Josias de Souza - Falas de Bolsonaro sobre o MEC evoluem do temerário para o ridículo


Colunista do UOL

27/06/2022 

As manifestações de Bolsonaro sobre o escândalo do MEC evoluíram do temerário para o ridículo. 

O presidente soava temerário quando dizia que colocaria a cara no fogo pelo ministro. 

Descambou para o ridículo ao sustentar que Milton Ribeiro é perseguido por gente interessada em constranger o governo. 

Bolsonaro relança a surrada tese da perseguição política.

 Fala sobre as mazelas criminais ao redor não como presidente, mas como comentarista inocente do seu próprio governo.

O comentarista não diz nada sobre o grampo legal que permitiu à Polícia Federal escutar Milton Ribeiro contando para sua mulher que o ex-chefe lhe telefonara dos Estados Unidos para avisar sobre a operação de busca e apreensão que acabou ocorrendo 13 dias depois.

 Finge não existir a gravação em que o ex-ministro declara que abriu as portas do MEC para os pastores traficantes de verbas atendendo a um "pedido especial" de Bolsonaro.

O presidente comentarista se refere ao relaxamento da prisão do ex-ministro como suposta evidência de que nada foi descoberto sobre ele.

Tolice

Bolsonaro ajusta o discurso. 

Na primeira hora, declarou coisas assim: "Se a Polícia Federal prendeu, tem um motivo." Agora, diz que a cana foi "injusta".

Bolsonaro faz de conta que ignora o fato de que a decisão provisória que soltou Milton Ribeiro e os demais integrantes do grupo que a PF chama de "organização criminosa" não tem nada a ver com o conteúdo cabeludo do inquérito. 

As celas foram abertas porque um desembargador do TRF-1 entendeu que os acusados poderiam responder em liberdade sem interferir na investigação.

É bem mais fácil e confortável para Bolsonaro sustentar a tese da formação de um complô urdido por um juiz de primeira instância, procuradores, agentes federais e repórteres comunistas para transformar um capitão modelo em corrupto. 

A alternativa seria admitir que tudo o que está na cara não passa de uma conspiração da lei das probabilidades contra um comentarista inocente.

Bolsonaro evoluiu da temeridade para o ridículo justamente num instante em que o processo foi remetido para o Supremo Tribunal Federal, por conta da suspeita de que o presidente interveio na PF para obstruir a investigação. 

O presidente e seus operadores contam com a impunidade proporcionada pela blindagem do procurador-geral Augusto Aras

https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2022/06/27/falas-de-bolsonaro-sobre-o-mec-evoluem-do-temerario-para-o-ridiculo.htm

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