Vera Magalhães: Em busca de votos do eleitorado feminino, Bolsonaro transforma debate em 'desastre'

 Neste domingo (28), aconteceu o primeiro debate entre os principais candidatos à Presidência da República nas eleições de 2022, promovido pelo pool formado por Band, portal UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura.

Vera Magalhães foi uma das jornalistas selecionadas para direcionar questões aos presidenciáveis.

Ao fazer uma pergunta sobre a queda da cobertura vacinal no Brasil, a comentarista da CBN foi direta e pessoalmente atacada pelo candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro.

“Na resposta, ele nem falou sobre vacinas. Preferiu me atacar e dizer que ‘tenho obsessão e sonho’ com ele, o que são falas bastante 29/08/2022 e eivadas de uma conotação nada profissional”, diz Vera.

Ela ainda pontua que o episódio acabou pautando o restante do debate com temas como misoginia, machismo e

equidade de gênero.

Bolsonaro ainda chamou a senadora e candidata à presidência pelo MDB, Simone Tebet, de “vergonha para o Senado”.

Vera ainda lembra que, a partir daí, o presidente “enveredou para classificar como ‘mimimi’ qualquer queixa relacionada à gênero - quanto à violência de gênero, quanto à falta de representatividade de mulheres no mercado de trabalho e nos cargos públicos”.

A comentarista retoma que o candidato à reeleição vem sofrendo rejeição entre o eleitorado feminino, de acordo com pesquisas de intenções de voto.

Neste sentido, ela pontua que ele transformou o debate em um “desastre”. “Um desastre que ele poderia ter evitado, respondendo a minha pergunta sobre vacinas.

Ele tinha apenas um minuto; não precisava fazer um escândalo em torno de uma pergunta temática sobre queda de vacinação contra o sarampo e poliomielite”, diz.

Em adicional à questão, as candidatas Simone Tebet e Soraya Thronicke (União Brasil) - únicas mulheres que concorrem ao Planalto presentes no evento - ganharam destaque no debate. Vera analisa que a senadora do MDB “claramente já foi com o propósito de entrar na briga que Bolsonaro pretendia travar com Lula” 

“Achei a estratégia dela inteligente. Se colocou de fato como uma terceira via, focada em um dos candidatos:

 Bolsonaro. 

Não foi como Ciro Gomes (PDT), que agiu muito como um franco-atirador, ‘batendo’ em Lula e Bolsonaro, sem que ficasse claro uma estratégia e passasse uma mensagem (...).

 Com isso, Tebet foi mais ouvida do que, por exemplo, no Jornal Nacional, onde teve uma atitude mais pasteurizada”, opina. 

Já em relação a Soraya Thronicke, que Vera coloca como “ainda mais desconhecida que Tebet”, a comentarista pontua que a candidata entrou na seara de defesa do papel da mulher e de crítica à misoginia e ao 

machismo

“Com isso, também conseguiu captar alguns momentos de atenção do público e se tornar conhecida”, acrescenta. 

#VivaVoz


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