Missão espacial chinesa desvenda segredos do lado oculto da Lua

A missão chinesa Chang’e-4 foi a primeira a chegar ao lado mais afastado da Lua, assim como a primeira a descobrir a presença de olivina
A sonda tem investigado a composição do manto lunar, de forma a explicar a evolução e formação da Lua.
Com as recentes descobertas, especula-se que a origem da Lua esteja relacionada com a colisão da Terra com um corpo celeste.
A sonda Chang’e-4 pousou na cratera lunar Vón Kármán no dia 3 de janeiro, e instalou o rover Yutu-2 para explorar a Bacia do Polo-Sul-Aitken, a maior e mais velha cratera do lado oculto da Lua.

O rover colecionou algumas amostras e as suas descobertas foram divulgadas no Jornal Nature, nessa quarta-feira (16).

As amostras revelaram vestígios de olivina, o que levou os investigadores a especular que o manto poderá conter olivina e piroxena em iguais quantidades, ao invés do domínio de um desses minerais. 

A olivina é um dos principais componentes do manto terrestre, o que poderá confirmar a teoria de que a Lua se formou com algum material que a Terra perdeu apos o choque com um corpo celeste. 

Os minerais encontrados são, por sua vez, distintos das amostras da superfície lunar.

Uma vez que as caraterísticas e composição do subsolo permanecem desconhecidas, esta descoberta é considerada importante.

De acordo com a hipótese mais aceite, quando a Terra sofreu o impacto da colisão com um corpo celeste, Theia, algum material terá se desprendido, aglomerando-se e formando a Lua. 

Os elementos mais leves ficaram na superfície, mas os minerais mais densos, como é o caso da olivina, caíram no manto lunar.

Desde então, a origem e estrutura da Lua têm sido temas de debate entre a comunidade científica. 
Dessa forma, a investigação chinesa poderá conduzir a um maior conhecimento acerca da evolução lunar e à confirmação da existência de um oceano de magma, teoria que ainda não foi confirmada.

A missão espacial faz ainda parte da ambição da China no espaço, iniciada nos anos 70.

O rover continuará a explorar o local e retirará mais material do solo, e, em 2020, a China planeia enviar a sonda Chang’e 5, com o objetivo de regressar à Terra com as amostras recolhidas na Lua.

Tópicos:
Lua,

Por RTP (emissora pública de televisão de Portugal)  Lisboa

Olivina

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Perídoto (variedade de olivina) em basalto. Proveniência: San Carlos Indian Reservation, Gila Co., Arizona, EUA.

A estrutura da olivina à escala atómica, vista ao longo do eixo a. O oxigénio é representado pela cor vermelha, o sílicio pelo rosa, e o ferro/magnésio por azul. O rectângulo a preto indica a projecção de uma célula unitária.
Olivina é um grupo de minerais da família dos nesossilicatos cujos membros são constituídos por silicatos de magnésio e ferro, com fórmula química (Mg,Fe)2SiO4, formando uma solução sólida em que a razão Fe/Mg varia entre dois extremos constituídos pela forsterite (Mg2SiO4) e a faialite (Fe2SiO4). Este mineral dá ainda o nome a um grupo de minerais com estrutura semelhante (o grupo da olivina) que inclui os minerais monticellite e kirschsteinite. Os minerais do grupo da olivina cristalizam no sistema ortorrômbico, e são nesossilicatos.
É um dos minerais mais comuns na Terra, tendo também sido encontrada em rochas lunares, em meteoritos e inclusive em rochas de Marte.

Piroxena

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Figura 1 — Xenólito com peridoto (olivina) verde e cristais pretos de piroxena (San Carlos Indian Reservation, Gila, Arizona).
As piroxenas (português europeu) ou piroxênios (português brasileiro) são um importante grupo de 21 inossilicatos de cadeia simples encontrados em múltiplas rochas ígneas e metamórficas, em muitas das quais constituem o grupo mineral dominante.

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