Exportadores que apostaram em fim rápido de veto chinês à carne brasileira redirecionam vendas

 Brenno Grillo

Publicada em 22/10/2021 
Há mais de um mês que carnes brasileiras não desembarcam na China. 
O veto do país asiático se deu após dois animais serem diagnosticados com o mal da vaca louca. 
A suspensão, mantida mesmo depois de descartado o risco de expansão da contaminação, pode custar US$ 4 bilhões anuais, segundo o jornal Financial Times.

Mas alguns exportadores arriscaram. 
E, mesmo com o veto, decidiram mandar suas mercadorias por via marítima até a China - responsável por US$ 4,9 bilhões das exportações de carnes brasileiras e 34% da produção do agronegócio.

Agora, estão remanejando suas cargas para outros mercados das vendas brasileiras de proteína animal.
 Uma fonte do setor privado, com bom relacionamento junto à China, disse ao Bastidor que os principais destinos são Sudeste Asiático, Oriente Médio, Japão e Coreia do Sul.

Esses mercados compraram, juntos, US$ 1,5 bilhão em carnes do Brasil até setembro deste ano, segundo o governo federal. 

No mesmo período, as exportações de proteína animal para Europa e américas do Norte e do Sul totalizaram US$ 1,6 bilhão.

A manutenção prolongada do veto fez com que Tereza Cristina atuasse diretamente para solucionar o problema. 

A demora na liberação também trouxe consigo teorias de que a China estaria retaliando não o Brasil, mas o governo Jair Bolsonaro.

Essa mesma fonte disse ao Bastidor que o "casamento" entre os dois países é indissolúvel e que as "premissas dessa possível retaliação são vagas e sem base em fatos concretos". 

Mas alertou que o Brasil precisa perceber sua desvantagem nessa relação com a China, pois depende mais do país asiático do que acontece no cenário inverso.

"Não há relação direta. Mas, se realmente houver retaliação, ela é velada", finalizou.
https://obastidor.com.br/economia/exportadores-que-apostaram-em-fim-rapido-de-veto-chines-a-carne-brasileira-redirecionam-vendas-1932

Postagens mais visitadas deste blog