Anistia é Golpe
Anistia é Golpe
Miguel Paiva
Os últimos acontecimentos, incluindo a morte do papa Francisco, têm demonstrado como chegamos a um nível baixíssimo de democracia e política em geral.
Mas tudo começou bem antes, nos dias em que Aécio Neves contestou a vitória de Dilma Rousseff e começou a questionar o resultado das ruas.
Era o sinal que a direita precisava para se manifestar cada dia de modo mais violento. Note-se que a democracia que existia na época também permitia que os extremistas se erguessem e abrissem a boca.
O ódio foi estimulado e o desenho para derrubar o governo democrático e popular começou.
A corrupção passou a ser a bala de prata que eles usavam para derrubar Dilma e qualquer vestígio de governo do PT.
A corrupção passou a ser a bala de prata que eles usavam para derrubar Dilma e qualquer vestígio de governo do PT.
Doce ironia que esta mesma corrupção esteja derrubando de fato a direita e seus seguidores hoje em dia.
Mas o estrago foi grande.
Enaltecendo torturadores Bolsonaro abriu seu caminho com a faca nos dentes e no ventre.
Foi alimentando, com a ajuda das igrejas, esse ódio a tudo que viesse da esquerda.
Não propunha nada, nenhum projeto, nenhum programa. Só destruir aquilo que tivesse sido construído porque representava a mão do demônio na terra.
Os costumes, mais as dúvidas da economia e o fantasma da corrupção foram crescendo.
Depois da prisão totalmente ilegal do Lula com o apoio da grade imprensa, dos bancos, das elites e das populações carentes que queriam ver sangue de petista na rua, elegeram o Bolsonaro.
O caminho estava aberto para o golpe.
O caminho estava aberto para o golpe.
Quando o Bozo fracassou, a trama golpista foi revelada e Lula foi solto e se tornou candidato, começou a articulação para o golpe.
Eram incompetentes?
Sim, eram, mas também eram o grupo que servia aos interesses de vários setores, sobretudo a parte do agro que via no desgoverno de Bolsonaro o campo fértil para seu crescimento.
Aliás, tudo que era daninho cresceu.
A bancada da bala, da bíblia e do agro.
A rede de apoio ao Bolsonaro e ao golpe estava armada.
Ele não podia deixar o governo, muito menos perdendo uma eleição.
Mas foi o que houve.
Perdeu e tentou não entregar.