O bolsonarismo precisa tomar cuidado com o que deseja, pois corre o risco que isso se torne realidade.
O bolsonarismo precisa tomar cuidado com o que deseja, pois corre o risco que isso se torne realidade.
Respondendo à pergunta de um deputado republicano em uma audiência da Comissão de Relações Exteriores na Câmara do Deputados dos Estados Unidos, nesta quarta (21), o secretário de Estado Marco Rubio disse que está em análise e há uma grande possibilidade de acontecer uma punição contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Atendendo a pedidos do bolsonarismo (que vem articulando pressões da ala trumpista do Capitólio contra o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe), o deputado republicano da Flórida Cory Lee Mills acusou o STF de perseguição. E afirmou que a prisão de Jair será política. A pergunta, que tortura a realidade, levantou a bola para a resposta de Rubio.
O governo Trump adoraria ver alguém mais alinhado a ele na Presidência do Brasil. Por exemplo, um político que bate continência para a bandeira de listras brancas e vermelhas e estrelas. Ou um outro político que veste orgulhosamente o boné MAGA (Fazer a América Grande de Novo, em inglês) e agora vê o aumento das tarifas de exportação impostas aos nossos produtos.
Mas a questão é que a depender do tamanho do movimento contra as instituições do nosso país, isso pode provocar o efeito oposto ao desejado. Ou seja, gerar uma identidade reativa e criar um caldo de insatisfação junto aos patriotas de verdade - que não gostam de outro país dizendo o que o Brasil deve ou não deve fazer.
Um exemplo disso aconteceu no Canadá, quando Trump começou a defender que ele se tornasse o 51º estado norte-americano. Os conservadores, que estavam liderando as pesquisas desabaram e o povo manteve os liberais no poder. Na América Latina, Trump conseguiu melhorar a popularidade da presidente Claudia Sheinbaum ao criticar o México. Sim, ele está se consolidando como um excelente anticabo eleitoral em democracias.
Se o ataque a Moraes, ao STF e às instituições for muito forte, os EUA podem dar um empurrãozinho eleitoral à reeleição de Lula, que deve ser o principal crítico ao bolsonarismo e às próprias políticas de Trump no pleito de 2026 (leia a íntegra no UOL)
