Cappelli detona Estadão por criticar pena imposta pelo STF a golpista do 8 de janeiro

 Cappelli detona Estadão por criticar pena imposta pelo STF a golpista do 8 de janeiro



“Não foi um passeio no parque”, afirmou o atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), sobre os ataques golpistas



Escrito  POLÍTICA  23/3/2025 · 07:39 hs 

Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e interventor federal da Segurança Pública no Distrito Federal logo após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, detonou artigo publicado no jornal Estado de S. Paulo.

Na coluna “Opinião do Estadão” deste sábado (22), o jornal conservador criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) por condenar uma golpista, que participou dos atos que vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no fatídico 8 de janeiro de 2023.

Com o título “Isso não é justiça”, o jornalão diz: “Moraes condena uma cidadã que nem sequer deveria ter sido julgada pelo STF a 14 anos de prisão por causa de uma pichação com batom, num flagrante exagero que desmoraliza o judiciário”.

Cappelli, demonstrando indignação, foi às redes sociais para rebater com veemência a publicação.

“Eu estava no campo de batalha. Havia homens armados que tentaram assassinar a soldado Marcela. Eu vi de perto homens com rádio levantando juntos e derrubando os gradis. Não foi um passeio no parque. Eu vi tanques se movendo na minha direção. Eu vi homens armados que me impediram de desmontar o acampamento golpista na mesma noite”, começou Cappelli.

“Eu vi gente que tentou explodir um aeroporto nos festejos do Natal. Eu vi a sede dos 3 Poderes destruídas. Eu vi o Cristo arrancado da parede vandalizado. Eu vi minha família chorar de medo, achando que eu poderia ser assassinado por eles a qualquer momento”, acrescentou.

“Eu ouvi do Comanda do Exército que eu precisava entender que o país estava dividido. Eu vi nossa democracia na beira do abismo. Eu temi por ela e por um banho de sangue em nosso país”, destacou Cappelli.

“O Estadão, que já apoiou um Golpe de Estado no Brasil, flerta novamente, infelizmente, com o obscurantismo sombrio, com o autoritarismo, tentando relativizar a gravidade dos fatos. Saiba, Estadão, que nós ainda estamos aqui, por Rubens e Eunice Paiva. Nós ainda estamos aqui pelo Brasil”, completou.


Havia profissionais no 8 de janeiro

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia do dia 17 de março, Cappelli já havia abordado o projeto de anistia articulado pelos bolsonaristas e pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscam inflar a narrativa de que os presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro eram pessoas desavisadas ou idosos que não tinham noção do que estavam fazendo.

Cappelli acompanhou de perto as investigações. Na entrevista, ele desconstruiu a narrativa de Bolsonaro e apontou que havia até profissionais no dia em que apoiadores do ex-presidente vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

"Você tinha pessoas ali [nos atos golpistas] que descolaram da realidade, isso é um fato. Mas você também tinha, entre essas pessoas que descolaram da realidade, que foram capturadas por essa extrema direita mais radical, você tinha profissionais. Profissionais que foram presos não só ao longo daqueles dias, mas que depois a Polícia Federal também foi atrás e identificou no meio dos manifestantes", afirmou Cappelli. Ele ainda acrescentou que isso não só o é que ele está dizendo, mas o que está no depoimento dos policiais militares do Distrito Federal.

"Nós tivemos 44 policiais militares feridos no dia 8 tentando defender os prédios dos Três Poderes e eles me relataram: 'interventor, nós estamos acostumados a conter manifestação que tem 50 (mil), 100 mil pessoas'. A diferença é que nessa manifestação, que tinha entre 4 e 5 mil pessoas, não eram manifestantes comuns, entre eles tinham homens preparados, que conheciam o campo da batalha, conheciam táticas de combate, tinham equipamentos profissionais", relembrou.

https://revistaforum.com.br/politica/2025/3/23/cappelli-detona-estado-por-criticar-pena-imposta-pelo-stf-golpista-do-de-janeiro-176178.html