Mogi das Cruzes - Em agosto, Abe já se preocupava com brigas políticas

 Felipe Antonelli 

Estava escrito - 

Foto: Maurício Builcatti


Junji Abe argumenta que há uma boa diferença entre continuísmo e continuidade

Em entrevista concedida ao Grupo Mogi News em agosto deste ano, o ex-prefeito e ex-deputado federal Junji Abe (MDB), importante liderança política em Mogi das Cruzes, já alertava sobre a importância da conciliação entre o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) e o atual prefeito Marcus Melo (PSDB), para que houvesse a continuidade do projeto de desenvolvimento pensado para Mogi das Cruzes.

Na oportunidade, Abe disse que iria se posicionar como um conciliador, preocupado em não perder o desenvolvimento da cidade "por brigas políticas".  

"Vou influir perante as pessoas para que haja essa continuidade administrativa. Não podemos perder o desenvolvimento da cidade por brigas políticas, como ocorre em outros municípios", disse o ex-prefeito, citando, na oportunidade, a falta de continuidade como um dos grandes problemas da administração pública, principalmente em nível nacional.

Para o ex-prefeito Abe era necessário "clarear a consciência dos eleitores para que tenhamos bons representantes", confirmando, há quatro meses, que atuaria como conciliador para que não ocorressem mais divergências. 

Mesmo com as tentativas de várias partes para que houvesse a reaproximação, o deputado Bertaiolli, e até mesmo Junji Abe, só apareceram na campanha do prefeito Melo no segundo turno. O resultado final mostrou que, com 114.656 votos (58,39% dos válidos), o vereador Caio Cunha (Pode) derrotou o atual chefe do Executivo, que ficou com 81.714 votos (41,61%) e vai assumir a Prefeitura a partir de 1º de janeiro. 

O deputado Bertaioli confirmou após a eleição que o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), em 2017, foi o principal motivo do seu afastamento do chefe do Executivo mogiano que fora lançado politicamente um ano antes por ele. No início desta semana, o parlamentar federal disse que o atual prefeito se cercou de pessoas que o aconselhavam e que não eram gestores públicos. Segundo Bertaiolli, isso culminou em algumas medidas adotas pela administração municipal que "custaram caro" às pretensões políticas de Melo. 

Após as eleições, quando questionado sobre a perda de força do grupo político, o ex-chefe do Executivo, Abe, disse que tal narrativa de que haja esse grupo político é apenas eleitoral, e que o mais importante são as melhorias para a cidade. "Não é questão de ser grupo. A gente (ex-prefeitos) trabalhou intensamente para ajudar Mogi. Há uma diferença entre continuísmo e continuidade e, sim, aprimorarmos políticas públicas sempre com o mesmo norte", apontou Abe. 

Abe também disse que entende que Melo nunca foi um "político vocacionado" e que faltou sensibilidade ao prefeito. Como determinante para a perda do cargo, além do distanciamento de Bertaiolli, Abe considera erros e falhas "numa época que não se pode errar". (F.A.) 

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