Fiasco de público em ato de Bolsonaro confirma que anistia não tem apoio popular

 


Fiasco de público em ato de Bolsonaro confirma que anistia não tem apoio popular

Tratava-se de um ato de caráter nacional, reunindo lideranças da extrema direita de todo o país
 16/03/2025 | 12h15


O ato organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores para tentar mostrar uma suposta “adesão popular” ao projeto da anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro não teve força. Imagens da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (16), mostram uma manifestação esvaziada, sem ao menos lotar completamente um quarteirão.

Tratava-se de um ato de caráter nacional, reunindo lideranças da extrema direita de todo o país. O ex-presidente tinha dito esperar um milhão de pessoas, o que não ocorreu. Segudo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), no entanto, só estiveram presentes 16,2 mil pessoas.

A deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) falou ao ICL Notícias sobre o ato deste domingo em Copacabana. A parlamentar classificou o movimento como “pequeno” para um “ato nacional”, refletindo uma “perda clara de apoio na sociedade”.

“Um ato pequeno para o Rio, imagine um ato nacional. Ficou claro que o pedido de anistia é para Bolsonaro e nao para as ‘velhinhas com biblia na mão’. Perda clara de apoio na sociedade. A democracia é um valor importante e tambem há corrupção em investigação. Ato estreito politicamente, os mesmos bolsonaristas de sempre. Sem peso”, analisou Jandira.

Além do projeto da anisita, o movimento também buscava atacar a denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro e aliados sobre a trama golpista após a derrota na eleição presidencial de 2022. O ex-presidente foi condenado pela Justiça Eleitoral em dois processos e está impedido de concorrer até 2030.

O protesto aconteceu uma semana antes de o Supremo Tribunal Federal começar a julgar denúncia da Procuradoria-Geral da República que pode tornar Bolsonaro réu, no próximo dia 25.

O STF já condenou 476 pessoas pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e vandalizadas. A Advocacia-Geral da União (AGU) aponta que os ataques golpistas causaram um prejuízo de R$ 26,2 milhões ao patrimônio público.

Ato esvaziado

Ao longo da manhã, circularam pelas redes sociais inúmeras imagens mostrando o esvaziamento do ato dos bolsonaristas. Mesmo com a convocação de apoiadores do bolsonarismo de todo o país, os presentes não ocuparam mais que um quarteirão da Avenida Atlântica. 

Os bolsonaristas, em imagens divulgadas em seus perfis, até tentaram esconder o esvaziamento do ato. As imagens aéreas, no entanto, revelaram a baixa presença do público.

ato bolsonarismo

Imagens mostram uma manifestação esvaziada. (Foto: Reprodução)

Estiveram presentes no palanque de Bolsonaro os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).

Ao lado de Bolsonaro, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou ter “fé” que o ex-presidente será candidato em 2026. Bolsonaro foi condenado pela Justiça Eleitoral em dois processos e está impedido de concorrer até 2030. Apesar disso, insiste em se apresentar como candidato ao Palácio do Planalto em 2026.

“Tenho fé. Tenho fé, sim, que Bolsonaro será candidato a presidente da República. Com esse governo, o combustível ficou caro. Então, volta, Bolsonaro. A carne ficou cara. Então, volta, Bolsonaro. A energia ficou cara. Então, volta, Bolsonaro”, disse Valdemar.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), puxou coro de “anistia já”. “Esse povo veio de graça [para o ato] para pedir anistia já. O Rio de Janeiro clama ao Brasil: anistia já”, declarou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu anistia aos “inocentes que receberam penas desarrazoadas” por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. “Ninguém aguenta mais inflação. Porque tem um governo irresponsável que gasta mais do que deve. Ninguém aguenta mais o arroz caro, o feijão caro, a gasolina cara. O ovo caro! Prometeram picanha e não tem nem ovo”, afirmou.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara dos Deputados, afirmou que entrará com pedido pela urgência do projeto de lei que propõe anistiar os envolvidos pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. O “PL da Anistia” está sendo debatido desde o ano passado.

“Estou assumindo aqui o compromisso com todos vocês de que nesta semana, quinta-feira [20], na reunião do colégio de líderes, nós vamos dar entrada com a minha assinatura e dos 92 deputados do PL e de vários outros partidos que eles vão ficar surpresos, para que nós possamos pedir a urgência do PL da Anistia para entrar na pauta na semana que vem”, afirmou.

Bolsonaro denunciado por golpe

O ex-presidente e mais sete pessoas enfrentam denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso da suposta intenta golpista. A Primeira Turma do STF analisará a denúncia no dia 25 de março. Caso o Supremo aceite a denúncia, Bolsonaro se tornará réu. 

https://iclnoticias.com.br/fiasco-publico-ato-bolsonaro/  



Os manifestantes, em sua maioria, usavam camisas amarelas e exibiam cartazes com pedidos de “anistia” para os envolvidos no ataque de 8 de janeiro.



Ato pró-Bolsonaro promovido por Eduardo Bolsonaro em Nova Iorque tem apenas 20 pessoas

Deputado brasileiro tentou mobilizar manifestantes nos EUA, mas reunião teve adesão insignificante

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos Estados Unidos há mais de 15 dias e, no sábado (16/03), promoveu um ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Times Square, em Nova Iorque (EUA). No entanto, a manifestação reuniu apenas cerca de 20 pessoas e foi abafada por outros grupos presentes na região, segundo o UOL. Nem mesmo o parlamentar brasileiro estava na manifestação pelo pai.

Desde o início, a mobilização mostrou sinais de fracasso. Na hora marcada, apenas quatro pessoas apareceram, visivelmente constrangidas com o esvaziamento. Cada novo manifestante que chegava era recebido com entusiasmo, como se sua presença evitasse um fiasco ainda maior, contou o jornalista Jamil Chade.

Quase 40 minutos depois, o pequeno grupo alcançou cerca de 20 participantes, vestidos de verde e amarelo, com bonés com o lema de Donald Trump e bandeiras do Brasil e dos EUA. Entre os cartazes, havia apoio a Filipe Martins, ex-assessor internacional de Bolsonaro.

A tentativa de dar volume ao protesto ficou evidente quando uma das organizadoras pediu para que os presentes se agrupassem mais, buscando criar uma ilusão de adesão nas imagens registradas. Na hora da foto oficial, os manifestantes ensaiaram gritos de “Anistia”, que foram rapidamente abafados pela música de cristãos coreanos, que realizavam um evento religioso nas proximidades.

O protesto bolsonarista foi menor que uma manifestação de sul-coreanos pregando mensagens religiosas e até mesmo que um grupo de dançarinos de breakdance que se apresentava na Times Square. Ainda assim, o ponto alto do ato foi uma transmissão ao vivo, em que Bolsonaro apareceu pelo celular de uma das organizadoras, tentando dar algum peso político à reunião esvaziada.

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