"Não há nada mais milagroso para uma economia do que o dinheiro na mão de todos", diz Lula

 "Não há nada mais milagroso para uma economia do que o dinheiro na mão de todos", diz Lula



Governo lançou nesta quarta o Programa 'Crédito do Trabalhador', que promete, segundo o presidente, ser "uma revolução neste país"

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Paulo Emilio

247 - 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (12) que o Brasil está dando um "passo importante" na inclusão financeira da população com o lançamento do Programa 'Crédito do Trabalhador'. Segundo Lula, a iniciativa tem potencial para transformar a economia e combater a exclusão social por meio da ampliação do acesso ao crédito.

"Esse 12 de março de 2025 pode passar para a história como dia marcante na política de crédito e de cuidado com o povo brasileiro", afirmou o presidente durante o evento de lançamento. Lula defendeu que a distribuição mais equitativa de recursos é essencial para o crescimento econômico.
 
"Não há nada mais milagroso para uma economia do que o dinheiro circular na mão de todos. Quando o dinheiro se concentra na mão de poucos, a gente sabe o resultado da história do Brasil, de muitos países e da humanidade", disse Lula nesta quarta-feira (12), durante a cerimônia de lançamento do programa que amplia a oferta de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada. 

Lula ressaltou que o programa busca corrigir distorções históricas e ampliar o acesso ao crédito para trabalhadores e pequenos empreendedores. "Aqui estamos dando um passo importante, um passo em que a gente pode demonstrar para a humanidade e outros países que é possível consertar as coisas que estão erradas", afirmou. 

O presidente também destacou a importância de uma mudança de mentalidade no setor bancário, para que trabalhadores sejam tratados de forma igualitária na busca por crédito. "Sou de uma geração em que eu nem pensava em entrar em um banco. [...] É preciso que a gente eduque eles para que deem a mesma importância ao cidadão que chega de chinelo Havaianas quebrado que dá ao cidadão que chega com um carro sofisticado para tomar um empréstimo”, destacou.  

Ao reforçar a necessidade de divulgação da nova iniciativa, Lula fez um apelo aos sindicatos e trabalhadores para que divulguem o programa. "Os dirigentes sindicais que estão aqui têm que pegar um carro de som, ir para a porta da fábrica e dizer para os trabalhadores que agora eles podem ter crédito barato, para que possam sair do endividamento que se meteram, sair da mão do agiota, sair da mão de banco que cobra 10% ou 12%”, argumentou

O presidente ressaltou, ainda, que o crédito deve ser usado com responsabilidade. "Não é para a gente convocar o povo a gastar o que não tem. É importante que vocês saibam que o empréstimo é muito bom quando a gente pega para utilizar em uma coisa que vai aumentar o nosso patrimônio. [...] A gente tem que fazer um empréstimo para comprar alguma coisa que melhore a nossa capacidade de viver melhor, melhorar a nossa casa, a educação dos nossos filhos, a qualidade de roupa que nossos filhos vestem."

Lula também rebateu críticas de que estaria priorizando o consumo em detrimento da industrialização. "Tem gente que vai dizer o seguinte: 'o Lula não pensa em desenvolvimento industrial, só pensa no consumo'. E eu queria dizer para vocês que é exatamente a capacidade de consumo que tem um povo que pode gerar a capacidade de industrialização que esse povo pode fazer. [...] Se ele perceber que não tem consumo ele não vai investir o dinheiro”, afirmou. 

O presidente ressaltou a dimensão do programa e sua expectativa de impacto na economia, afirmando que "isto será uma revolução neste país. Eu não tenho condições de quantificar quanto dinheiro pode entrar em circulação neste país, mas posso dizer que jamais, em nenhum momento da história, conseguimos fazer uma política de crédito que pudesse colocar no curto e no médio espaço de tempo tanto dinheiro em circulação." 

Em seu discurso, Lula também criticou a desigualdade global e citou o contraste entre os altos gastos militares e a fome no mundo. "É isto que explica ter um mundo tão desenvolvido, que gastou no ano passado R$ 2,4 trilhões em armas, e ter, ao mesmo tempo, 730 milhões de seres humanos que vão dormir sem ter o que comer. Não é falta de conhecimento científico e tecnológico, não é falta de produção de alimentos. A única falta é a falta de dinheiro”, disse. 


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