Defesa de Coronel do Exército investigado por golpe insiste que ele quer depôr
Defesa de Coronel do Exército investigado por golpe insiste que ele quer depôr
Juliana Dal Piva, Com Karla Gamba
A defesa do coronel do Exército e ex-assessor de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido, em caráter de urgência, para que seu depoimento na PF seja remarcado.
No pedido, o advogado Eduardo Kuntz insiste que Câmara quer prestar todos os esclarecimentos e contribuir com as investigações.
Kuntz sugere ainda, como alternativa ao depoimento, que um tabelião o acompanhe ao Batalhão onde seu cliente está preso para que seja lavrada uma ata com tais esclarecimentos.
Um dos assessores mais próximos do ex-presidente da República, Marcelo Câmara, está preso desde o dia 8 de fevereiro por suspeita de participação na organização de um golpe de Estado.
De acordo com a Polícia Federal, Câmara faria parte do núcleo de “inteligência paralela”, que era responsável por monitorar o itinerário e deslocamento de autoridades que seriam presas quando o decreto de golpe fosse assinado por Bolsonaro.
Também são apontados como integrantes desse núcleo: o general e ex-ministro do GSI, Augusto Heleno; e o tenente-coronel Mauro Cid.
No último dia 22, o coronel foi conduzido à sede da PF para prestar depoimento.
No entanto, segundo seu advogado, Eduardo Kuntz, Marcelo Câmara ficou em silêncio, pois não teve garantido seu direito de estar acompanhado pela defesa — no mesmo horário, Kuntz acompanhava Tércio Arnaud Tomaz, também ex-assessor de Bolsonaro e preso na mesma investigação.
Juliana Dal Piva
Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.
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