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Por g1 — São Paulo
Com a liberação do trecho da Rodovia Rio-Santos até a Barra do Sahy, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu nesta terça-feira (21) que os turistas que desceram ao litoral por conta do carnaval comecem a deixar a região para aliviar a pressão nas áreas mais afetadas pelas chuvas.
"A gente tem que aproveitar a condição climática, que tá favorável, e nós não podemos perder essa janela de tempo para fazer esse deslocamento. Então, quanto mais gente sair, melhor, porque alivia a pressão naquelas regiões."
"Quem puder se deslocar em direção à capital, a outros pontos do estado, até outros estados, que faça pegando a Rio-Santos da Barra do Sahy em direção a São Sebastião, para que daí possa pegar a [Rodovia] Tamoios e seguir viagem", completou o governador.
Por conta da situação das estradas e do fluxo intenso de veículos tentando deixar o litoral, os turistas enfrentam trânsito intenso.
A repórter Mônica Mariotti conta que deixou Boiçucanga às 9h30. Em 30 minutos, conseguiu avançar apenas 300 metros. As ruas estão muito molhadas ainda e cheias de lama.
A Mogi-Bertioga segue completamente bloqueada, sem previsão para liberação. A principal rota alternativa entre o litoral norte de SP e São Paulo é a Rodovia dos Tamoios (SP-99), que está liberada.
Segundo o governador, um navio atlântico com um hospital de campanha deve chegar nesta terça na região para dar suporte.
Ao todo, serão 300 leitos de enfermaria, 21 profissionais de saúde de várias especialidades, de ortopedia, de traumatologia, de clínica geral e psiquiatras.
"O que que nós vamos fazer com a chegada do navio, vamos passar nos diversos pontos de apoio, fazer a triagem, ver quem está precisando de atendimento médico e levar pra esse hospital de campanha. Estão vindo também 180 fuzileiros navais que incorporam as equipes de Defesa Civil, especializados em resgate e desobstrução", disse ele em entrevista ao Bom Dia SP.
Na quarta (22), a previsão é a de chegar uma embarcação da Marinha que têm capacidade de embicar na praia, para poder fazer o deslocamento de pessoas via marítima.
Equipes de resgate retomaram no início da manhã desta terça-feira (21) a busca por sobreviventes após temporal que devastou o Litoral Norte de São Paulo no fim de semana. Balanço do governo estadual aponta 44 mortes.
Mais cedo, quando o governo estadual ainda falava em 40 mortos, eram contabilizadas 49 pessoas desaparecidas. As buscas acontecem especialmente em bairros da costa sul de São Sebastião, como a Vila do Sahy, área que concentra a maioria das vítima do temporal.
Em Juquehy, outro bairro bastante afetado pelas chuvas, o Corpo de Bombeiros registrou um novo deslizamento de terra entre segunda e terça-feira. O bairro fica a cerca de 50 km da região central e tem acesso por terra bloqueado por causa dos estragos da chuva.
Região da Vila do Sahy, em São Sebastião, concentra maioria das vítimas do temporal
Além do trabalho para resgatar vítimas, equipes atuam para desobstruir a Rio-Santos e possibilitar o acesso por terra. Há um ponto com interdição total - na Praia Preta - e outros nove com bloqueios parciais por causa de deslizamento de terra, entre eles o trecho de Maresias.
A Mogi-Bertioga segue completamente bloqueada, sem previsão para liberação. A principal rota alternativa entre o litoral norte de SP e São Paulo é a Rodovia dos Tamoios (SP-99), que está liberada.
Na costa sul de São Sebastião, moradores ficaram ilhados e aguardam a chegada de doações e atendimento médico. Em todo o estado, há 1.730 desalojados e 766 desabrigados em decorrência das chuvas. O governo informou ainda que sete corpos das 40 vítimas fatais foram liberados às famílias.
As buscas são feitas por bombeiros, agentes da Defesa Civil e os próprios moradores dos bairros afetados pelas chuvas. Com os deslizamentos, muitas casas foram arrastadas e levadas pela terra.
De acordo com o meteorologista, nesta época do ano existe um padrão meteorológico que permite a ocorrência de chuvas intensas, mas o volume foi anormal.
“O sistema de baixa pressão gera ventos intensos que ajudam a acumular água do oceano e dificultar escoamento dos rios. Tivemos também maior volume de maré, o que dificultou que a água escoasse de forma mais rápida para o oceano, contribuindo com os processos de inundação no litoral”, explicou Diego Souza.
Ainda segundo Diego, continua também a previsão de deslizamentos, uma vez que os solos estão encharcados e qualquer nível de chuva pode contribuir para novas ocorrências.
Desde domingo (19), o governador Tarcísio de Freitas está em São Sebastião. Um comitê de gerenciamento de ações foi montado para atender aos desabrigados.
Nesta segunda-feira (20), o governador informou que mudou temporariamente o gabinete dele para a cidade, enquanto a situação crítica persistir.
Também nesta segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em São Sebastião. Ele se comprometeu a implementar um programa habitacional para as vítimas da chuva e disse que o governo federal está à disposição para atuar nas áreas atingidas.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/02/21/governo-de-sp-pede-que-turistas-deixem-o-litoral-norte-apos-liberacao-de-trecho-da-rio-santos-ate-a-barra-do-sahy.ghtml
Segundo Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, as obras vão começar nesta terça-feira (21) com investimento previsto de R$ 9,4 milhões. Com a chuva do último domingo, houve rompimento de tubulação, que abriu crateras, erosão e ainda um ponto com queda de barreira.
Por g1 Mogi das Cruzes e Suzano
Secretária fala sobre interdições em rodovias no litoral de SP
A previsão do governo do Estado é que a liberação da Rodovia Mogi-Bertioga para o trânsito ocorra em dois meses. De acordo com a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, as obras começam nesta terça-feira (21) e vão custar cerca de R$ 9,4 milhões. A rodovia está interditada nos dois sentidos, entre os quilômetros 77, em Mogi das Cruzes, e 98, já em Bertioga.
DER inicia os serviços de recuperação da Rodovia Mogi-Bertioga nesta terça-feira
A rodovia foi interditada no domingo por causa dos estragos da chuva. A estrada é uma das ligações da Região Metropolitana de São Paulo com o Litoral.
Após estragos da chuva, previsão para liberação da Mogi-Bertioga é de dois meses
Ainda de acordo com a secretaria, os trabalhos devem se prolongar por seis meses, mas, a partir do segundo mês, a previsão é que já tenha ocorrido a desobstrução parcial. As obras incluem recuperação total da pista, construção de um muro de arrimo para fazer a contenção e um novo sistema de drenagem.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a galeria pluvial da rodovia não deu conta da quantidade de chuva e se rompeu. O asfalto cedeu na altura do KM 82, no trecho de Biritiba-Mirim .
Além deste ponto, a chuva também provocou interdição parcial nos KM 90 e 91 por causa de queda de barreira e, no KM 87, devido a uma erosão.
A rodovia está interditada a partir do KM 77, ainda em Mogi das Cruzes. O DER informou que caso precise se deslocar, o motorista deve utilizar as rodovias do Sistema Imigrantes/Anchieta (SP-160 e SP-150).
Para quem precisa ir ao Litoral Norte, a Tamoios foi liberada nesta segunda-feira (20), mas já no litoral, a Rio-Santos tem vários trechos interditados, sendo um deles entre São Sebastião e Bertioga. "Devido a uma queda de barreira no km 174+500 da SP-055, na Praia do Juquehy, o acesso a uma rota alternativa pela Rodovia dos Tamoios está interditado para quem está entre Bertioga e Juquehy", explica o DER.
Erosão e deslizamento interditam rodovia Mogi-Bertioga — Foto: Arte/g1
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2023/02/21/apos-estragos-da-chuva-liberacao-da-mogi-bertioga-deve-levar-dois-meses.ghtml:
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (21), a advogada do Instituto Verdescola, Fernanda Carbonelli, classificou a situação na Barra do Sahy, litoral norte paulista, como um "campo de guerra".
"Como estão vendendo esses voos pra quem tem dinheiro, daria para trazer água e alimentos na volta", disse à CNN esteticista que está ilhada casa em Camburi
Em depoimento à CNN, a esteticista Priscilla Gidget, 52 anos, contou que é uma das dezenas de pessoas que estão presas em um condomínio de casas em Camburi, praia de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, depois das fortes chuvas que atingem a região desde o fim de semana.
Ela conta estar presa com a família e amigos há quase dois dias, desde a madrugada de sábado para domingo, num grupo de três casais e três crianças de 10 anos, depois que houve deslizamentos que bloquearam as duas vias de acesso ao condomínio.
A casa está sem energia e sem acesso a internet – “conseguimos sair a pé por um portão pequeno que vai para o centro e usar a internet de um hotel para avisar as famílias”, conta -, e os alimentos também já começam a faltar. Nos supermercados locais, as vendas estão racionadas e já faltam itens básicos.
“Hoje fomos no mercado, ficamos 2h40 na fila e, quando chega lá, só pode comprar dois litros de água”, contou Priscilla, que falou com a CNN por telefone na tarde desta segunda-feira (20).
“O mercado não tem mais papel higiênico, não tem macarrão, arroz, feijão. Até trouxemos [de São Paulo], mas está acabando, porque estamos com as crianças. Damos primeiro para elas e depois comemos o que sobra.”
De acordo com Priscilla, que mora na zona leste da capital paulista, há, na região central de Camburi, empresas de helicópteros e táxis aéreos oferendo voos fretados para deixar a cidade, que está com os principais acessos por terra bloqueados, caso da rodovia Rio-Santos, que teve trechos destruídos.
Os valores, afirma, chegam aos R$ 16 mil para seis pessoas.
“Eles estão no centro de Camburi e ficam fazendo anúncio que estão fretando voos para São Paulo. Não pode ir com as malas, as malas ficam aqui com o carro. Cabem seis pessoas e eles cobram R$ 16 mil, para dividir a viagem”, diz Priscilla.
“Poderiam aproveitar esse comércio aéreo”, sugere. “Como estão vendendo esses voos pra quem tem dinheiro, estão com a liberação aérea para isso, daria para trazer água, alimentos. Se eles estão indo para São Paulo, estão voltando com a aeronave vazia.”
A paulistana está em condomínio onde há, nesse momento, cerca de 300 outras pessoas, de acordo com ela.
São Sebastião foi a cidade mais atingida pelas chuvas fortes que deixaram um rastro de destruição em diversos pontos do litoral paulista no fim de semana.
Por volta das 18h desse domingo, as autoridades já contavam 37 mortos na região, dos quais 36 estavam em São Sebastião. Há ainda outros 40 desaparecidos, segundo o governo do estado e a prefeitura de São Sebastião, além de 1.730 pessoas desalojadas e 766 desabrigadas. As buscas prosseguem nesta segunda-feira (20).
A administradora Caroline Kurzweil, de 28 anos, que também mora em São Paulo e tem casa em São Sebastião, conta que, além das filas nos supermercados, o comércio ficou especialmente atribulado por conta da falta de sinal de internet ou celular que assolou boa parte da cidade após as chuvas.
“Os mercados tinham fila, mas estavam atendendo”, contou. “Só que ninguém conseguia usar nem cartão de crédito ou pix, porque não tinha sinal de celular. Só estava valendo dinheiro, e quase ninguém tinha.”
Sua casa na praia da Barra do Sahy alagou totalmente durante a madrugada de sábado para domingo, quando as chuvas começaram. Ela e os três amigos com quem estava saíram e passaram a madrugada no carro, em um local mais elevado, esperando a chuva melhorar, já que a água havia coberto todas as saídas.
Caroline, que tem casa e frequenta a Barra do Sahy desde que nasceu, conta que, apesar das dificuldades por que ela e diversos conhecidos da cidade estão passando, como os cortes de luz, água, telefonia e a dificuldade de locomoção, a realidade é bem diferente “do outro lado da pista”.
“Tudo está embaixo de lama, mas, claro, aqui estamos falando de casas de alto padrão, nem se compara com tudo o que está acontecendo da Vila Sahy, do outro lado da pista”, diz. A pista é a rodovia Rio-Santos, que corta a cidade separando a costa, com as casas de alto padrão de um lado, da serra, do outro.
“Aqui estamos do lado da praia. Lá é a comunidade, que fica no morro; tem barracos, muita construção irregular. Lá a situação é de total desastre natural. Há muito mais mortes do que as 36 que estão falando.”
247 - Em sua coluna publicada no portal Uol, o jornalista Josias de Souza critica o presidente Lula por ter a conduta que se espera de um Presidente da República e se apresentar pessoalmente para prestar solidariedade e colocar o governo federal à disposição dos municípios para socorrer as vítimas e amparar as vítimas.
"Lula foi rápido na turbina. Confirmadas as primeiras 36 mortes no litoral norte de São Paulo, interrompeu as férias na Bahia, tomou o avião e sobrevoou São Sebastião, 'epicentro' do dilúvio. Antes, mostrou-se solidário nas redes sociais e colocou ministros em campo. Nem sempre foi assim", destaca o articulista.
Em seguida, ele cita um caso de 2008, em que Lula não compareceu em Santa Catarina, que enfrentava as consequências das fortes chuvas.
"O temporal ganhou ares de tragédia em 22 de novembro daquele ano. O avião presidencial só saiu do hangar, sob críticas, no dia 26. Lula vistoriou o território alagado com atraso", disse ele, sem citar as medidas que o governo tomou naquele momento.
Josias segue o seu ataque, afirmando que depois de quase 15 anos, "Lula aprendeu que, nos grandes desastres, a primeira pessoa que um governante deve socorrer é a si mesmo".
Para ele, a fala do presidente Lula lembrando da postura de Jair Bolsonaro diante de tragédias como as que aconteceram no Litoral Norte de São Paulo, é um crime.
"Num discurso encharcado de otimismo, Lula parecia decidido a reativar a memória negativa inspirada pelo antecessor. No verão passado, quando as chuvas produziram 457 cadáveres, Bolsonaro colocou férias à frente da solidariedade e ideologia no meio do relacionamento entre Brasília e os estados inundados", escreveu.
https://www.brasil247.com/midia/em-meio-a-tragedia-de-sao-sebastiao-josias-de-souza-ataca-lula
Juliana Elias, Elis Franco da CNN
em São Paulo
20/02/2023 às 20:23 | Atualizado 20/02/2023 às 20:35
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (20), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que o governo estadual está trabalhando em parceria ao governo federal e também à prefeitura de São Sebastião para mapear todos os estragos e levantar os recursos, tanto do estado quanto da União, que serão necessários para reconstruir as destruições deixadas pelas fortes chuvas sobre a região no fim de semana.
Freitas também informou que alguns dos trechos das rodovias que foram bloqueados pelos deslizamentos já começam a ser liberados, e a intenção é que a saída de São Sebastião pela rodovia dos Tamoios, entre outros trechos, seja liberada até a terça-feira (21).
“Agora já está sendo possível chegar a Maresias e Boiçucanga, em breve também à Barra do Sahy”, disse, mencionando a sequência de praias de São Sebastião que se estende pela costa paulista.
De acordo com ele, foram cerca de 20 quedas de barreiras que bloquearam as principais rodovias que costuram o litoral norte paulista, caso da Rio-Santos e da Mogi-Bertioga, e que começam aos poucos a ser liberadas pelas equipes de trabalho formadas por mais de 600 integrantes da Polícia Militar, dos Bombeiros e também do Exército mobilizadas nas áreas afetadas.
“Isso vai permitir o fluxo de pessoas que estavam isoladas em direção a São Sebastião, com a possibilidade de acessarem a Tamoios e sair do litoral norte”, acrescentou o governador, que está na região e falou com a CNN por vídeo na noite desta segunda-feira (20)..
Freitas e seus secretários se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros pela manhã em São Sebastião para discutir os planos e ações para área.
“Outro desafio é a liberação de recursos para a reconstrução. São Sebastião está completamente destruída”, disse o governador de São Paulo.
“Tivemos também problemas em Ubatuba, Caraguatatuda, Bertioga, Ilhabela, mas não chega perto do que aconteceu em São Sebastião. Via governo do estado, declaramos estado de calamidade e fizemos uma primeira liberação de recursos de R$ 7 milhões para as despesas. Vamos fazer novas liberações, e o governo federal também se dispôs a aplicar recursos da Defesa Civil nacional, e também para a parte de habitação e infraestrutura, para a reconstrução da [rodovia] Rio-Santos.”
Freitas confirmou que a tragédia que atingiu as cidades que formam o litoral norte do estado de São Paulo já conta 40 mortos, ao menos 36 desaparecidos e “entre desabrigados e desalojados, quase 2 mil pessoas, em torno de 1.800 pessoas”.
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sao-sebastiao-esta-destruida-vias-comecam-a-ser-liberadas-diz-tarcisio-a-cnn/
Volume de chuva em Bertioga (SP) é o maior registro do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Por Victor Farias, g1
As chuvas que caíram em entre sexta-feira (18) e sábado (19) no Litoral Norte de São Paulo foram as maiores registradas em 24 horas na história do país, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O Cemaden instalou a maior parte dos pluviômetros, mecanismo que verifica a quantidade de chuva, da rede de observação do país em 2013.
O volume que caiu em Bertioga, 683 milímetros acumulados no período, é o maior registro do sistema até o momento. Na tragédia de Petrópolis, em 2022, foram registrados 534,4 milímetros. Já o recorde do Inmet, de 1991, da cidade de Florianópolis, é de 404,8 mm em 24 horas.
Para cada milímetro de chuva que cai, o volume equivale a um litro despejado por uma área de 1 metro quadrado.
Chuva forte deixou estragos na praia de Toque Toque Pequeno, em São Sebastião
O volume elevado de chuva na região deixou 37 mortos (36 em São Sebastião e um em Ubatuba). Como consequência, foi decretado estado de calamidade em seis cidades e luto oficial de três dias. Em todo o estado de São Paulo, são 1.730 desalojados e 766 desabrigados. Em Bertioga, foram registrados alagamentos, queda de árvores e barreiras, falta de luz e a rodovia Rio-Santos ficou interditada.
O triste recorde foi citado pelo governo de São Paulo em nota divulgada nesta segunda-feira (20). "São Sebastião foi um dos municípios mais afetados neste feriado prolongado de carnaval, com deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. O número de mortos já supera a tragédia de Franco da Rocha, em 2022, com o deslizamento que matou 18 pessoas. O acumulado de chuva nessa oportunidade foi de 70 milímetros em 24 horas", afirmou.
Meteorologista do Cemaden, Giovani Dolif afirma que a chuva que caiu na região durante o carnaval foi atípica. "Comum não é, até porque a gente não vê esse estrago nem todo dia, nem todo ano. A gente teve em Santos em 2020", afirma, citando a tragédia que deixou 45 mortos.
Naquele ano, em um período de 24h, de acordo com dados do Cemaden, choveu 320 mm em Guarujá, valor muito acima da média de 263 mm prevista para o mês de março.
O também meteorologista e coordenador geral de operações e modelagens do Cemaden, Marcelo Seluchi, ressalta ainda que a maior parte do volume caiu não em 24 horas, mas em 12 horas.
Meteorologista do Inmet, Mamede Luiz Melo afirma que as estações do instituto na região, que são menos presentes que as do Cemaden, registraram precipitações em torno de 200 mm no período. "É certo que, pelo estrago que a gente viu, algum volume maior pode ter ocorrido", pondera.
Seluchi, no entanto, afirma que não é possível dizer que essa chuva foi a maior da história do país, já que não há registros em toda a história do país e há regiões brasileiras que até hoje não tem medição, como áreas da Amazônia.
"É muito difícil dizer que é a maior da história. Temos chuva amazônicas que também não sabemos, não conhecemos, tem muito território que não tem um pluviômetro para registrar", pondera.
Para ilustrar a ponderação, o meteorologista cita uma chuva que foi registrada no Litoral Norte de São Paulo, na cidade de Caraguatatuba, em 1967, e deixou cerca de 450 mortos. "O pluviômetro [da cidade] comportava até 400mm e ele transbordou, não se sabe quanto choveu, mas pela magnitude dos estragos, parece ter sido muito pior que isso que aconteceu no fim de semana", afirma.
Seluchi também diz que há relatos de uma chuva que caiu na década de 1990 no Maranhão e que teria registrado mais de 800mm em 24 horas, mas ele não encontrou registro oficial para comprovar a história.
Imagens de satélite mostram as nuvens "andando" pelo litoral de São Paulo, em um movimento que o meteorologista Giovanni Dolif comparou com "cavalo de pau, marcha à ré e estacionamento". A análise foi feita com base nas imagens de satélite abaixo.
Frente fria ‘fez cavalo de pau, deu marcha à ré e estacionou' no Litoral Norte de SP
No vídeo é possível ver todo o movimento. Quanto mais escuro o vermelho, mais carregada de água está a nuvem de chuva. A grande mancha vermelha vem pelo sul, acompanhando a linha do litoral. Depois ela faz uma curva ("cavalo de pau") e começa a voltar ("marcha à ré"), parando de sábado para domingo ("estacionou") entre as cidades de São Sebastião e Guarujá.
Foram principalmente cinco fatores que causaram esse movimento e o grande volume de água na precipitação:
Esses cinco fatores juntos se “encontraram” em cima do Litoral Norte de SP, como se cercassem as nuvens e as fizessem ficar concentradas em uma só área durante um longo período. Parecido com uma grande esponja de água sendo espremida por todos os lados.
Infográfico mostra fatores que contribuíram para concentração de chuva no Litoral Norte de São Paulo no dia 19 de fevereiro de 2023 — Foto: Arte/g1
Ministra afirmou que a MP do programa, assinada na semana passada pelo governo federal, determina isso.
Basília Rodrigues da CNN
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira que as famílias que perderam suas casas na tragédia do litoral paulista terão prioridade no cadastro do Minha Casa, Minha Vida. Tebet afirmou que a MP do programa, assinada na semana passada pelo governo federal, determina isso.
De acordo com ela, “estamos à disposição para ajudá-los e colocá-los na fila de prioridades para construção de casas populares”.
Enquanto Lula e uma comitiva de ministros sobrevoavam o município de São Sebastião, Tebet visitou o Guarujá. Ela já estava na cidade e não conseguiu deixar o local devido às fortes chuvas e danos nas estradas.
“Todos nós estamos, por orientação do presidente Lula, prontos para ajudar. A ordem do presidente é dar toda atenção às cidades”, disse.
Na visita, Tebet esteve com o prefeito do Guarujá, Válter Suman.
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/em-visita-ao-guaruja-tebet-diz-que-familias-de-areas-atingidas-terao-prioridade-no-minha-casa-minha-vida/
Lucas Rocha da CNN
em São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visita, na tarde desta segunda-feira (20), a cidade de São Sebastião, uma das mais afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o litoral de São Paulo no fim de semana.
A comitiva presidencial conta com a participação de 13 ministros, incluindo Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes), Márcio França (Portos e Aeroportos) e Ana Moser (Esporte).
Após sobrevoar a região atingida, o presidente conversou com a imprensa. Lula destacou que a tragédia no litoral paulista uniu os governos federal, estadual e municipal.
“Posso garantir que meus ministros, governador, estarão dispostos a conversar para que a gente compartilhe, para que a gente faça uma parceria para recuperar efetivamente, de verdade, o estrago que a chuva fez aqui em São Sebastião”, disse Lula.
Até o momento, foram confirmadas 36 mortes, sendo 35 em São Sebastião e uma em Ubatuba.
Os temporais deixaram mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados, de acordo com o governo estadual.
No domingo (19), o governo federal reconheceu estado de calamidade na região de São Sebastião, em edição extra do Diário Oficial da União.
Lula destacou o investimento na construção de moradias para a população afetada em áreas seguras.
Ao prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, Lula afirmou que será preciso preparar as despesas que serão necessárias para a reconstrução das áreas afetadas da cidade. “Essa conta tem que ser apresentada para o governo federal, para o governo estadual e para o próprio prefeito”, disse o presidente.
Mais de 500 pessoas, entre servidores das forças de segurança e resgate do governo do estado de São Paulo, das Forças Armadas, da Polícia Federal, da prefeitura municipal de São Sebastião e voluntários, seguem empenhadas nas ações de resgate, salvamento e identificação das vítimas das fortes chuvas que atingiram o litoral Norte ao longo do fim de semana.
“O governo do estado decretou situação de calamidade pública para que pudesse fazer imediatamente a primeira liberação de recursos para fazer frente às primeiras despesas. Liberamos ontem 7 milhões de reais para os municípios, deslocamos para cá equipamentos e efetivo de maneira que a gente constituísse uma grande operação”, detalhou o governador Tarcísio de Freitas à imprensa.
O município de São Sebastião, principalmente na região da Costa Sul, foi o mais afetado pelos temporais. As regiões da Barra do Sahy e Juquehy estão isoladas em razão das quedas de barreiras ao longo da rodovia. Os serviços de água, luz e telefonia estão comprometidos em razão da queda de postes e o carreamento de sedimentos para as estações de tratamento de água.
“Bairros ainda se encontram isolados e o foco neste momento sob o comando do presidente Lula e do governador Tarcísio é buscar ainda vidas. Ainda que seja um clichê, onde há esperança há vida. Todos os homens mobilizados neste momento para buscar vidas dentre os escombros”, afirmou o prefeito de São Sebastião.
O Ministério da Saúde envia, nesta segunda-feira, kits de apoio com medicamentos e insumos para apoiar e auxiliar as vítimas das fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo. De acordo com o ministério, equipes de vigilância em saúde e ambiente acompanham a situação.
Neste primeiro momento, serão enviados três kit que atendem cerca de 4,5 mil pessoas durante um mês. Cada kit contém 25 tipos de medicamentos e 13 diferentes insumos, preparados para atender a população em situações de emergência.
O Ministério da Saúde afirmou ainda que prestará todo o suporte necessário para reforçar a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) nas áreas atingidas pelas fortes enchentes. Além disso, as equipes da pasta seguem monitorando a situação e farão novos envios de insumos e equipes, conforme necessário nos próximos dias.
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/vamos-fazer-parcerias-para-recuperar-os-estragos-diz-lula-em-visita-a-sao-sebastiao/O comentarista da CNN Marco Antonio Villa avaliou, nesta segunda-feira (20), que interesses políticos diversos dificultam investimentos sérios na área de Defesa Civil, o que acaba levando a desastres como o que se viu no litoral norte de São Paulo.