. Em primeiro lugar, observamos uma busca maior por alimentos frescos, locais e personalizados, especialmente após a pandemia, o que reaqueceu mercados de bairro e de proximidade.
Jane Blandina da Costa, analista de Competitividade do Sebrae.
Outro motivo é a tradição cultural do consumo de pães e derivados no Brasil, que se mantém muito forte e estimula a entrada de novos negócios. Por fim, muitos empreendedores veem no setor de panificação uma oportunidade de negócio de baixo custo inicial relativo, com possibilidade de inovação (pães artesanais, fermentação natural, produtos sem glúten e sem lactose, entre outros), o que torna o segmento bastante atrativo”, completa.
De acordo com o levantamento, 86% desses pequenos negócios são microempreendedores individuais (MEI), seguido pelas microempresas (11,6%) e empresas de pequeno porte (2,14%). Em comparação a 2024, considerando o mesmo período entre janeiro e abril, o crescimento na abertura de empresas do setor foi de 17,3% (no ano passado haviam sido registrados 22,5 mil novos pequenos negócios).
O otimismo do setor também se traduz em faturamento. Isto porque em todo o ano passado, a panificação movimentou R$ 153,3 bilhões – um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto de Desenvolvimento das Empresas de Alimentação (Ideal). Os indicadores também indicam que as padarias foram responsáveis pela geração de mais de 1 milhão de empregos diretos. Além disso, estima-se que mais de 47 milhões de pessoas (22,1% da população) passam pelas padarias diariamente.
“O sucesso nesse setor depende também de um olhar atento à experiência do cliente: ambiente acolhedor, atendimento cordial e produtos de qualidade fazem toda a diferença para transformar uma compra cotidiana em um hábito de consumo fiel”, ressalta Jane Blandina.
Dicas para continuar faturando
1. Diversificação de produtos e serviços
Ampliar o portfólio é essencial. Oferecer produtos diferenciados, como linhas integrais, veganas, sem glúten, fermentação natural, cafés especiais e lanches prontos para consumo pode atrair diferentes perfis de clientes e aumentar o tíquete médio.
2. Fortalecimento da presença digital
Mesmo um negócio de bairro precisa estar no digital. Redes sociais bem trabalhadas, presença em aplicativos de entrega e campanhas locais online ajudam a atrair e fidelizar clientes, especialmente oferecendo promoções e programas de fidelidade.
3. Gestão financeira rigorosa
É imprescindível ter controle de custos e margem de lucro. Utilizar ferramentas simples de gestão (como planilhas ou aplicativos gratuitos) para acompanhar entradas e saídas, calcular corretamente os preços de venda e planejar compras para evitar desperdícios são práticas que garantem saúde financeira e capacidade de investir no crescimento.
Presidentes do Sebrae e Abip, durante assinatura do convênio em 2024. Foto: Divulgação.
Convênio
Em novembro do ano passado, Sebrae e Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip) assinaram convênio com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do segmento de panificação e confeitaria, por meio de ações de desenvolvimento digital, de competitividade e de produtividade do mercado. O investimento é de R$ 5,9 milhões em dois anos.
Entre os principais objetivos do convênio, estão: reduzir em 5% o consumo de energia dessas empresas; aumentar em 30% o nível de qualidade do pão francês; promover o ganho de 7% na produtividade dos empreendedores participantes; e tornar 80% dos negócios atendidos aptos do ponto de vista documental.
Uma homenagem ao profissional que acorda antes do sol nascer para levar o pão fresquinho à mesa dos brasileiros.
🥖 A História do Pão no Mundo
O pão é um dos alimentos mais antigos da humanidade, com registros de consumo desde 6 mil anos atrás. Inicialmente, era uma simples mistura de cereais e água. Com o tempo, surgiram técnicas como a fermentação, que transformaram o pão em um alimento essencial em diferentes culturas.
O Pão em Portugal: Uma Tradição Centenária
Portugal é mundialmente conhecido pela riqueza da sua panificação. Destaques tradicionais incluem o pão alentejano, de casca grossa e miolo macio, e o pão de Mafra, símbolo da cultura portuguesa.
No passado, era comum o uso de fornos comunitários, onde vizinhos se reuniam para assar seus pães e trocar receitas.
👑 Curiosidade: A Rainha Santa Isabel – A Rainha Padeira
Santa Isabel, rainha de Portugal no século XIII, ficou conhecida por sua generosidade e devoção aos pobres.
Ela costumava distribuir pães aos necessitados de forma discreta e, segundo a tradição, protagonizou o famoso Milagre das Rosas: quando surpreendida pelo rei enquanto levava pães escondidos no manto, os pães teriam se transformado em rosas. Santa Isabel é lembrada até hoje como protetora dos padeiros e dos pobres.
Em Portugal, o pão é tão presente no dia a dia que faz parte da expressão "ganhar o pão de cada dia", valorizando o esforço pelo sustento.
O Pão no Brasil: Um Toque Brasileiro no Forno
O pão chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses.
O pão francês, apesar do nome, é uma criação brasileira adaptada ao paladar local: casquinha fina e interior macio.
O Brasil desenvolveu uma identidade própria na panificação, com destaque para o pão de queijo, pães doces e pães regionais artesanais.
Curiosidade: Na França, o "pão francês" tem a casca muito mais grossa. O nosso "pãozinho" é uma invenção 100% nacional!
🥐 As Padarias no Alto Tietê: Tradição e Diversidade
A região do Alto Tietê, que inclui cidades como Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Arujá e Itaquaquecetuba, tem uma forte cultura de padarias, que vão além do simples pão francês.
🌟 Destaques da Região:
Mogi das Cruzes: Padarias tradicionais com broas, pães caseiros e cafés coloniais completos.
Suzano: Padarias modernas com self-service e cardápios variados.
Poá: Famosa por padarias de bairro que servem pão quentinho durante todo o dia.
Arujá: Padarias refinadas com lanches especiais e cafés gourmet.
Itaquaquecetuba: O pão francês é o mais vendido, mas os pães de metro e recheados são grandes sucessos nas festas e eventos locais. Diversas padarias da cidade se especializaram nesse tipo de produto, com combinações criativas e massas diferenciadas.
Curiosidade Regional:
O clássico “pão na chapa com café” é um ritual diário no Alto Tietê. As padarias abrem a partir das 4h da manhã para atender os trabalhadores logo cedo.
O Dia do Padeiro celebra não apenas o profissional, mas toda a cultura que o pão carrega ao redor do mundo e, principalmente, no nosso cotidiano.
No Alto Tietê, as padarias são muito mais que pontos de venda: são espaços de convivência, tradição e inovação.
Como Santa Isabel ensinou: o pão é mais que alimento, é também símbolo de partilha, solidariedade e cuidado com o próximo.