Pesquisar este blog

domingo, 15 de janeiro de 2023

Carta ao cartão de crédito de Jair: conte-nos tudo!


Jamil Chade - 

Restaurante Sabor de Casa, em Boa Vista, Roraima, onde Bolsonaro pagou R$ 109 mil - Divulgação
Restaurante Sabor de Casa, em Boa Vista, Roraima, onde Bolsonaro pagou R$ 109 mil Imagem: Divulgação
Jamil Chade

Colunista do UOL

15/01/2023 04h00

Prezado senhor Cartão de Crédito de Jair Bolsonaro

Ao longo de quatro anos, o senhor foi usado e abusado. Foi escondido, passado sem vergonha, transformado em máquina de fazer dinheiro. Trabalhou como ninguém naquela família.

Descobrimos nesta semana que o senhor foi instrumentalizado para comprar R$ 8.600 em sorvetes

Calculando pelo preço médio de um picolé mais sofisticado que está à venda no mercado, isso representaria 661 sorvetes. Um a cada três dias, durante quatro anos.

Também fiquei muito impressionado com o quanto o senhor foi usado em padarias: R$ 581 mil. Haja sonho.

 Isso, claro, sem contar com gastos elevados de mais de R$ 100 mil em apenas um dia em um restaurante modesto do Norte do Brasil

Lá, o prato custava 17 reais.

Hoje começo a entender tanto sigilo. E tantas internações por problemas estomacais.

Mas fiquei confuso com todas essas informações. Certo dia, em São Paulo, encontrei por acaso com uma das secretárias mais fiéis ao governo Bolsonaro.

 E ela me fez uma confissão emocionante: o presidente era uma pessoa "simples" e que "comia arroz e feijão".

Claro, quando descobrirmos que ele gastou em quatro anos R$ 27 milhões, fico só pensando: alguém está mentindo. Ou o presidente, ou ela ou o senhor.

Também não entendi os gastos de 1,4 milhão de reais em um só hotel. 

Numa conta rápida, daria para pagar por oito anos de estadia. 

Mas ele não tinha casa? Aquela das emas que fugiram da cloroquina?

Escrevo esta carta para pedir um favor: conte-nos tudo.

Todos aqueles sorvetes foram ou não consumidos? 

Aquelas noites de hotel foram ou não usadas? E como comer 6.000 pratos num só dia naquele restaurante modesto?

Afinal, quem era o teu chefe? Um homem simples ou um mentiroso?

Peço perdão por tirá-lo de um sono de cem anos. 

Mas, sabe, só estou cobrando isso por ser meu o dinheiro que pagou essas contas. Meu e dos demais brasileiros.

Como estamos reconstruindo uma democracia e como ainda lidamos com a herança de 33 milhões de famintos, você tem o potencial de ser uma peça chave nesse processo.

Foram anos de uma destruição profunda do país.

 E, numa democracia, existem coisas que o dinheiro não compra.

Aparentemente, o presidente de plantão achou que, para todas as outras, existia o cartão de crédito.

Saudações democráticas,

Jamil

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL 

Jamil Chade  

Colunista do UOL

15/01/2023 04h00

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/01/15/carta-ao-cartao-de-credito-de-jair-conte-nos-tudo.htm

Vídeo que encrencou Bolsonaro foi postado por Carluxo, declara ex-ministro


Josias de Souza - 

Carlos Bolsonaro no Encontro Empresarial Brasil-Rússia, em Moscou - Alan Santos/PR
Carlos Bolsonaro no Encontro Empresarial Brasil-Rússia, em Moscou Imagem: Alan Santos/PR
só para assinantes

Bolsonaro foi incluído como investigado no inquérito 4.921, que apura a "instigação e autoria intelectual dos atos antidemocráticos" que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, graças ao compartilhamento de um vídeo no Facebook. 

"A decisão do Alexandre de Moraes foi injusta", disse à coluna um ex-ministro de Bolsonaro. "Quem realizou essa postagem foi o Carluxo."

O vídeo compartilhado pelo perfil de Bolsonaro exibia uma entrevista em que o procurador bolsonarista do Mato Grosso do Sul Felipe Gimenez difundia mentiras sobre as eleições de 2022. 

Gimenez afirmou que Lula foi "escolhido pelo serviço eleitoral e pelos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral". Na legenda do post, lia-se o seguinte: "Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE".

De acordo com o ex-ministro, Carlos Bolsonaro dispõe das senhas de todos os perfis mantidos pelo pai nas redes sociais. 

Ele teria compartilhado a postagem tóxica sem o conhecimento do ex-presidente. 

Ouvido sobre a nova versão, um magistrado do Supremo Tribunal Federal levou o pé atrás. 

Enxergou nas alegações uma "tentativa vã de construir um álibi" para Bolsonaro. 

Nessa hipótese, o filho Zero Dois seria "coautor do crime de incitação pública à prática de crime, previsto no artigo 286 do Código Penal."

A republicação do vídeo com notícias falsas sobre o processo eleitoral foi feita às 21h55 do dia 10 de janeiro, pouco mais de 48 horas depois da invasão dos prédios do Congresso, do Planalto e do Supremo por falanges bolsonaristas.

 O post foi apagado horas depois, na madrugada do dia 11 de janeiro. 

Àquela altura, porém, a peça já viralizava nas redes sociais.

No despacho em que deferiu o pedido da Procuradoria-Geral da República para incluir Bolsonaro no inquérito, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes anotou que a difusão de mentiras no Facebook do ex-inquilino do Planalto "se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às instituições".

Moraes realçou que Bolsonaro "incorre nas mesmas condutas". Mencionou outros inquéritos que tramitam no Supremo. 

Entre eles os que investigam a atuação de milícias digitais, a disseminação de notícias falsas sobre vacinas contra a covid e o vazamento de investigação de ataque aos computadores do Tribunal Superior Eleitoral.

Moraes sustentou que Bolsonaro pode ter contribuído, "de maneira muito relevante", para insuflar os atos golpistas que depredaram prédios públicos na versão brasiliense do Capitólio.

 Para o magistrado, as "condutas" de Bolsonaro podem estar relacionadas com "intensas reações por meio das redes virtuais, pregando discursos de ódio e contrários às instituições, ao Estado de Direito e à democracia".

O ministro escreveu, a certa altura: "Efetivamente, a partir de afirmações falsas, reiteradamente repetidas por meio de mídias sociais e assemelhadas, formula-se uma narrativa que, a um só tempo, deslegitima as instituições democráticas e estimula que grupos de apoiadores ataquem pessoalmente pessoas que representam as instituições, pretendendo sua destituição e substituição por outras alinhadas ao grupo político do ex-presidente e, de maneira ainda mais grave, instiga que apoiadores cometam crimes de extrema gravidade contra o Estado Democrático de Direito, como aqueles ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023."

A Procuradoria-Geral da República incluiu em sua ação um pedido para que Bolsonaro fosse intimado a prestar depoimento. 

A oitiva tornou-se incontornável. 

Mas Alexandre de Moraes preferiu adiá-la.

 "Diante das notícias de que o ex-presidente não se encontra no território brasileiro, o pedido de realização do interrogatório do representado Jair Messias Bolsonaro será apreciado posteriormente, no momento oportuno."

Em viagem à cidade de Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a decisão de Moraes. 

É improvável que o ex-presidente admita, em eventual depoimento à Polícia Federal, o envolvimento de Carlos Bolsonaro na postagem que motivou sua inclusão no inquérito sobre o ataque aos prédios da Praça dos Três Poderes. 

Em privado, Bolsonaro diz estar convencido de que Moraes, a quem chamou de "canalha", deseja prendê-lo. Avalia que Carluxo também está na mira do seu algoz

https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2023/01/15/video-que-encrencou-bolsonaro-foi-postado-por-carluxo-declara-ex-ministro.htm

Deputado pede investigação de gastos no cartão corporativo de Bolsonaro


Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Alan Santos/PR
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Alan Santos/PR

Pepita Ortega

São Paulo

14/01/2023 12h00

O deputado Elias Vaz (PSB-GO) acionou o Tribunal de Contas da União para que sejam apurados 'absurdos e situações obscuras' nos gastos do cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro durante as férias tiradas entre os dias 19 de dezembro de 2020 e 5 de janeiro de 2021, em meio à pandemia da covid-19.

O parlamentar questiona 'gastos elevadíssimos' com hospedagens, alimentação e supermercado durante as férias.

Em dez dias, Bolsonaro gastou R$ 703 mil com hotéis, inclusive pagando diárias em locais que estavam fora da programação de sua rota de viagem, indica Vaz. 

Durante o período, houve gasto de R$ 17.765,03 em padarias. 

Com refeições, o valor dispendido foi de R$ 18.975,01. 

Uma outra lanchonete, localizada na capital paulista, recebeu R$ 11.670,00 - ao longo de todo o governo Bolsonaro, a empresa recebeu R$626.363,00. 

Também houve gastos com supermercados - 

R$ 63.403,78.

O chefe do Executivo esteve em São Francisco (SC) entre os dias 18 e 23 de dezembro de 2020, depois foi para Brasília, onde ficou de 24 ao 27 de dezembro, e terminou as férias em Guarujá, no litoral paulista, entre os dias 28 de dezembro e 4 de janeiro de 2021. 

Além disso passou por Santos, indica a representação levada ao TCU.

Um dos pontos questionados por Vaz é o fato de haverem gastos com hospedagem e padaria em locais não previstos na programação de férias de Bolsonaro.

Se o Presidente e a equipe do GSI estavam a caminho de Santa Catarina no dia 18/12/2020, quem usufruiu dos R$ 27.710,00 em hospedagens nos hotéis da rede Novotel no Rio de Janeiro, alguém da família Bolsonaro? Se o Presidente e sua equipe estavam no Guarujá no dia 02/01/2021, qual é a justificativa para o gasto de R$ 5 mil no Hotel Vila Rica Flat, Resende/Rj, quem se hospedou?Elias Vaz

Segundo Elias Vaz, não se pode alegar que os gastos estão ligados ao custeio de equipe de segurança para o ex-presidente. 

O deputado lembra que, segundo resposta do então ministro Gabinete Institucional, General Augusto Heleno, a requerimento parlamentar, a pasta gastou R$ 202.538,21 na segurança do Presidente durante as férias.

O deputado também pede esclarecimentos sobre a contratação, por R$ 41.890,00 ,de empresas especializadas na promoção de eventos para locação de bens, uma delas especializada na promoção de eventos esportivos. 

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2023/01/14/deputado-pede-ao-tcu-investigacao-de-gastos-no-cartao-corporativo-de-bolsonaro.htm

Cartão corporativo garantiu férias de Bolsonaro na praia


Jair Bolsonaro em Guarujá, SP - Reprodução/Twitter
Jair Bolsonaro em Guarujá, SP Imagem: Reprodução/Twitter

Luiz Vassallo

São Paulo

15/01/2023 09h57

Marcadas pelos passeios de jet skis e de motocicleta pela orla, além de episódios em lanchas, as férias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mobilizaram um contingente de dezenas de seguranças, assessores e outros agentes do Planalto que ficaram hospedados em hotéis à beira-mar e foram custeados pelos cartões corporativos da Presidência da República.

Nas 11 vezes em que esteve na cidade de Guarujá, Bolsonaro se hospedou no Forte dos Andradas, complexo do Exército onde também ficaram outros ex-presidentes - inclusive Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltou ao Planalto neste ano.

 

O setor de hotelaria costuma ser o campeão de gastos de cartão corporativo. Com Bolsonaro, ao longo de seu mandato, foram R$ 1,46 milhão somente no hotel Ferraretto, no centro da cidade, a um quarteirão da praia. 

O Ferraretto chega a cobrar R$ 1 mil pela diária. 

Em outro hotel, na Praia do Tombo, o cartão corporativo custeou R$ 291 mil em diárias. 

Este, mais espaçoso, tem uma suíte de frente para o mar que chega a custar R$ 2 mil.

Questionados, hotéis não se manifestaram sobre números de diárias, hóspedes e outros detalhes.

 No entanto, funcionários, gerentes e donos destes estabelecimentos afirmam ao Estadão que durante as estadias de Bolsonaro dezenas de militares e assessores ficaram hospedados às custas da Presidência.

 Em apenas um deles, mais de 20 servidores se alojaram de uma vez, contou o dono. 

Eles se revezavam entre o trabalho e folgas que envolviam passeios na orla.

As despesas com alimentação também chegaram a patamares elevados. 

Em apenas um supermercado, o 

Atacadão", foram gastos R$ 340 mil. 

Funcionários relataram ao Estadão que emissários do presidente encomendaram produtos no local.

Diversos fornecedores tiveram contato direto com o presidente. 

Em fevereiro de 2020, Bolsonaro estacionou sua moto em frente à padaria La Plage, no bairro de classe média alta Jardim Astúrias, acompanhado do amigo e deputado federal Hélio Negão (PL). Tirou o capacete e posou para fotos ao lado de apoiadores. Um mês depois, veio a pandemia, quando o presidente repetiria cenas como esta, sem máscara ou distanciamento social.

A La Plage fechou as portas com a crise acarretada pela covid-19, segundo afirmam seus antigos donos. No mês da visita de Bolsonaro, foram R$ 7 mil em gastos com a padaria. Durante todo o governo Bolsonaro, foram R$ 77 mil em despesas na La Plage e outros R$ 26,1 mil em outra panificadora da mesma família. O estabelecimento forneceu comida a todos os ex-presidentes. Seus donos têm fotos com Bolsonaro e Lula.

Os governos petistas, somados ao de Michel Temer (MDB), gastaram R$ 52 mil na La Plage. Bolsonaro não é o ex-presidente que mais gastou com cartão corporativo. No seu primeiro mandato, Lula consumiu o dobro da gestão Bolsonaro. Em valores corrigidos pela inflação, foram R$ 59,1 milhões entre 2003 e 2006. No segundo mandato foram mais R$ 47,9 milhões. Entre 2011 e 2014, Dilma Rousseff gastou R$ 42,4 milhões.

Os donos da La Plage afirmam ao Estadão, por meio de nota, que forneciam kits com sanduíches, refrigerantes, frutas e barras de cereais aos homens de confiança dos presidentes. Eles afirmaram que têm "posição apolítica" e descreveram o valor unitário de cada item nas notas fiscais emitidas ao governo.

Durante as férias no litoral sul, Bolsonaro fez diversos passeios de jet ski, acompanhado de seguranças. 

Os veículos eram da Marinha, mas, quando sofriam alguma avaria, o cartão corporativo bancou o conserto. 

O cartão foi usado também para despesas de R$ 93 mil, entre 2020 e 2022, na YPS Eventos - que faz locação de máquinas e equipamentos na região. Os recursos, segundo relatos, bancaram a estrutura montada para garantir a segurança de Bolsonaro - com aluguel de grades de proteção, por exemplo.

Em sua última live como presidente no fim do ano passado, antes de viajar para os EUA, Bolsonaro disse que as idas ao Guarujá estão entre os "poucos momentos de lazer" que teve no exercício da Presidência.

Destino tradicional de turistas de São Paulo e de outras regiões do Brasil, o balneário enfrenta problemas urbanísticos e sanitários comuns a diversas cidades médias e grandes do País. 

Em diversos bairros da cidade, chamam a atenção as ruas não asfaltadas repletas de buracos, além de regiões de prédios abandonados e casas de madeira e alvenaria, com cheiro de esgoto e córregos a céu aberto em meio a matagais que se misturam com as ruas e calçadas.

Um desses bairros, Balneário Guarujá, abriga a padaria Santa Massa, que recebeu R$ 83 mil para fornecer alimentos. 

O dono, Leandro de Souza Lima, não foi localizado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2023/01/15/cartao-corporativo-garantiu-ferias-de-bolsonaro-na-praia.htm

Procuradoria no TCU pediu 10 vezes mais investigações no governo Bolsonaro


De 2015 a 2018, o órgão fez 65 requisições para análise de irregularidades na gestão pública; entre 2019 e 2022, foram 618

Constança Rezende
Brasília

O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) aumentou em quase dez vezes os pedidos para abertura de processos durante os quatro anos de gestão de Jair Bolsonaro (PL).

De 2015 a 2018, o órgão fez 65 requisições para análise de ilegalidades ou irregularidades na gestão pública. Já entre 2019 e 2022, o número subiu para 618.

O recordista de pedidos no período foi o subprocurador-geral do TCU, Lucas Furtado, que ingressou com 539 representações. Só em 2022, foram 122 pedidos, grande parte a partir de denúncias publicadas na imprensa.

0
Fachada do Tribunal de Contas da União - Antonio Molina-14.abr.22/Folhapress

Deste número, 45 foram arquivados, 17 foram anexados a outros processos, e o restante aguarda trâmites burocráticos do tribunal.

Furtado moveu representações contra as chamadas emendas de relator —usadas como moeda de negociação política na gestão de Bolsonaro— e sobre mudanças promovidas pela Caixa Econômica Federal nos critérios para concessão de empréstimo consignado do Auxílio Brasil após as eleições.

Também houve pedidos de investigação sobre os custos da ação do PL (partido de Bolsonaro) para anular o segundo turno das eleições e ainda para a suspensão de pagamentos antecipados de dividendos por parte da Petrobras, assim como sobre a interferência do presidente na política de preços da empresa.

Para serem aceitas e se converterem em processos na corte, as representações devem apresentar indícios de irregularidade ou ilegalidade e serem de competência do tribunal. A análise é feita por auditores, e a investigação fica com o ministro relator.

Os processos podem ter como consequência a suspensão ou cancelamento de licitações, a proibição de empresas de contratar com o poder público, multas e prazos para o cumprimento de determinações.

Internamente, integrantes do tribunal atribuem o aumento de representações a uma resposta contra investidas de Bolsonaro contra as instituições democráticas.

Isso envolveria o esvaziamento e inércia de órgãos como o MPF (Ministério Público Federal) e PF (Polícia Federal) no período.

Em contrapartida, há quem avalie que a ferramenta perde a sua importância ao ser usada tantas vezes, pois reduz a possibilidade de acompanhamento de cada caso e vê-lo esclarecido.

À Folha Furtado disse que se afastou do cargo por motivo de saúde (AVC) e, quando retomou as atividades, o Brasil havia caído na posição que ocupava no ranking da Transparência Internacional, despertando a preocupação do Ministério Público junto ao TCU.

Ele admitiu que a grande maioria dos processos ainda não foi julgada, mas disse que, se 1 em 100 for aceito, "seu trabalho já vai ter valido a pena".

"Respeito muito o trabalho da imprensa investigativa, e grande maioria das representações que faço se baseia nele. Antes, o que ela levantava não era aprofundado pelo poder público. Nós podemos fazer isso", disse.

"Há casos muito difíceis de fiscalizar, como checar se um determinado serviço foi efetivamente prestado. Há como saber se foi construído algo, mas um show, por exemplo, como atestar que foi prestado, sem gastar muito com essa fiscalização? E sempre há problemas em contratações sem licitação, como os contratos emergenciais para combater a Covid", afirmou.

Já Elísio Freitas, advogado especialista em TCU e procurador do Distrito Federal, disse que as representações seguiram a tradição atuante do Ministério Público.

"Uma atuação tempestiva e concomitante com os gastos naturalmente se concentra sobre os que detêm a caneta no momento. Além disso, um procedimento não é excessivo simplesmente pela quantidade numérica deles, já que são abertos a partir das informações que estão surgindo", disse.

Questionado sobre o assunto, o Ministério Público no TCU afirmou que é "importante registrar que a atuação não se restringe apenas às representações".

Também afirmou que são "fruto de atuação individual de cada membro, a partir da própria interpretação dos fatos à luz do direito, não refletindo, assim, por evidente, o pensamento uníssono de todo o Parquet de Contas Federal".

Criado em 1892, por meio do decreto que instituiu o tribunal, o Ministério Público no TCU dispõe de sete procuradores e subprocuradores.

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/01/procuradoria-no-tcu-pediu-10-vezes-mais-investigacoes-no-governo-bolsonaro.shtml

A prova

-15 de janeiro de 2023, 10:54 h 

Miguel Paiva - Charges 

https://www.brasil247.com/charges/a-prova



Presidente do TCU e governo Lula articulam troca de dívidas de empreiteiras da Lava Jato por obras


Ministro Bruno Dantas negocia um acordo de leniência alternativo

www.brasil247.com - Ministro Bruno Dantas
Ministro Bruno Dantas (Foto: TCU)

247 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está adotando a ideia de permitir que empresas da Operação Lava Jato paguem dívidas por seus acordos de leniência com a execução de obras públicas. 

O principal articulador da medida é o presidente do Tribunal de Contas da União ( TCU), Bruno Dantas

A ideia encontra precedentes nos pactos dos Ministérios Públicos Estaduais, mas sua legalidade e eficácia no caso de empresas dividem a opinião de especialistas, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo

A Casa Civil de Lula confirmou que o ministro Bruno Dantas foi um dos que sugeriram e incentivaram a ideia. 

A assessoria de imprensa do ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que vai “manter reuniões com a AGU, a CGU e o TCU”. 

“Esse tema ainda não está definido”, diz o assessor.

A principal questão é como as obras poderiam cobrar dívidas bilionárias. 

Os acordos preveem ressarcimento aos cofres principalmente dos estados, além de destinações ao Ministério Público Federal e à própria CGU – conforme cláusulas destes termos aprovados pela Justiça.

Entre as empresas que assinarão acordos de leniência com o MPF, a CGU e a AGU estão empresas que integram o chamado “clube vip” da Lava Jato. Juntos, os acordos das cinco principais empresas somam R$ 8,1 bilhões.  

https://www.brasil247.com/brasil/presidente-do-tcu-e-governo-lula-articulam-troca-de-dividas-de-empreiteiras-da-lava-jato-por-obras

Unir a república contra o terror bolsonarista


Ao presidente Lula caberá afastar de vez o vulto do golpismo sobre as instituições do país

Editorial 247

No domingo 8 de janeiro, o Brasil e o mundo assistiram ao maior espetáculo de profanação contra as sedes dos Três Poderes da República brasileira já visto na história do país. Milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram, depredaram e saquearam prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal numa ação contra a decisão dos cidadãos e cidadãs brasileiros que elegeram, em pleito auditado, Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República. 

Por algumas horas, o coração da República da capital federal virou terra sem lei e ordem numa ação que contou com a facilitação das forças de Segurança do Distrito Federal, bem como com, no mínimo, a conivência das Forças Armadas encarregadas de guarnecer o Palácio do Planalto. Nada foi poupado pela horda em transe: além das instalações físicas destruídas, objetos de trabalho foram roubados, obras de arte foram danificadas, objetos raros foram esmigalhados, símbolos republicanos foram vandalizados. Os prejuízos estão ainda a serem inteiramente estimados. Tudo isso apenas sete dias depois da grande festa de posse de Lula na Presidência, marcada pela subida de Lula na rampa do Planalto e a entrega da faixa presidencial por cidadãos e cidadãs representativos da diversidade social brasileira. 

Surpreendidos num primeiro momento pela selvageria, os Poderes da República engendraram reação, aí sim, expedita, para conter a turba. Ao primeiro sinal da gravidade dos fatos, o presidente Lula decretou intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal, estancando a conivência daquela área com os golpistas; no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes, já responsável por inquéritos por incentivos a atos contra a democracia, determinou o afastamento do próprio governador Ibaneis Rocha. De seu lado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em entrevista à TV deste 247 na quinta-feira (12), relatou detalhes dessa reação institucional. Sinalizou que as investigações em curso trarão muito mais informações sobre os cérebros, os articuladores e os financiadores da intentona subversiva. 

Por óbvio, as atenções de qualquer investigação voltam-se para o ex-presidente Jair Bolsonaro, vencido nas eleições, agora desfrutando uma permanência nos Estados Unidos. É ele o líder primeiro das atrocidades que emporcalharam poderes, monumentos, obras de arte e conspurcaram espaço simbólicos que não pertencem a ninguém, senão a todos. A Bolsonaro devem se orientar as principais linhas de investigação. Outro a ser devidamente responsabilizado é o governador afastado Ibaneis Rocha, por não ter garantido, como reza a lei, a integridade e a segurança, dos Três Poderes, mesmo dispondo das polícias mais bem remuneradas do país, sustentadas com recursos do Executivo federal. O ex-ministro bolsonarista da Justiça Anderson Torres, cuja prisão preventiva já está decretada, merece escrutínio especial, além do mais por ter sido encontrado em sua casa decreto estabelecendo um golpe de Estado contra as eleições. É evidente que a investigação deve se dedicar a apurar toda a teia de envolvimentos e responsabilidades, sem se deter diante de pessoa ou instituição, cargo civil ou patente militar, em linha direta ou indireta, sem fechar os olhos para os arruaceiros partiram de área sob controle do Exército, nem para a omissão de tropas responsáveis pela guarda do Planalto ou para a suposta proteção que teriam dado a criminosos frente ao avanço da PM diante do Forte Apache. Em paralelo às invasões de Brasília, houve derrubada de três torres de transmissão de energia e tentativa de bloquear refinarias. Um caos estava sendo engendrado.

A reação à intentona frustrada abriu, porém, um novo momento político pleno de oportunidades e complexidades. Pesquisas apontam o repúdio aos ataques. Bolsonaro se isolou, apesar de manter apoio de seu núcleo extremista. Ao presidente Lula e integrantes da frente que ele lidera caberá mesclar energia e sabedoria para aproveitar os espaços existentes e afastar de vez o vulto do golpismo sobre os governos e as instituições do país. Assim agindo, terá condições de reunir apoios fundamentais para dar curso bem-sucedido à tarefa gigante que tem pela frente. A mensagem deve ser de que a vontade do povo constitui poder maior e quem ousar sublevá-la pagará preço altíssimo.

© 2023 Brasil 247 e TV 247 - Todos os direitos reservados
Design by StyleShout 
https://www.brasil247.com/editoriais247/unir-a-republica-contra-o-terror-bolsonarista

Lideranças do PL consideram necessário que Bolsonaro seja afastado das fileiras do partido


Desde que se tornou investigado por incitar atos terroristas, presença de Bolsonaro é considerada desconfortável por lideranças do PL

www.brasil247.com - Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro
Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | REUTERS/Adriano Machado)

247 - Lideranças do PL afirmam que a permanência de Jair Bolsonaro no partido pode se tornar "desconfortável" caso a representação da PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal) aponte a participação do ex-ocupante do Palácio do Planalto na incitação dos atos terroristas do dia 8 de janeiro. 

Para parlamentares destacados do grupo chamado informalmente de "PL raiz", que integra o partido antes da entrada dos bolsonaristas, a depender de como os fatos escalarem, será necessário o PL tomar uma decisão a respeito da filiação de Bolsonaro. Eles evitam falar em expulsão, mas são categóricos ao afirmar que a legenda não quer ser a casa de ninguém envolvido "nesse tipo de situação", informa o Painel da Folha de S.Paulo.
https://www.brasil247.com/brasil/liderancas-do-pl-consideram-necessario-que-bolsonaro-seja-afastado-das-fileiras-do-partido

Jair Bolsonaro deve ser preso por mandar seus seguidores darem um golpe de estado

 

Celso Rocha de Barros: 

Todos os envolvidos em tentativa de golpe devem ser presos, afirma colunista da Folha

www.brasil247.com - Bolsonaristas invadem sedes dos Três Poderes em Brasília
Bolsonaristas invadem sedes dos Três Poderes em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil)

247 - "Neste domingo faz uma semana que Jair Bolsonaro mandou seus seguidores darem um golpe de estado enquanto ele tinha seu dia de princesa na Disney", escreve Celso Rocha de Barros em sua coluna na Folha de S.Paulo. E enfatiza: "Por esse crime, Jair Bolsonaro deve ser preso. Os políticos que convocaram ou apoiaram a tentativa de golpe devem ser cassados e presos. Os empresários que financiaram a tentativa de destruição da democracia devem ter seus bens confiscados, como confiscaríamos propriedades do Comando Vermelho ou do PCC. Os militares e policiais com envolvimento comprovado na tentativa de golpe devem ser exonerados e presos".

Celso Rocha de Barros lamenta que as Forças Armadas não tenham publicado mensagem denunciando a Intentona Bolsonarista. E questiona "o quanto o governo Lula terá força para combater o golpismo dentro das Forças Armadas".  

https://www.brasil247.com/midia/celso-rocha-de-barros-jair-bolsonaro-deve-ser-preso-por-mandar-seus-seguidores-darem-um-golpe-de-estado

Para Bolsonaro, Carla Zambelli é principal culpada por sua derrota

 É o que ele tem dito a seus aliados bolsonaristas, segundo reportagem do IG

“Anderson Torres não escondeu a minuta porque achava que o golpe daria certo”, diz Hildegard Angel


Jornalista também opinou que ex-ministro bolsonarista não deve ser única autoridade aliada do ex-presidente que cairá nas mãos da Justiça

www.brasil247.com - Hildegard Angel e Anderson Torres
Hildegard Angel e Anderson Torres (Foto: Brasil 247 | ABR)

247 - Em participação na TV 247, a jornalista Hildegard Angel afirmou que existia uma confiança entre autoridades bolsonaristas de que a tentativa de golpe com os atentados terroristas em Brasília no último domingo (8) daria certo. 

Justamente por esse motivo, segundo ela, o ex-ministro Anderson Torres não escondeu a minuta do golpe, que foi encontrada em sua casa pela Polícia Federal: "acho que Torres não escondeu a minuta porque eles estavam certos de que o golpe vingaria, o golpe daria certo. 

As ameaças eram abertas, feitas por eles, "me aguardem, vocês verão, vem aí", com Braga Netto, Mourão, Bolsonaro. Assim como Bolsonaro achou que ia ganhar a eleição, eles se precipitaram sobre o golpe".

"Agora uma coisa que eu achei importante na prisão do Anderson Torres é que foi uma prisão sem show midiático, sem ativismo judiciário, sem algemas e sem imagens. Porque isso faz o contraponto, o contraste com o momento democrático que o Brasil passou a viver, essa discrição, no momento de uma prisão, àquelas prisões espetaculosas do Moro, do Dallagnol e da Lava Jato, que eram vergonhosas", acrescentou a jornalista.

Hilde também opinou que o ex-ministro bolsonarista não deve ser a única autoridade aliada do ex-presidente que cairá nas mãos da Justiça: "acho que Torres é o primeiro de um longo fio de muitos outros que deverão ser presos". 

https://www.brasil247.com/entrevistas/anderson-torres-nao-escondeu-a-minuta-porque-achava-que-o-golpe-daria-certo-diz-hildegard-angel

Governo Lula exonera Anderson Torres do conselho fiscal da Caixa Loterias


Exoneração ocorreu após o ataque aos Três Poderes, ocorrido no último domingo (8); Torres é investigado por sua atuação em relação aos atos criminosos

Isac Nóbrega/PR
15/01/2023 às 10:26 | Atualizado 15/01/2023 às 10:49 
Danilo Moliterno da CNN

São Paulo

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres do conselho fiscal da Caixa Loterias

A Caixa Econômica Federal informa que o processo foi finalizado na última terça-feira (10).

A exoneração ocorreu após o ataque aos Três Poderes, ocorrido no último domingo (8). 

Torres é investigado por sua atuação à frente da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal — que era responsável pela área tomada pelos atos criminosos.


O ex-ministro foi retirado do cargo antes de a Polícia Federal (PF) divulgar que havia encontrado uma minuta de decreto para interferência no resultado das eleições em sua casa.

 A proposta foi revelada na última quinta-feira (12).

A saída de Torres do conselho fiscal foi oficializada por meio de uma assembleia extraordinária de acionistas. 

Ele havia assumido o cargo em março de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

O conselho fiscal, órgão permanente de fiscalização, é formado por três nomes efetivos e respectivos suplentes. 

Um dos membros é indicado pelo governo federal, como representante do Tesouro Nacional; e os outros dois, pelo acionista controlador.

Anderson Torres é preso

O ex-ministro Anderson Torres chegou ao Brasil no sábado (14), após viagem aos Estados Unidos, e foi preso pela Polícia Federal.

Torres foi levado ao 4º Batalhão da Polícia Militar (PM), no Guará, uma região administrativa da capital federal. No local, ele passou por audiência de custódia. A PF confirmou à CNN que ele deve permanecer preso até nova decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na segunda-feira (9), pelo Twitter, o ex-secretário publicou um pronunciamento dizendo que foi “surpreendido pelas lamentáveis cenas” em Brasília durante seu “segundo dia de férias”.

“Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, escreve o comunicado.

Fotos: Danos causados às sedes dos Três Poderes

 Brasília contabiliza estragos nas sedes dos Três Poderes no dia seguinte a ataque Crédito: Secom / Reprodução
Tópicos

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/governo-lula-exonera-anderson-torres-do-conselho-fiscal-da-caixa-loterias/

A empresa anunciou investimento de R$ 2 bilhões na 99Food, delivery de comida, até junho de 2026.

  agencia.brasil PLATAFORMA DE DELIVERY | O presidente Lula se reuniu nessa segunda-feira (15) com executivos da empresa 99, dona de aplicat...


Pesquisar este blog

CONFIRA!

CONFIRA!
Dicas de Compras para sua casa e muito mais.....

THANK YOU FOR VISITING THIS PAGE

VOLTAR AO INÍCIO DA PÁGINA

VOLTAR AO INÍCIO DA PÁGINA
Voltar ao Início da Home - Return to Home Page