Bolsonaro pede a apoiadores para não irem a ato e evitar confronto..

Do UOL, em São Paulo..


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu a apoiadores para não irem a ato convocado por manifestantes pró-democracia no próximo domingo e, assim, evitar confronto, durante live transmitida na noite de hoje nas redes sociais.
4.jun.2020 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em transmissão ao vivo no FacebookImagem: Reprodução/YouTube

Na transmissão, Bolsonaro chama manifestantes e críticos ao seu governo de "terroristas", "viciados", "bando de marginais" e "marginais de preto"..

"Então, está prevista uma manifestação com esses 'marginais de preto' neste domingo. Eu nunca convoquei atos, mas, agora, neste domingo, eu peço ao nosso pessoal, o pessoal de verde e amarelo e que tem Deus no coração, para não participar. Não compareçam a esse movimento. Fiquem em casa. Essas pessoas não têm nada a nos oferecer. Muitos são viciados. Eles querem confronto, querem fazer baderna, são bando de marginais", disse Bolsonaro..

O presidente afirmou ainda que os manifestantes adotam táticas conhecidas como "black blocks" e são, na verdade, terroristas...

"Não conseguimos tipificar como 'terroristas' porque —e isso veio da época do governo Dilma— colocaram uma vírgula dizendo 'exceto grupos sociais'. Lamentamos", prosseguiu. "Os caras estão ali defendendo a democracia, mas não estão defendendo a democracia, estão fazendo terrorismo", completou..

No último domingo, um ato foi organizado por coletivos ligados a torcidas de futebol e era autointitulado pró-democracia e antifascista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A poucos metros dali, em frente à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), havia um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro, que realizava um ato no local.

Houve confronto entre manifestantes dos dois grupos e a Polícia Militar interveio com bombas de gás. .

Ao menos seis pessoas foram detidas pela PM. Destes, cinco foram acusados de se envolver em uma briga com um apoiador do presidente, que teria provocado o grupo. O celular do agredido foi tomado por um dos detidos, que permaneceria preso até a audiência de custódia...

'Deixa eles mostrarem o que é democracia' Na transmissão, Bolsonaro também pediu reação ao "Poder Executivo e a governadores", caso manifestantes "ultrapassem o limite da racionalidade".

"Com toda certeza, o Poder Executivo, os governadores, que têm compromisso com a democracia de verdade, estão se preparando para reagir caso esse pessoal ultrapasse o limite da racionalidade", disse.

"Deixa eles mostrarem o que é democracia. Eu não estou torcendo para ter quebra-quebra, não, mas a história nos disse que esses 'marginais de preto', que levam o soco inglês, o punhal, barra de ferro, coquetel molotov, geralmente eles apedrejam e queimam bancos, queimam estações de trem", concluiu.

Ataques à Folha 

Bolsonaro ainda voltou a atacar o jornal Folha de S.Paulo por conta de uma matéria que tratava da realocação, por parte do governo federal, de quase R$ 84 milhões em recursos do Bolsa Família para comunicação institucional da gestão, tarefa cumprida pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social)..

"Vocês [Folha] têm que aprender a ter vergonha na cara, eles não vão aprender, né? Vocês querem derrubar o governo? Vocês querem a volta da baderna no Brasil. Olha a cobertura do Globo?! Então, tirei dinheiro do Bolsa Família para fazer anúncios... Vocês acham que eu anunciar nesse lixo de jornal?", disse o presidente..

Segundo o governo, o remanejamento do dinheiro tem relação com o auxílio emergencial. Quem recebe o Bolsa Família não pode acumular o benefício com o auxílio, devendo receber o que for de maior valor..

"Nenhum beneficiário do Programa Bolsa Família foi prejudicado no recebimento de seu benefício e, com a instituição do auxílio emergencial no âmbito do coronavírus, a maioria teve benefícios superiores", diz o Ministério da Economia em nota. "O pedido de reforço da dotação para a Secom, solicitado pela Presidência da República, foi aprovado pela Junta de Execução Orçamentária - JEO. Ele vai recompor o orçamento que foi reduzido durante a apreciação do Projeto de Lei Orçamentária 2020 no Congresso Nacional.".

Gabinete do ódio

 O presidente ainda negou a existência do chamado "gabinete do ódio", supostamente formado por assessores da Presidência da República que trabalham no Palácio do Planalto sob a coordenação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). 

"Para quê eu quero gabinete do ódio? Muitos idiotas acreditaram na existência de um gabinete do ódio", ironizou Bolsonaro, ao afirmar que a mobilização virtual feita pelos apoiadores é genuína e gratuita desde a campanha presidencial de 2018. "Foram milhões de pessoas que me ajudaram porque eu era diferente dos outros, e sou diferente mesmo." 

*Com Estadão Conteúdo...


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