Perto da eleição, Centrão manobra para oficializar o orçamento secreto


O ex-presidente Lula, que pode ser eleito no primeiro turno, já declarou que pretende acabar com as emendas de relator que integram o chamado orçamento secreto do governo Bolsonaro

Marcos do Val
Marcos do Val

247Uma manobra realizada pelo Centrão na noite do domingo (26) visa tornar impositivas as chamadas emendas de relator, que integram o 'orçamento secreto', utilizadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para cooptar o apoio de parlamentares no Congresso. 

Segundo a CNN Brasil, o texto foi apresentado pelo relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, senador Marcos do Val (Podemos-ES). 

A estratégia envolve o manejo de cerca de R$ 19 bilhões em verbas de emendas parlamentares.


A manobra visa manter a funcionalidade do sistema, alvo de críticas pela falta de transparência, mesmo se Bolsonaro for derrotado nas urnas e se o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) não for reeleito para comandar a Casa. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera todas as pesquisas de intenção de voto e pode ser eleito no primeiro turno, já declarou que pretende acabar com as emendas de relator se voltar à Presidência da República.  


“Nos bastidores, técnicos e parlamentares dizem que diante da imprevisibilidade da eleição presidencial, é necessário assegurar os recursos com o Congresso”, ressalta a reportagem.

 Atualmente, só são impositivas as emendas parlamentares individuais e as de bancadas.


No relatório, o senador Marcos do Val destaca que “inserimos o artigo 81-A para enunciar o caráter impositivo das programações classificadas como RP-9, tomando-se por base o disposto no parágrafo 10 do art 165 da Constituição, que afirma o dever de execução de todas as programações relacionadas com a efetiva entrega de bens e serviços públicos”.


Ainda segundo ele, “o caráter impositivo compreende, cumulativamente, o empenho e o pagamento correspondentes ao valor autorizado pela Comissão Mista de Orçamento, sendo que os restos a pagar relativos a programações com identificador de resultado 9 (RP9) -que também ocorre nas demais emendas impositivas – poderão ser consideradas para fins de cumprimento da execução financeira primário”.


A manobra do Centrão está ligada aos temores de que o relator-geral do Orçamento do próximo ano, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), considerado um aliado de Lula, barre as emendas de relator, ou que o Supremo Tribunal Federal (STF) reduza o poder do Congresso sobre a destinação das emendas parlamentares.

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