Tarcísio discutiu minuta do golpe e será notificado por Alexandre de Moraes
Tarcísio discutiu minuta do golpe e será notificado por Alexandre de Moraes
Advogado de ex-assessor de Bolsonaro afirmou que Tarcísio esteve no Alvorada no mesmo dia da reunião que discutiu a proposta de ruptura democrática
Ao ser questionado sobre o tema na segunda-feira (14), o ministro Alexandre de Moraes classificou as falas como “insinuações”, reforçando que o governador não é investigado no processo.
“Não estou insinuando nada, não ponha palavras na minha boca”, retrucou Chiquini, insistindo que a informação seria relevante para a apuração.
O embate entre o advogado e o relator do caso se intensificou nesta quarta.
Chiquini foi repreendido ao tentar retomar o tema durante o depoimento de Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
Moraes interveio: “Doutor, doutor, já respondeu, doutor”. Mesmo assim, o defensor prosseguiu, sendo advertido mais uma vez.
O ministro reafirmou a gravidade dos atos de 8 de janeiro: “Os participantes do 8 de janeiro não eram vândalos, mas sim, golpistas condenados”.
A discussão escalou quando Chiquini mencionou imagens que teriam desaparecido ou que estariam “disponíveis de forma seletiva”. Moraes reagiu com ironia: “O senhor desapareceu com imagens, doutor?”, ao que o advogado respondeu: “Eu não sou autoridade pública”.
Diante da provocação, Moraes questionou: “O senhor está acusando alguém de ter desaparecido com as imagens?”. Chiquini tentou se esquivar, alegando que falava “de forma genérica”.
Foi então que Moraes declarou que oficiaria formalmente Tarcísio de Freitas sobre as declarações:
“Eu já estou oficiando o governador Tarcísio para informar das suas acusações. O senhor quer que eu informe a mais alguma autoridade sobre suas acusações?”.
Com o prosseguimento da insistência, o microfone do advogado foi cortado.
Posteriormente, Jeffrey Chiquini divulgou um vídeo em suas redes sociais afirmando que levará o episódio ao conhecimento da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP).
As oitivas no STF, que seguem até o dia 23 de julho, fazem parte da instrução processual nos núcleos 2, 3 e 4 da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
As sessões estão sendo realizadas por videoconferência.
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