Lula e aliados sobem o tom e elevam pressão sobre o Copom

 

 atualizado 

Daniela Santos

Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Imagem colorida de presidente Lula com expressão séria no rosto saidinhas - Metrópoles

Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom contra o titular da instituição, Roberto Campos Neto.

O grupo iniciou, nessa terça-feira (18/6), as tratativas para definir a taxa básica de juros no país, a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano. O resultado deve ser divulgado nesta quarta (19/6), após nova reunião. A expectativa, segundo analistas, é que o percentual seja mantido.

“Só temos uma coisa desajustada neste instante: é o comportamento do Banco Central. Um presidente que não demonstra capacidade de autonomia, tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muita mais para prejudicar o país do que para ajudar o país”, disse o chefe do Executivo.A política monetária de Campos Neto à frente do BC tem sido alvo de críticas por parte do governo federal, sobretudo pela resistência em diminuir a taxa de juros. Lula defende que a medida vai estimular investimentos no país.

“Como vai convencer o empresário de fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa de juros absurda? É preciso baixar a taxa de juros, [de forma] compatível com a inflação”, pontuou o presidente da República durante a entrevista.

Aliados endossam críticas

Após as declarações, aliados do petista se manifestaram na mesma linha de Lula. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, disse que as críticas do presidente são referentes a “algo que não é pertinente à liturgia do cargo”.

“O presidente Lula e toda a torcida do Flamengo sabem que os juros estão altos. É a política que foi adotada, mas se isso não é política contracionista, será o quê?”, questionou o senador.

Nessa terça, o deputado federal Merlong Solano (PT-PI) protocolou pedido para que o presidente do BC seja ouvido na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o chefe da autoridade monetária tem 90 dias após o fim de cada semestre para apresentar os resultados das políticas monetárias ao Legislativo, o que não ocorreu.

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