Pesquisar este blog

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

"Ainda Estou Aqui": Fernanda Torres transforma figurino em símbolo de memória e justiça

 MODA E CINEMA

"Ainda Estou Aqui": Fernanda Torres transforma figurino em símbolo de memória e justiça

As escolhas sóbrias e elegantes da atriz durante a campanha do longa destacam como as roupas podem amplificar e honrar a luta e a resistência de Eunice Paiva 

Por Iara Vidal
Escrito MODA E POLÍTICA 27/1/2025 · 14:11 hs
As escolhas sóbrias e elegantes da atriz durante a campanha do longa destacam como as roupas pode amplificar e honrar a luta e a resistência de Eunice Paiva

A atriz Fernanda Torres conquistou a crítica e diversos prêmios por sua atuação no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. Além disso, destacou-se pelas escolhas criteriosas de figurino durante a campanha de divulgação do longa, demonstrando como a moda pode ser utilizada como uma poderosa forma de comunicação política e cultural.

Divulgação - Cena do longa e a vida real.

Fernanda optou por looks sóbrios e elegantes, alinhados ao tom sério do filme, que aborda temas como a ditadura militar no Brasil e a luta por justiça. Suas escolhas de vestuário são um exemplo de como a moda pode ser usada conscientemente para transmitir mensagens significativas, ampliando o alcance da narrativa cinematográfica e estimulando uma reflexão mais profunda sobre os assuntos tratados no longa. 

As roupas escolhidas carregam mensagens poderosas, funcionando como instrumentos de expressão política. No caso de Fernanda, suas decisões para os eventos de divulgação não apenas complementaram sua atuação, mas também prolongaram a mensagem de sua personagem, Eunice Paiva, para além das telas.  

Essa abordagem contrasta com a tendência de usar a moda apenas como vitrine para exibir marcas de luxo ou tendências. Em vez disso, Fernanda demonstra que o figurino pode ser uma ferramenta estratégica para comunicar valores e temas relevantes, alinhando sua imagem pessoal à profundidade da narrativa.

A postura consciente da atriz reforça a ideia de que a moda vai muito além da estética. Trata-se de um meio de diálogo e reflexão sobre questões sociais e políticas. Ao optar por trajes que refletem a seriedade e a profundidade dos temas abordados no filme, Fernanda utiliza a moda como uma extensão da narrativa cinematográfica, intensificando o impacto da história que está sendo contada.

Essência de Eunice Paiva

Fernanda Torres e seu stylist, Antonio Frajado, adotaram uma abordagem conhecida como Method Dressing (leia abaixo), em que o vestuário reflete diretamente a narrativa do filme e a carga emocional dos personagens.

No caso de Fernanda, as peças escolhidas capturam a essência de Eunice Paiva, sua personagem em Ainda Estou Aqui. Eunice, advogada e ativista, enfrentou a perda de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar no Brasil, dedicando-se a uma luta por justiça e memória em meio a tragédias pessoais e políticas.

As escolhas de figurino feitas por Fernanda foram pensadas para honrar a história de Eunice e do filme, explicou Frajado em entrevista ao G1

"A roupa não pode, de forma alguma, ter excessos. O filme trata de uma tragédia que quase foi esquecida, e o figurino precisa respeitar e valorizar essa história", explicou.

Essa abordagem resultou em looks predominantemente sóbrios, com foco no preto — uma escolha que simboliza luto, sobriedade e a profundidade emocional da narrativa. As roupas, cuidadosamente selecionadas, complementam a atuação de Fernanda e ampliam a mensagem do filme para além das telas.

Entenda o Method Dressing

Method Dressing é uma abordagem em que as escolhas de figurino para eventos, como tapetes vermelhos ou campanhas de divulgação, refletem diretamente o personagem ou a narrativa do filme ou série que está sendo promovido. 

Inspirado pelo método de atuação Method Acting, que busca uma imersão completa no personagem, o Method Dressing busca alinhar o vestuário da estrela ao espírito, à estética ou aos temas da obra cinematográfica.

Essa prática vai além de apenas selecionar roupas bonitas ou seguir tendências. O objetivo é criar uma conexão entre o figurino e a história, intensificando a imersão do público e destacando a essência da obra. Além disso, é uma estratégia para transformar a divulgação em uma extensão narrativa, gerando ainda mais impacto cultural.

Method Dressing é uma estratégia que traz benefícios tanto para os atores quanto para os filmes ou séries que representam:

  • Conexão emocional: A escolha do vestuário intensifica a conexão entre o público, o ator e a obra.
     
  • Marketing narrativo: As roupas se tornam uma extensão da história, ajudando na divulgação do projeto de maneira criativa e envolvente.
     
  • Impacto cultural: Roupas alinhadas ao enredo destacam a profundidade da narrativa, reforçando temas importantes e sensibilizando o público.

Method Dressing mostra como a moda pode ir além da estética, tornando-se um veículo poderoso para contar histórias e ampliar o impacto cultural de obras cinematográficas.

Exemplos de Method Dressing:

Margot Robbie - “Barbie”

Reprodução Instagram - Margot Robbie na divulgação de "Barbie"

Durante a divulgação de Barbie, Margot Robbie levou o method dressing ao extremo. Em colaboração com sua stylist, ela recriou looks icônicos da boneca Barbie, desde o vestido rosa xadrez até o famoso conjunto de banho listrado em preto e branco. Essas escolhas não só destacaram o filme, mas também celebraram a nostalgia e o impacto cultural da personagem.

Zendaya - “Rivais”

Reprodução Instagram - Zendaya para divulgação de "Rivais"

Zendaya adotou o Method Dressing para divulgar o filme Rivais, em que interpreta uma jogadora de tênis. Durante a campanha, ela popularizou o estilo tenniscore, inspirado na moda das quadras de tênis, com roupas esportivas que incluíam saias plissadas e jaquetas esportivas. Apesar disso, para eventos formais, como o Globo de Ouro, Zendaya optou por looks elegantes e sofisticados, como o vestido laranja da Louis Vuitton.

Ana de Armas - “Blonde”

Reprodução Instagram - Ana de Armas para divulgação de "Blonde".

Na divulgação de Blonde, em que interpretou Marilyn Monroe, Ana de Armas incorporou o glamour icônico da estrela. Seus looks evocaram a estética da Era de Ouro de Hollywood, com vestidos ajustados, tecidos acetinados e acessórios vintage que remetiam diretamente ao estilo de Marilyn.

Blake Lively - “É Assim que Acaba”

Reprodução Instagram - Blake Lively para divulgação de "É Assim que Acaba".

Blake Lively recebeu críticas e elogios por suas escolhas de figurino durante a campanha de É Assim que Acaba. Interpretando uma florista, ela apareceu em vários eventos usando roupas com estampas florais, conectando seu estilo ao ofício da personagem. No entanto, críticos sugeriram que ela poderia ter adotado peças mais sóbrias para refletir os temas mais sombrios do filme, como a violência doméstica.

O figurino de "Ainda Estou Aqui"

O figurino de Ainda Estou Aqui desempenha um papel essencial ao transportar o público para o Rio de Janeiro dos anos 1970 e acompanhar as transformações temporais até os dias atuais. 

Sob a direção da figurinista Claudia Kopke, conhecida por trabalhos como Que Horas Ela Volta? e Tropa de Elite, as roupas foram concebidas como elementos narrativos que refletem a evolução emocional e histórica dos personagens.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme narra a trajetória de Eunice, que enfrenta o desaparecimento do marido durante o regime militar, além de lidar com o diagnóstico de Alzheimer nos anos posteriores. 

Nesse contexto, o figurino de Claudia Kopke se torna vital para expressar as nuances e mudanças vividas pelos personagens ao longo de décadas.

Em entrevista ao GShow, a figurinista contou que o seu processo criativo começou com uma extensa pesquisa histórica.

"Realizamos um estudo detalhado utilizando internet, livros, revistas, filmes e muitas fotos da família Paiva. A partir disso, elaboramos as pranchas de figurino e apresentamos nossa proposta ao Walter Salles e ao diretor de arte Carlos Conti", revelou.

Essa pesquisa permitiu à equipe captar não apenas a estética das décadas retratadas, mas também os significados emocionais de cada peça. 

Muitas roupas foram confeccionadas manualmente para garantir autenticidade, enquanto a escolha de tecidos e modelagens buscou equilibrar o espírito da época com um olhar contemporâneo.

Claudia, em participação em um podcast, destacou que suas memórias pessoais também influenciaram o projeto. 

"Minhas lembranças de infância e adolescência estiveram muito presentes. Quando escolhia um tecido ou confeccionava uma peça, me transportava diretamente para as casas das costureiras que frequentava com minha mãe", afirmou.

Roupas contam histórias

Ao longo do filme, os figurinos desempenham um papel de conexão emocional. Eles capturam o espírito da época, as lutas de Eunice e as transformações sociais do Brasil. A sobriedade das roupas reflete a luta pela memória e pela verdade em um momento histórico repleto de desafios.

O trabalho cuidadoso de Claudia Kopke também tem recebido reconhecimento internacional. O filme, selecionado para representar o Brasil na busca por uma vaga ao Oscar 2025 como Melhor Filme Internacional, já figura em listas informais de possíveis indicados na categoria de Melhor Figurino. Esse reconhecimento destaca como o cuidado nos detalhes é essencial para produções que exploram histórias tão profundas.

Integração de tradição e modernidade

Assim como o figurino do filme refletiu décadas de história, Fernanda Torres e Antonio Frajado traduziram essa narrativa nos looks das premiações. A escolha de peças elegantes, minimalistas e repletas de significado reforça a conexão entre criador e criatura. 

Esse comprometimento entre figurino, narrativa e atuação reafirma como o cinema é capaz de unir tradição e modernidade para contar histórias impactantes. Fernanda Torres e a equipe de Ainda Estou Aqui mostram que a moda pode ir além da estética, tornando-se uma poderosa ferramenta de memória e resiliência.

Premiação “Ainda Estou Aqui”

O filme "Ainda Estou Aqui" tem se destacado no cenário cinematográfico internacional, acumulando diversas indicações e prêmios prestigiosos. Confira a lista dos principais reconhecimentos recebidos pela produção:

Prêmios recebidos

Globo de Ouro 2025

  • Melhor Atriz em Filme – Drama: Fernanda Torres tornou-se a primeira brasileira a vencer nesta categoria.

Prêmio APCA de Cinema

  • Melhor Filme: "Ainda Estou Aqui" foi eleito o melhor filme pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
  • Melhor Atriz: Fernanda Torres recebeu o prêmio de melhor atriz.

Festival Internacional de Cinema de Palm Springs

  • Melhor Filme Internacional: O longa foi reconhecido como o melhor filme internacional pelo júri do festival.

Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul

  • Melhor Longa-metragem Nacional: "Ainda Estou Aqui" foi premiado como o melhor longa nacional.

Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro

  • Melhor Filme do Ano: O filme foi consagrado como o melhor do ano pela ACCRJ.

Satellite Awards

  • Melhor Atriz em Filme de Drama: Fernanda Torres foi reconhecida por sua atuação.

Associação de Críticos de Porto Rico

  • Melhor Filme Internacional: O filme recebeu o prêmio de melhor filme internacional.

Indicações

Oscar 2025

  • Melhor Filme: Primeira vez que uma produção brasileira é indicada nesta categoria.
  • Melhor Atriz: Fernanda Torres foi indicada por sua performance.
  • Melhor Filme Internacional: O filme representou o Brasil na categoria.

BAFTA 2025

  • Melhor Filme em Língua Não Inglesa: O filme foi indicado ao prêmio britânico.

Prêmio Goya 2025

  • Melhor Filme Ibero-americano: Indicação na principal premiação do cinema espanhol.

Critics' Choice Awards 2025

  • Melhor Filme de Língua Estrangeira: O longa foi indicado nesta categoria.

Satellite Awards

  • Melhor Filme Internacional: Indicação recebida pela produção.

Esses reconhecimentos destacam a relevância e a qualidade de "Ainda Estou Aqui" no panorama cinematográfico atual, evidenciando a força do cinema brasileiro no cenário internacional.

https://revistaforum.com.br/moda/2025/1/27/ainda-estou-aqui-fernanda-torres-transforma-figurino-em-simbolo-de-memoria-justia-173077.html

STF pode reabrir caso explosivo para os Bolsonaros - Rachadinha de Flávio Bolsonaro

 Guilherme Amado

STF pode reabrir caso explosivo para os Bolsonaros

Repousa desde maio de 2023 no gabinete de Gilmar Mendes, do STF, um pedido do MPRJ que pode levar à reabertura do caso da rachadinha de Flávio Bolsonaro


jan. 27, 02:00

Guilherme Amado e João Pedroso de Campos 

Além das investigações sobre planos golpistas, desvio de joias e fraude em cartão de vacinação, que devem basear uma ou mais denúncias da PGR contra Jair Bolsonaro nos próximos meses, o STF tem também em suas gavetas um recurso com potencial para gerar mais dores de cabeça à família do ex-presidente e minar uma das possibilidades eleitorais da família em 2026 para o Palácio do Planalto.

Repousa em alguma gaveta do gabinete de Gilmar Mendes há quase dois anos um recurso do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que pode levar à reabertura do caso da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do estado (Alerj).

O suposto esquema, que levou Flávio a ser denunciado pelo MP-RJ mas foi paralisado na Justiça, envolvia a devolução de parte de salários de servidores públicos do gabinete do hoje senador na Alerj. Segundo a promotoria, as rachadinhas eram operadas pelo ex-policial militar e ex-assessor Fabrício Queiroz, figura próxima ao clã Bolsonaro, e seus recursos teriam como destinatário final Flávio.

O recurso extraordinário nas mãos de Gilmar foi protocolado no STF pelo Ministério Público fluminense em 3 de maio de 2023. O pedido tenta reverter a decisão do STJ que anulou todas as decisões do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, no caso da rachadinha. Desde que foi distribuído ao ministro, em 8 de maio de 2023, o recurso não teve nenhuma movimentação no Supremo.

A decisão do STJ questionada pelo MP do Rio foi tomada pela Quinta Turma do tribunal em novembro de 2021, por quatro votos a um. Com a anulação das decisões de Itabaiana, foram derrubadas todas as provas obtidas nas investigações por ordem do juiz. Ele ficou à frente do caso entre o seu início, em 2019, e junho de 2020, quando o Tribunal de Justiça do Rio decidiu que as investigações deveriam ir à segunda instância, no Órgão Especial do TJ-RJ.

Os ministros do STJ entenderam que Flávio Bolsonaro tinha foro privilegiado de deputado estadual no caso da rachadinha, e não na primeira instância. Como Flávio Itabaiana não tinha atribuição sobre as investigações desde seu início, suas decisões no caso foram anuladas.

Meses antes dessa decisão, em fevereiro de 2021, o mesmo STJ havia anulado as quebras de sigilo contra Flávio Bolsonaro na investigação.

Não há previsão ou limite de prazo para que Gilmar Mendes faça andar o recurso do MP-RJ no STF. 

Uma coisa, no entanto, é certa: a eventual readmissão das provas seria um enorme risco ao futuro político de Flávio Bolsonaro, que publicamente se anuncia como candidato ao Senado em 2026, mas que, conforme o próprio pai admitiu na semana passada, é considerado por ele como um “excelente nome”, que “tem experiência” para o Planalto. "Bom articulador, um baita nome”, disse, sobre o filho.

Braga Netto: "Mandaram um 'pica-fumo’ me prender"

 



Juliana Dal Piva




Braga Netto: "Mandaram um 'pica-fumo’ me prender"



Eram 5 horas e 30 minutos, do sábado, 14 de dezembro de 2024, quando cerca de dez militares chegaram na frente da sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), no centro do Rio de Janeiro. Eles estavam atendendo a ordens da alta cúpula militar de Brasília, capital do Brasil, e ainda não sabiam qual era a missão daquela manhã. O relato a seguir foi feito ao CLIP e ao ICL Notícias, sob condição de anonimato, por dois integrantes da operação.

No grupo de dez militares, estava um coronel e os demais eram oficiais de patentes inferiores. Ao chegar na sede da PF no Rio, eles encontraram um grupo de policiais federais que tinham em mãos um mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal para cumprir. O papel dos militares era apenas de acompanhar a operação porque um militar de alta patente seria preso.

Nenhum deles sabia, mas estavam a caminho do apartamento do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, em 2022. Em cerca de trinta minutos, ele estaria preso. Mineiro de Belo Horizonte (MG), o militar tem 67 anos e entrou para o Exército em 1975.

Os policiais federais, no comando da operação, informaram aos militares que apenas parte do grupo ia seguir junto com eles em dois carros. A orientação dada era para uma operação sigilosa, ágil e discreta.

Tudo já vinha sendo preparado pelos policiais desde o dia anterior, a sexta-feira (13). Após a emissão da ordem de prisão pelo STF, os investigadores chegaram a discutir sobre quando efetuar o cumprimento do mandado e a data 13 de dezembro, aniversário do Ato-Institucional número 5, um decreto da ditadura que permitiu, por exemplo, uma série de detenções violentas e afundou de vez a população brasileira no horror da ditadura a partir de dezembro de 1968.

Os policiais pensaram que prender Braga Netto no aniversário do AI-5 podia soar uma provocação. No entanto, o sábado, 14 de dezembro, é o aniversário da ex-presidente Dilma Rousseff, petista e ex-integrante de um dos grupos de guerrilha armada contra a ditadura. Não tinha data perfeita para aquela prisão.

Como o general estava em Maceió, capital de Alagoas, em uma viagem de férias com a família, ficou para o sábado. Já no nordeste, ele vinha sendo monitorado enquanto a PF preparava a operação para prendê-lo. Ao saber que ele tinha um voo de Maceió para o Rio de Janeiro, a PF acompanhou o embarque e já destacou uma viatura com agentes para monitorar a chegada dele à capital carioca. Os policiais ainda o acompanharam do aeroporto até a chegada em casa, um apartamento que fica na rua Figueiredo Magalhães, no bairro de Copacabana.

Assim, pouco depois de se reunirem na sede da PF, policiais e militares dividiram-se em dois carros descaracterizados e foram até o edifício “El Cid”, o prédio onde o general Braga Netto vive com a família no Rio de Janeiro. Uma coincidência difícil de ser ignorada. O general ia ser preso, em grande medida, pelas informações prestadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em sua colaboração premiada. Os militares, porém, só entenderam quem estavam prendendo quando chegaram na porta do apartamento.

O grupo entrou pela garagem informando para a portaria que estavam cumprindo mandados judiciais e que os porteiros não deviam informar ao dono do apartamento que eles estavam subindo. O prédio é um desses clássicos, antigos de Copacabana, e tem um  apartamento por andar com dois elevadores que atendem aos moradores. Metade do grupo subiu em um elevador social, que possui uma porta com saída direta para a porta de entrada dos apartamentos, e outro é o de serviço.

Um dos policiais tocou a campainha e quem abriu a porta foi logo o general Braga Netto vestido com um shorts e uma camisa de pijama, ambos de um branco com azul. O diálogo de alguns minutos, foi reconstituído por duas fontes, assim:

— Bom dia general, estamos aqui para cumprir uma decisão do ministro Alexandre de Moraes. É um mandado de busca e prisão preventiva.

— Prisão preventiva? Mas nem me chamaram para depor — respondeu um Braga Netto, assustado.

— O senhor tem que ver isso com seu advogado. A minha intenção é ser célere e discreto para preservar a imagem do senhor — completou um dos policiais.

— Agradeço. Tão na casa do Heleno também? — questionou Braga Netto, sem perguntar nada sobre Bolsonaro.

A menção ao colega general da reserva Augusto Heleno não era sem razão. Heleno e Braga Netto foram apresentados em um documento como os líderes do gabinete transitório que iria assumir o país após a conclusão do golpe de estado planejado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

— Posso entrar em contato com meu advogado? — questionou o general.

— Pode. Deixa só ver as armas — respondeu um dos policiais.

— Ah, as armas vocês levaram da outra vez — relembrou Braga Netto, ao citar as duas pistolas que foram apreendidas em fevereiro de 2024, na Operação Tempus Veritatis.

Pouco depois que os militares e policiais entraram no amplo apartamento, o general falou com o advogado. Em seguida, o celular dele foi apreendido e os investigadores começaram a busca e apreensão por documentos, armas e dinheiro.



Na medida em que o barulho da chegada do grupo avançou pela casa, a mulher do general, a filha e o genro acordaram e vieram para a sala. Os três foram orientados a ficar sentados no sofá enquanto Braga Netto se trocava para sair preso com os policiais.

Ninguém chorou. Estavam todos aborrecidos, mas nenhum deles se desesperou diante dos policiais e militares. Braga Netto levou cerca de 40 minutos para tomar banho e se arrumar para sair com os policiais. Nesse meio tempo, os militares que acompanhavam a operação demonstraram o constrangimento em prender um general. O coronel que liderava os militares chegou a dizer que foi a missão mais difícil que recebeu na carreira.

Quando Braga Netto finalmente ficou pronto, ele saiu andando com os investigadores pela porta da frente. Não foi algemado e saiu do elevador direto para uma das viaturas na garagem. Sentou no banco de trás de uma das viaturas e ficou no meio de dois policiais como qualquer outro criminoso preso pela PF.

No caminho, de Copacabana até o Centro, para aliviar a tensão, o grupo dentro do carro começou a falar amenidades. Primeiro, falaram do Botafogo. O general é torcedor do time que foi campeão da Libertadores em 2024. Depois, ele se queixou do Exército e criticou um projeto de previdência dos militares e, em 20 minutos, estavam de volta ao centro da cidade.

Na Superintendência da PF, a prisão do general foi formalizada. Ele foi levado para uma sala e renunciou ao exame de corpo de delito para evitar a exposição. A ordem de evitar qualquer ato de espetacularização foi seguida à risca. Tanto é que ninguém possui imagens do momento em que ele saiu de sua casa em Copacabana com os policiais. Apenas uma foto foi captada quando Braga Netto chegou na Superintendência da PF.

Enquanto os policiais faziam a burocracia, o general tomou um café e foi recebido pelo Superintendente interino da instituição. A iniciativa, porém, gerou novos desabafos:

— Fui melhor tratado pela PF do que pelo Exército. Colocaram um “pica-fumo” para me prender — reclamou Braga Netto, ao se queixar que um coronel liderava a prisão, não um general. A ausência de um militar com uma patente igual a dele causou enorme irritação em Braga Netto.

Nas histórias de quem se formou no Exército, restou que a tropa costumava fumar charuto ou cigarro de palha nas marchas. Assim, o mais jovem oficial do Regimento de Cavalaria era responsável por picar o fumo de rolo e prepará-lo para seu comandante e alguns oficiais superiores. Dali em diante, passou que “pica-fumo” é o modo como os militares mais experientes chamam os mais jovens.

Outras ausências também foram notadas. Desde o momento em que foi preso, o general não mencionou o nome de Jair Bolsonaro. Quem acompanhou o episódio, avalia que ele contava com a possibilidade de ser preso e já fazia seu cálculo.

A prisão foi formalizada e a PF entregou o general aos militares para que a custódia ficasse a cargo do Exército. Essa também foi a ordem que veio de Brasília. Assim, Braga Netto foi encaminhado para a 1ª Divisão do Exército, que é subordinada ao Comando Militar do Leste e fica na Vila Militar, na zona oeste da cidade. Poucos militares conhecem as instalações do CML tão bem quanto Braga Netto. Ele comandou a instituição entre 2016 e 2019.

Assim, foi preso o primeiro general quatro estrelas da história do Brasil. Antes disso, o marechal Hermes da Fonseca tinha sido preso duas vezes em 1922. Mas o Brasil dos anos 1920 não é comparável ao país de 2024. Braga Netto foi extensivamente investigado em um país democrático, coisa que não se pode dizer sobre o ocorrido no início do período republicano do Brasil. Braga Netto tem direito a defesa e nega todas as acusações.

O advogado José Luis Oliveira Lima, que passou a defender Braga Netto dias depois da prisão, informou que “ele nunca mencionou qualquer irritação relacionada ao cumprimento do mandado de prisão”. Além disso, informou que o general “nega expressamente a prática de qualquer ato ilícito, em especial a alegada entrega de dinheiro vivo”.

Apesar das negativas, é muito difícil de imaginar que tipo de defesa será feita após a Polícia Federal descobrir provas do envolvimento dele em um plano para assassinar o presidente eleito e o vice, além de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Los Ilusionistas
https://iclnoticias.com.br/mandaram-pica-fumo-prender-braga-netto-golpe/

domingo, 26 de janeiro de 2025

MICHELLE E EDUARDO ERAM OS MAIS RADICAIS POR GOLPE; CID TAMBÉM TENTOU LIVRAR GENERAIS

 


Sobre deportação ordenada por Trump, Bolsonaro diz: ‘Eu faria o mesmo’

 

- ICL Notícias







O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), elogiando política de deportação em massa adotada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, declarou que se estivess “no lugar dele, faria o mesmo”. A afirmação foi feita em uma entrevista concedida à rede CNN na quinta-feira (23).

“Lá é a casa dele, aqui é a nossa. Quem não está de forma legal tem que buscar uma maneira de se legalizar, não são apenas brasileiros. Ele não mentiu e está fazendo a coisa certa. Nós não temos esse problema aqui, mas ele está cumprindo o que prometeu, e no lugar dele, eu faria o mesmo”, afirmou.

O trecho da entrevista em Bolsonaro diz concordar e tenta justificar a postura do presidente norte-americano contra a imigração repercutiu nas redes no sábado (25), depois que passaram a circular imagens de brasileiros algemados e acorrentados entre os passageiros o primeiro voo de repatriação que saiu dos EUA  na sexta-feira (24).

O ex-presidente Jair Bolsonaro elogiou medidas de Trump contra imigração (Foto: CNN)

Bolsonaro: reflexos na economia brasileira

Na entrevista, Jair Bolsonaro também elogiou outras decisões de Trump dos primeiros dias de mandato na Casa Branca.  “Ele assinou os decretos, alguns eu achei excepcionais e alguns vão ter reflexo na economia aqui no Brasil, não há dúvida no tocante a isso.”

Entre os decretos, Bolsonaro referiu-se ao que revoga os esforços do ex-presidente Joe Biden para bloquear a perfuração de petróleo no Ártico e em grandes áreas da costa dos EUA.

“Trump falou que vai voltar a explorar petróleo, vai voltar a perfurar, problema para o Brasil. Nós exportamos para os Estados Unidos e importamos diesel. Ou seja, a gente não pode ficar de costas, fingindo que não existe a Margem Equatorial”, complementou Bolsonaro.

A Margem Equatorial, que se estende da costa do Amapá ao Rio Grande do Norte, possui grande potencial para exploração de petróleo, mas até o momento nenhum poço foi perfurado devido a questões ambientais. 

https://iclnoticias.com.br/sobre-deportacao-bolsonaro-faria-o-mesmo/

SAIBA TUDO SOBRE AS ACUSAÇÕES CONTRA BOLSONARO: TENTATIVA DE GOLPE, MEDO E FUTURO POLÍTICO

 


Fala de Bolsonaro envelhece mal após agressão a brasileiros deportados

 

Fala de Bolsonaro envelhece mal após agressão a brasileiros deportados



Leonardo Sakamoto
Colunista do UOL

Diante de denúncias de maus tratos de agentes de segurança do governo dos Estados Unidos contra brasileiros deportados, neste sábado (25), envelheceu mal a recente declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro defendendo a promessa de Donald Trump de expulsar milhões de migrantes que estão de forma irregular no país. O Ministério das Relações Exteriores vai pedir explicações ao governo dos EUA sobre o tratamento degradante dispensado aos brasileiros no voo.

"Ele está fazendo a coisa certa. Foi compromisso de campanha", disse em entrevista à CNN, na última quinta (23), ao elogiar a política adotada por Trump. "Acho que ele está fazendo o que prometeu, e, no lugar dele, eu faria a mesma coisa", completou.

Os relatos e imagens de agressões físicas e verbais durante o voo de repatriação lembram que o processo de deportação não é como um passeio no parque. Inclui detenções por meses e tratamento desumano a migrantes indocumentados — que produzem riqueza, pagam impostos através do consumo e assumem funções que a maioria dos cidadãos norte-americanos não quer. Voos de deportação de brasileiros acontecem há anos, a questão é que, desta vez, elas vieram com agressões.

Uma das máximas da diplomacia é que países não têm amigos, mas interesses, e o principal deles deveria ser sempre o bem-estar de seus próprios cidadãos.

Trump defender o que ele diz ser o interesse de seus cidadãos é parte do papel que está interpretando. Ressalte-se que esse papel bate de frente com o princípio da dignidade humana e que ele vem fomentando xenofobia nos EUA com a demonização de migrantes, generalizando que são estupradores e ladrões que fugiram das prisões de seus países e que roubam gatos e cachorros para comer.

Mas quando Bolsonaro defende uma política estrangeira que acaba batendo de frente com a dignidade de brasileiros, aí é outra coisa. Isso pode fazer sentido com uma parte do eleitorado daqui, que se autoproclama "patriota", mas vive enrolada com a bandeira de outro país. Contudo, pega mal para muita gente.


Suas declarações de apoio à violenta política de Trump de deportação de migrantes não são novas. Por exemplo, em entrevista à Fox News, em 19 de março de 2019, disse que "a grande maioria dos imigrantes em potencial não tem boas intenções nem quer o melhor ou fazer bem ao povo americano".

Considerando que são muitos os brasileiros entre os que migram para os EUA e, mais do isso, que tanto lá como o Brasil são países que se constituíram por migrações (forçadas e espontâneas) de pessoas de várias partes do mundo, o então presidente brasileiro conseguiu insultar sua própria gente em uma TV estrangeira.

"A grande maioria dos imigrantes" tem sim boas intenções e faz o bem ao povo que os acolhe. São eles que exercem o trabalho sujo que poucos querem fazer, limpam latrinas, costuram roupas, cozinham e servem, recolhem o lixo, limpam as ruas, constroem casas.


Expulsos pela falta de emprego ou pela violência, brasileiros e outros latino-americanos entram e se estabelecem de forma irregular nos EUA. Não querem desrespeitar a lei, mas guiados pela propaganda de que lá ainda é a terra da oportunidade, buscam uma vida melhor.

Políticos brasileiros deveriam defender a dignidade de seus conterrâneos e não as políticas migratórias de outro Estado.

Desde sua campanha eleitoral de 2016, Donald Trump culpa os migrantes pobres por desgraças que acontecem em solo norte-americano - de estupros ao tráfico de drogas e principalmente o terrorismo. Chegou a dizer que "infestam" o país e os chamou de o "mal". Dobrou a aposta na campanha do ano passando, associando-os a tudo o que não presta e prometendo expulsar milhões. O que, ironicamente, vai afetar a economia pelo impacto na falta de mão de obra e custar bilhões.

E vale lembrar sempre que a maioria dos atiradores que matam em escolas e igrejas nos Estados Unidos são homens, brancos, héteros, nascidos por lá.

O que políticos brasileiros ganham ao dar declarações que fazem coro com o pior do nacionalismo norte-americano e europeu?

Quando Bolsonaro estava no governo, talvez quisesse se mostrar tão útil que o norte-americano o considerasse um parceiro prioritário. O que não deu lá muito certo porque o Brasil entregou alinhamento automático e, mesmo assim, baixou a cabeça em questões como o aço ou etanol. Hoje, talvez garantir que Trump lembre dele e pressione as instituições brasileiras para cancelar sua inelegibilidade visando a 2026 — apesar de ser mais fácil o tal camelo passar pelo buraco da tal agulha do que isso acontecer.


Acender a libido da ala radical de seus seguidores em redes sociais. Ganhar um afago ou um biscoito da extrema direita norte-americana e internacional. O problema é que ser subserviente nunca fez com que alguém ganhasse respeito. Pelo contrário.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2025/01/26/fala-de-bolsonaro-envelhece-mal-apos-agressao-a-brasileiros-deportados.htm

PL de Bolsonaro gastou mais de R$ 300 mil em rede de supermercados de Brasília -


Platô

Partido do bolsonarismo, o PL informou ao TSE gastos de R$ 334 mil em 2024 na rede de supermercados Dona



O PL, partido de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, passou o ano de 2024 com a despensa cheia. Segundo prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral, a sigla gastou nada menos que R$ 334 mil em compras em uma rede de supermercados de Brasília, a Dona, antiga Dona de Casa. Essas despesas com dinheiro público dão uma média de R$ 27,8 mil por mês, cerca de R$ 7 mil por semana, quase R$ 1 mil por dia.

A preferência do partido do bolsonarismo pela rede Dona não é nova, mas chama a atenção a multiplicação das despesas em relação aos últimos anos. Em 2022, o PL gastou R$ 53,3 mil nos supermercados Dona. Em 2023, R$ 46,6 mil.

Na prestação de contas de 2024, as compras foram registradas em quatro CNPJs diferentes da rede de supermercados, ou seja, quatro lojas. Duas delas ficam na Asa Norte, em Brasília, uma em Taguatinga e uma no Guará, regiões administrativas do Distrito Federal.

As despesas do ano passado ainda não estão acompanhadas das notas fiscais, mas nos anos anteriores se vê que são gastos com compras de hortifruti, carnes variadas, refrigerantes, sucos, queijos, temperos e produtos em geral (veja exemplos de 2023 aquiaquiaqui e aqui). Ao TSE, os itens são apresentados como “materiais de copa e cozinha”.

Os meses em que o PL mais informou gastos na rede de supermercados em 2024 foram maio, com cinco compras totalizando R$ 43,7 mil; agosto, quando cinco notas fiscais somaram R$ 39,6 mil; novembro, com R$ 39,1 mil gastos em três desembolsos; e junho, com seis compras no valor total de R$ 38 mil. O mês com menos gastos nos supermercados foi fevereiro: R$ 9,6 mil.

O valor de algumas despesas individuais nos supermercados apresentadas pelo PL ao TSE também impressiona: R$ 18 mil em 18 de novembro de 2024; R$ 17,1 mil em 17 de maio; R$ 15,6 mil em 15 de julho e 6 de setembro; e R$ 11,4 mil em 1º de novembro. Em outro caso, no fim de 2023, é de se ressaltar a data da compra: R$ 4,9 mil em 31 de dezembro daquele ano.

A coluna entrou em contato com a assessoria de imprensa do PL para ouvir o partido sobre os gastos, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.

https://platobr.com.br/pl-de-bolsonaro-gastou-mais-de-r-300-mil-em-rede-de-supermercados-de-brasilia/

Cid disse que Michelle e Eduardo Bolsonaro compunham ala mais radical da trama golpista

 



Por Ranier Bragon

FOLHAPRESS) – Chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou no primeiro depoimento de sua colaboração premiada que a ala “mais radical” do grupo que defendia um golpe de Estado no Brasil no final de 2022 incluía a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A íntegra do depoimento de Cid, datada de 28 de agosto de 2023, foi obtida pelo colunista Elio Gaspari. Em novembro daquele ano, o UOL revelou que a delação de Cid apontava Michelle e Eduardo como incitadores do golpe.

“Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado, afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores] para dar o golpe”, diz a transcrição do depoimento de Cid, que agora vem a público.

O relatório final da investigação da Polícia Federal sobre a trama golpista, concluído em 21 de novembro de 2024 — ou seja, um ano e três meses após o depoimento inicial de Cid –, não traz Michelle nem Eduardo entre os 40 indiciados.

O nome da ex-primeira-dama nem é mencionado no documento. Eduardo é citado apenas de forma lateral, no contexto de que seu nome aparecia como contato no telefone celular de um dos investigados. À época em que vazaram esses pontos da delação de Cid, Eduardo e Michelle negaram ao UOL envolvimento em ações pró-golpe.

As afirmações são “absurdas e sem qualquer amparo na verdade”, disse a defesa de Michelle à época, acrescentando que Bolsonaro ou seus familiares “jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”. Eduardo disse que a delação de Cid não passava de “devaneio” e “fantasia”.

O relatório da PF está sob análise da Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer denúncia ao STF contra os 40 suspeitos ou arquivar os indiciamentos.

Michelle e Eduardo são atualmente cotados para disputar a Presidência em 2026, no lugar de Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro,  tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid (Foto Lula Marques/ Agência Brasil)

Cid: ala mais radical era a favor de ‘braço armado’

No depoimento dado em agosto de 2023, Cid disse que havia três grupos distintos em torno de Bolsonaro no final de 2022, momento em que o país vivia com acampamentos de bolsonaristas em frente a quartéis do Exército pedindo um golpe de Estado.

De acordo com o tenente-coronel, o primeiro trabalhava para convencê-lo a admitir a derrota e se tornar “o grande líder da oposição”. Entre eles estariam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, entre outros.

O segundo grupo, segundo Cid, não concordava com os rumos que o país estava tomando, mas também se colocava contra medidas de ruptura. Fariam parte dele, entre outros, o comandante do Exército, Freire Gomes.

Já o terceiro grupo, favorável a medidas golpistas, era formado por duas alas nas palavras de Cid. Uma “menos radical”, que buscava encontrar indícios de fraudes nas urnas para justificar uma virada de mesa.

Outra, mais radical, “a favor de um braço armado”. Esse grupo mais belicoso defendia assinatura de decretos de exceção, de acordo com ele.

No depoimento, Cid diz que essas pessoas “gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado”, queriam que Bolsonaro assinasse um decreto de exceção e “acreditavam que quando o presidente desse a ordem ele teria apoio do povo e dos CACs”.

“Quanto a parte mais radical”, prossegue o relato do depoimento de Cid feito pela PF, “não era um grupo organizado, eram pessoas que se encontravam com presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente do então presidente”.

O então presidente Jair Bolsonaro com o assessor Felipe Martins, implicado na trama golpista que está preso (Foto: Reprodução redes)

Nessa ala, Cid cita nominalmente Felipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que ocupou quatro ministérios na gestão Bolsonaro, Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, o general Mario Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES), além de Eduardo e Michelle.

Desse grupo, apenas Felipe Martins e Mario Fernandes acabaram sendo indiciados pela PF no relatório final da trama golpista.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é citado por Cid nessa ocasião como integrante da ala “menos radical” que buscava o golpe, a que buscaria indicativos de fraude eleitoral que justificassem a virada de mesa. Valdemar está entre os indiciados pela PF.

De acordo com a investigação, ele é suspeito de ter ingressado com questionamento do resultado eleitoral em que Bolsonaro foi derrotado por Lula mesmo ciente de que eram falsos os argumentos que usava para sugerir fraude nas urnas eletrônicas. 

https://iclnoticias.com.br/cid-disse-que-michelle-e-eduardo-bolsonaro-compunham-ala-mais-radical-da-trama-golpista/

Elio Gaspari: A primeira delação de Mauro Cid

 

Opinião - 

O tenente-coronel falou em três grupos, um dos quais armava o golpe

O ministro Alexandre de Moraes mantém sob sigilo os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid na sua colaboração premiada para a investigação dos planos golpistas de 2022/2023. São mais de dez depoimentos. Veio à tona o primeiro, de 28 de agosto de 2023. Tem seis páginas, algum método e menciona mais de 20 pessoas.

Segundo Cid, depois da vitória de Lula, três grupos gravitavam em torno de Jair Bolsonaro.

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os atos do 8 de janeiro de 2023
O ex-ajudante de ordens Mauro Cid durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os atos do 8 de janeiro de 2023 - Evaristo Sa - 11.jul.23/AFP

O primeiro queria que ele mandasse as pessoas para suas casas, tornando-se o grande líder da oposição. Nesse grupo estavam o senador Flávio Bolsonaro, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, e o brigadeiro Baptista Júnior, comandante da Força Aérea.

O segundo grupo, ainda mais moderado, dizia que "nada poderia ser feito diante do resultado das eleições". Uma virada de mesa "representaria um regime militar por mais 20, 30 anos". Temiam que radicais levassem Bolsonaro a "assinar uma 'doideira'". Nele, segundo Cid, estavam os generais Freire Gomes (comandante do Exército), Paulo Sérgio Nogueira (ministro da Defesa) e Júlio César de Arruda.

Outros moderados queriam que Bolsonaro deixasse o país. Entre eles estava o empresário do agronegócio Paulo Junqueira, "que financiou a viagem do presidente para os EUA".

O terceiro grupo era formado pelos radicais e tinha dois braços. Um queria achar provas de fraude nas eleições. Nele estavam o major da reserva Angelo Denicoli e o senador Carlos Heinze. Ele chegou a propor que os militares sequestrassem uma urna eletrônica "para a realização de testes de integridade".

O outro "era a favor de um braço armado". Nesse depoimento, Mauro Cid não deu nomes nem detalhes a respeito dessa turma, mas narrou a gestação da "doideira" que deveria ser assinada por Bolsonaro.

  • Cid disse que Michelle e Eduardo Bolsonaro compunham ala mais radical da trama golpista

A partir de novembro de 2022, depois do segundo turno, Filipe Martins, assessor internacional de Bolsonaro, levou-lhe em várias ocasiões um jurista, "que não se recorda o nome". Essas conversas resultaram num "documento que tinha várias páginas de considerandos" e "prendia todo mundo", inclusive os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco. Ao final anulava a eleição.

Bolsonaro recebeu várias versões do documento e tirou Gilmar e Pacheco da lista de prisões. Depois do segundo turno, convocou ao Alvorada os comandantes militares e mostrou-lhes a minuta. Mauro Cid cuidou da apresentação por PowerPoint e saiu da sala. Terminada a reunião, ouviu os relatos dos comandantes:

"O almirante Garnier era favorável a uma intervenção militar, afirmava que a Marinha estava pronta para agir, aguardava apenas a ordem do presidente Bolsonaro. No entanto, o almirante Garnier condicionava a ação de intervenção militar à adesão do Exército, pois não tinha capacidade sozinho."

Baptista Júnior, da Força Aérea, disse que "era terminantemente contra qualquer tentativa de golpe de Estado e afirmava de forma categórica que não ocorreu qualquer fraude nas eleições presidenciais".

Segundo Mauro Cid, o general Freire Gomes "era um meio-termo dos outros dois generais". "Não concordava como as coisas estavam sendo conduzidas, no entanto entendia que não caberia um golpe de Estado, pois entendia que as instituições estavam funcionando." Mais: "Não foi comprovada fraude nenhuma, não cabia às Forças Armadas realizar o controle constitucional. Estavam romantizando o artigo 142 da Constituição."

Segundo Freire Gomes, o golpe resultaria "num regime autoritário pelos próximos 30 anos".

Evidências golpistas de Bolsonaro


Essa reunião aconteceu no dia 2 de novembro de 2022. Mauro Cid contou que, sem o respaldo dos comandantes, Bolsonaro "não assinaria" o documento do golpe. Mesmo assim, "estava trabalhando com duas hipóteses: a primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por meio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um golpe de Estado".

"As outras pessoas que integravam essa ala mais radical [eram] o ex-ministro Onyx Lorenzoni, o atual senador Jorge Seif, o ex-ministro Gilson Machado, senador Magno Malta, deputado federal Eduardo Bolsonaro [e o] general Mário Fernandes", que "atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das forças a executarem um golpe de Estado".

Mauro Cid prossegue: "Compunha também o referido grupo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro".

O ministro Alexandre de Moraes sabe de tudo isso desde agosto de 2023. Daí em diante, Mauro Cid voltou a depor em pelo menos mais dez ocasiões e o ministro puxou o fio do novelo.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2025/01/a-primeira-delacao-de-mauro-cid.shtml

Cid disse que Michelle e Eduardo Bolsonaro compunham ala mais radical da trama golpista

 

Por Ranier Bragon

FOLHAPRESS) – Chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou no primeiro depoimento de sua colaboração premiada que a ala “mais radical” do grupo que defendia um golpe de Estado no Brasil no final de 2022 incluía a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A íntegra do depoimento de Cid, datada de 28 de agosto de 2023, foi obtida pelo colunista Elio Gaspari. Em novembro daquele ano, o UOL revelou que a delação de Cid apontava Michelle e Eduardo como incitadores do golpe.

“Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado, afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores] para dar o golpe”, diz a transcrição do depoimento de Cid, que agora vem a público.

O relatório final da investigação da Polícia Federal sobre a trama golpista, concluído em 21 de novembro de 2024 — ou seja, um ano e três meses após o depoimento inicial de Cid –, não traz Michelle nem Eduardo entre os 40 indiciados.

O nome da ex-primeira-dama nem é mencionado no documento. Eduardo é citado apenas de forma lateral, no contexto de que seu nome aparecia como contato no telefone celular de um dos investigados. À época em que vazaram esses pontos da delação de Cid, Eduardo e Michelle negaram ao UOL envolvimento em ações pró-golpe.

As afirmações são “absurdas e sem qualquer amparo na verdade”, disse a defesa de Michelle à época, acrescentando que Bolsonaro ou seus familiares “jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”. Eduardo disse que a delação de Cid não passava de “devaneio” e “fantasia”.

O relatório da PF está sob análise da Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer denúncia ao STF contra os 40 suspeitos ou arquivar os indiciamentos.

Michelle e Eduardo são atualmente cotados para disputar a Presidência em 2026, no lugar de Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro,  tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid (Foto Lula Marques/ Agência Brasil)

Cid: ala mais radical era a favor de ‘braço armado’

No depoimento dado em agosto de 2023, Cid disse que havia três grupos distintos em torno de Bolsonaro no final de 2022, momento em que o país vivia com acampamentos de bolsonaristas em frente a quartéis do Exército pedindo um golpe de Estado.

De acordo com o tenente-coronel, o primeiro trabalhava para convencê-lo a admitir a derrota e se tornar “o grande líder da oposição”. Entre eles estariam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, entre outros.

O segundo grupo, segundo Cid, não concordava com os rumos que o país estava tomando, mas também se colocava contra medidas de ruptura. Fariam parte dele, entre outros, o comandante do Exército, Freire Gomes.

Já o terceiro grupo, favorável a medidas golpistas, era formado por duas alas nas palavras de Cid. Uma “menos radical”, que buscava encontrar indícios de fraudes nas urnas para justificar uma virada de mesa.

Outra, mais radical, “a favor de um braço armado”. Esse grupo mais belicoso defendia assinatura de decretos de exceção, de acordo com ele.

No depoimento, Cid diz que essas pessoas “gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado”, queriam que Bolsonaro assinasse um decreto de exceção e “acreditavam que quando o presidente desse a ordem ele teria apoio do povo e dos CACs”.

“Quanto a parte mais radical”, prossegue o relato do depoimento de Cid feito pela PF, “não era um grupo organizado, eram pessoas que se encontravam com presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente do então presidente”.

O então presidente Jair Bolsonaro com o assessor Felipe Martins, implicado na trama golpista que está preso (Foto: Reprodução redes)

Nessa ala, Cid cita nominalmente Felipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que ocupou quatro ministérios na gestão Bolsonaro, Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, o general Mario Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES), além de Eduardo e Michelle.

Desse grupo, apenas Felipe Martins e Mario Fernandes acabaram sendo indiciados pela PF no relatório final da trama golpista.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é citado por Cid nessa ocasião como integrante da ala “menos radical” que buscava o golpe, a que buscaria indicativos de fraude eleitoral que justificassem a virada de mesa. Valdemar está entre os indiciados pela PF.

De acordo com a investigação, ele é suspeito de ter ingressado com questionamento do resultado eleitoral em que Bolsonaro foi derrotado por Lula mesmo ciente de que eram falsos os argumentos que usava para sugerir fraude nas urnas eletrônicas.

https://iclnoticias.com.br/cid-disse-que-michelle-e-eduardo-bolsonaro-compunham-ala-mais-radical-da-trama-golpista/


Cid delata Michelle Bolsonaro com uma radical golpista

 


sábado, 25 de janeiro de 2025

Família de sargento que traficou cocaína em avião presidencial ganha R$ 5,3 mil por mês da FAB

 Família de sargento que traficou cocaína em avião presidencial ganha R$ 5,3 mil por mês da FAB

 Atualizado em 25 de janeiro de 2025 às 14:05



O ex-sargento da FAB (Força Aérea Brasileira) Manoel Silva Rodrigues, que transportou 39kg de cocaína do Brasil a Espanha em um avião da comitiva presidencial do então presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), foi condenado, no final do ano passado, pelo STM (Superior Tribunal Militar), a 17 anos de prisão, por tráfico internacional de drogas. 

Ele também foi expulso da Aeronáutica.

Apesar disso, a Força Aérea Brasileira mantém o pagamento de seu salário integral (R$ 5,3mil mensais) – por tempo indefinido – a sua esposa filhos. Isso se dá graças ao instituto da “pensão por morte ficta”, um dos privilégios garantidos por lei à caserna: quando um militar é expulso com desonra da corporação, é considerado “morto em vida”, e sua viúva e/ou filhos passam a receber pensão com o salário integral daquele que recebeu a “morte ficta”. A assessoria de comunicação da Força Aérea confirmou ao DCM que o benefício referente a janeiro já foi pago à “viúva”. 

Manoel Silva Rodrigues fazia parte de uma comitiva com 21 militares carregada pelo então presidente Jair Bolsonaro a Tóquio, no Japão, para reunião do G20, em junho de 2019. Conforme mostrou relatório da Polícia Federal a respeito do crime, antes de partir da Base Aérea de Brasília, Manoel recebeu a droga em um motel, no Núcleo Bandeirante. Posteriormente, foi preso no aeroporto de Sevilla, na Espanha, com 39 kg de cocaína na bagagem, então avaliada em R$ 6,4 milhões.

O então sargento foi processado por tráfico internacional de drogas e, em 2022, foi condenado a 14 anos de prisão pela Justiça Militar. Ele recorreu da sentença, apenas para ver sua pena ser aumentada, dois anos depois, pelo STM, a 17 anos de reclusão. 

Sargento expulso por tráfico processou Eduardo Bolsonaro por ser proibido de falar à Câmara

Em fevereiro de 2020, DCM revelou que o então sargento estava processando o deputado Eduardo Bolsonaro por este tê-lo proibido de de prestar depoimento em comissão na Câmara dos Deputados

Manoel buscou Justiça o direito de contar a sua versão dos fatos à Comissão de Relações Exteriores da Câmara então presidida por Eduardo.

Mas, de acordo com o militar, então detido na Europa, o deputado ignorou todos os seus pedidos para se manifestar.

É o que se observa em publicação constante na edição do último dia 9 do Diário Oficial da Justiça do Distrito Federal, que segue abaixo.

Reprodução do Diário Oficial da Justiça do Distrito Federal do dia 9 de setembro de 2019, em que consta o pedido do sargento preso na Espanha para ser ouvido na Câmara dos Deputados (Fonte: TJDFT)

Assim, conforme alegou o ex-membro da comitiva de Jair Bolsonaro, no dia 10 de julho de 2020, Eduardo convidou representantes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e da FAB para se manifestarem sobre os fatos ocorridos em aeronave da comitiva presidencial, pelos quais Manoel Silva Rodrigues foi acusado de tráfico de drogas. 

O militar argumentou que tinha direito a manifestar-se perante à referida Comissão (por meio de seus advogados, pois se encontrava preso na Espanha), em razão do direito de resposta que lhe é assegurado por lei.

No mesmo processo judicial movido contra Eduardo, ele disse ter enviado uma série de pedidos por e-mail ao deputado federal, mas que não recebeu qualquer resposta.

Assim, ainda segundo os advogados do militar preso, não restou alternativa a não ser acionar a Justiça para que pudesse ser ouvido, já que, segundo alega, os membros do Gabinete de Segurança Institucional – então sob o comando do general Augusto Helenoestariam dizendo inverdades a respeito do caso.

Até hoje, ele jamais foi ouvido pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/familia-de-sargento-que-traficou-cocaina-em-aviao-presidencial-ganha-r-53-mil-por-mes-da-forca-aerea/


Pesquisar este blog

CONFIRA!

CONFIRA!
Dicas de Compras para sua casa e muito mais.....

THANK YOU FOR VISITING THIS PAGE

VOLTAR AO INÍCIO DA PÁGINA

VOLTAR AO INÍCIO DA PÁGINA
Voltar ao Início da Home - Return to Home Page