Polícia Federal já definiu o destino de Michelle no caso das joi



 atualizado 

Paulo Cappelli 

Petrônio Viana

Igo Estrela/Metrópoles
PF Michelle Bolsonaro

Polícia Federal (PF) já definiu o destino de Michelle Bolsonaro no caso das joias. Investigadores que atuam no inquérito, em fase de conclusão, dizem “não ver as digitais” da ex-primeira-dama na venda de presentes recebidos durante o governo passado.

Os supostos crimes serão imputados pela Polícia Federal a Jair Bolsonaro e outras pessoas de seu entorno. Investigadores acreditam ter coletado provas de que o ex-presidente sabia e avalizou a venda das joias. Contra Michelle, porém, não foram encontradas evidências de participação nesses atos.

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Joias entregues por Bolsonaro à UniãoEstojo entregue ao ex-presidente Bolsonaro contendo kit com relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gol, anel e um masbaha rose gold, todos da marca suíça ChopardServidora contou à PF que presentes dados a Michelle por chefes de estado não eram registrados

Entre os aliados de Bolsonaro que também serão indiciados pela PF, estão dois advogados de sua mais alta confiança. A suspeita é que ambos tenham atuado na recompra de um Rolex, por R$ 250 mil, nos Estados Unidos. A operação teria objetivo de ajudar Bolsonaro a reaver a mercadoria vendida para, segundo a Polícia Federal, driblar a investigação.

Após os indiciamentos, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar cada caso para decidir contra quem oferecerá denúncia ao STF.

Depoimento à Polícia Federal

Durante as investigações, a Polícia Federal ouviu a ex-coordenadora do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República (GADH) Marjorie de Freitas Guedes. A servidora afirmou que nenhum presente dado por chefes de Estado de outros países a Michelle Bolsonaro era registrado pelo órgão ou por qualquer outro setor.

Marjorie Guedes assumiu o cargo no GADH em outubro de 2020, permanecendo na função até janeiro de 2023. Ela era responsável por catalogar os presentes enviados ao então presidente Bolsonaro.

Conforme ela afirmou em depoimento à Polícia Federal, “desde que estivesse explícito no documento de encaminhamento que aquele objeto seria a ela [Michelle] direcionado, o referido objeto era direcionado ao Gabinete Adjunto de Gestão Interna [GAGI/PR]”. A ex-coordenadora acrescentou que, “até onde tinha conhecimento”, o GAGI também não fazia qualquer tipo de registro sobre o presente.

A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que versa sobre a devolução dos presentes, em vigor desde 2016, faz menção apenas a presidentes da República, sem estipular regras para primeiras-damas.

O texto diz que devem ser incorporados ao patrimônio da União “todos os documentos e presentes recebidos, pelos Presidentes da República, excluindo apenas os itens de natureza personalíssima ou de consumo próprio”. Para a defesa de Bolsonaro, joias seriam itens personalíssimos.

Alto valor

Sobre cinco joias caras destinadas a Michelle, Marjorie disse à Polícia Federal que, “por questões de segurança, considerando o alto valor dos objetos, o chefe de gabinete determinou que as joias fossem destinadas ao Palácio da Alvorada”.

“Algum tempo depois, o administrador do Palácio da Alvorada entrou em contato informando que a caixa com as joias já estava na posse da primeira-dama, Michelle Bolsonaro”, relatou a servidora.

Futuro político

Embora seja lembrada como potencial candidata à Presidência, Michelle Bolsonaro deverá disputar o Senado, em 2026, pelo Distrito Federal.

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