De regata e short: como Mauro Cid passa os dias na carceragem do Exército

Na Mira

Carlos Carone
Há três meses preso nas dependências do Batalhão de Polícia do Exército (PE), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está mais “tranquilo” e com melhor “astral” nos últimos dias.
A coluna apurou detalhes da rotina de Cid. Alocado desde 3 de maio, quando foi detido, em uma sala com cerca de 20 m², o militar tenta se manter ativo mesmo com a liberdade cerceada. Todos os dias, Cid — que integrou as Forças Especiais do Exército — se movimenta pelo menos uma hora por dia, durante o banho de sol, para manter a forma.
Trajando camisa regata branca com o nome de guerra bordado “TC Cid” e short verde, o militar se exercita em uma pracinha no interior do batalhão, sempre na companhia de um dos soldados da PE.
“Ele está mais sorridente e com mais ânimo. Lê alguns livros levados pelos advogados e passa boa parte do tempo escrevendo anotações, provavelmente relacionadas à sua defesa”, contou uma fonte ouvida pela coluna.
O oficial deverá ser ouvido em 24 de agosto na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Veja imagens do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro:

Cid costuma passar muito tempo escrevendo anotações Hugo Barreto/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Hugo Barreto/Metrópoles

Mauro Cid está preso no batalhão da Polícia do Exército Hugo Barreto/Metrópoles

O oficial já está preso há três meses Hugo Barreto/Metrópoles

Cid costuma passar muito tempo escrevendo anotações Hugo Barreto/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Hugo Barreto/Metrópoles
Rancho
Cid se alimenta da mesma comida servida no “rancho”, onde os militares da PE comem diariamente. Nas quatro refeições diárias, um soldado leva um prato até a sala onde o tenente-coronel fica e o recolhe após o fim da refeição.
Atualmente, as visitas recebidas pelo tenente-coronel são mais restritas. A decisão de reduzir a entrada de pessoas foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após o militar ter recebido 73 visitantes, a maioria militares, em um prazo de 19 dias. A quantidade de pessoas foi considerada elevada pelo ministro.
Investigações da PF
Mauro Cid é alvo de diversos inquéritos da Polícia Federal. A investigação mais recente se deve à tentativa de venda de um Rolex avaliado em R$ 300 mil e que seria um presente dado por sauditas a Bolsonaro durante viagem oficial do então presidente.
A história ganhou repercussão na sexta-feira (4/8), após a revelação, pelo jornal O Globo, de um e-mail em posse da CPMI do 8 de Janeiro. O caso foi confirmado pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
A coluna apurou com fontes da Polícia Federal que a tentativa de venda do Rolex, bem como o e-mail em questão, já são averiguados pela corporação. O caso chegou ao conhecimento dos investigadores como desdobramento do inquérito policial que apura as joias sauditas dadas a Michelle Bolsonaro.
Cid também é investigado no caso da fraude nas carteiras de vacinação da família dele e de outros assessores de Bolsonaro.
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre o Distrito Federal por meio do WhatsApp do Metrópoles DF: (61) 9119-8884.
https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/de-regata-e-short-como-mauro-cid-passa-os-dias-na-carceragem-do-exercito