Delegado da investigação da facada em Bolsonaro é preso pela PF
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (17) o delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-superintendente da instituição em Minas Gerais.
Ele é investigado por participação em um esquema de corrupção em órgãos ambientais e de mineração.
A operação, que cumpriu 22 mandados de prisão, resultou na detenção de 17 pessoas.
Rodrigo de Melo Teixeira ocupava cargo de destaque na PF até 2024, sendo o terceiro na hierarquia da corporação. Atualmente, trabalhava na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, ligada ao Serviço Geológico do Brasil. Também integrou o Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, nomeado pelo ministro Alexandre Silveira em 2024.
Em 2018, quando chefiava a superintendência em Minas, Teixeira esteve à frente das investigações da facada contra Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial em Juiz de Fora.
No ano seguinte, conduziu os primeiros trabalhos sobre o rompimento da barragem de Brumadinho. Além da PF, já foi secretário adjunto de Defesa Social e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente em Minas.

A operação também prendeu Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM).
O inquérito aponta que servidores recebiam propina para liberar autorizações e licenças fraudulentas, permitindo exploração irregular de minério de ferro em áreas de preservação.
As investigações indicam que o grupo econômico envolvido reunia mais de 40 empresas e tinha projetos avaliados em R$ 18 bilhões. Segundo a PF, os acusados buscavam vantagens em órgãos como a ANM, o Iphan e a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas. Parte dos investigados recebia uma espécie de mesada em troca de favorecimento.
Os detidos podem responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço à investigação. A ação contou com apoio da Controladoria-Geral da União, Receita Federal e Ministério Público Federal. A defesa do delegado ainda não se manifestou.
O esquema teria movimentado mais de R$ 3 milhões em pagamentos ilícitos.
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